Com isso, Saveiro, Strada e Montana viraram presença constante nas mãos de veterinários, zootecnistas, agrônomos e gerentes e funcionários de fazendas, que não querem dispor de altos investimentos para adquirir uma picape média (que custam mais de R$ 80 mil em suas versões mais simples) mas que não podem utilizar um veículo totalmente urbano no seu dia-a-dia.
A Saveiro, que durante anos reinou neste segmento e que, com o passar dos anos e a desatualização do modelo acabou perdendo terreno para suas principais concorrentes, começou a dar o troco a partir do final de 2009, com uma grande re-estilização, a exemplo de seu irmão mais velho, o Gol, ficando mais moderna e adequada ao novo padrão dos veículos da marca. Com isso, ela deixou de ser o “patinho feio” do segmento, apresentando linhas bastante harmoniosas, que lhe conferiram, além da beleza, uma imagem de robustez e confiança para enfrentar os desafios que a vida no campo impõem.
Oferecida em três versões de acabamento (Trend, Trooper e Cross), a picape da Volkswagen tem na sua versão intermediária a opção mais adequada ao perfil dos profissionais do agronegócio, já que não é tão espartana e sem graça como a versão Trend e nem tão cara como a versão Cross. Na Trooper, o usuário vai encontrar tudo o que se espera para garantir o mínimo de conforto no dia a dia dentro do veículo: direção hidráulica, computador de bordo, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade e banco do motorista com regulagem de altura. Itens como ar condicionado, acionamento elétrico dos vidros, CD player com entrada USB e conexão para iPod, ABS, air bag e rodas de liga leve, entretanto, ainda são oferecidos como opcionais. A versão Trooper 1.6 Cabine Extendida testada pela Revista Rural, veio com o pacote completo de acabamento, inclusive com capota marítima e janela traseira corrediça.
A picape recebeu nas versões 2012, suas primeiras alterações desde o lançamento. O veículo tem novos tecidos no revestimento interno e novo instrumento combinado, também com o novo padrão de iluminação da marca (vermelha nas versões de entrada e branca nas versões superiores). As versões Trooper CS e CE têm novas faixas laterais, lanternas escurecidas, rodas de aço em cor Night Black e preparação para som. Também podem receber opcionalmente as rodas de liga leve escurecidas e assim como a Saveiro Cross, revestimento interno dos bancos e portas em Native Vienna preto.
Boa de dirigir
O motor 1.6 da versão testada confere a picape o desempenho que se espera dela e, com uma vantagem a mais: boa economia de combustível. Nas ruas e estradas asfaltadas, dirigir a Saveiro mostra-se uma experiência semelhante a sentida a bordo do Gol, de quem herda a plataforma. Isso, de certa forma, é uma ponto positivo, pois mesmo com um desenho totalmente diferente do compacto da Volkswagen ela mostra agilidade e firmeza nas curvas e uma estabilidade que surpreende mesmo com a caçamba totalmente vazia. Por mais que tentassemos, ela não saía de traseira de jeito nenhum. Uma benvinda frustração.
Mas a surpresa maior acontece na hora de colocá-la “para trabalhar de verdade”. Com grande rigidez torsional, a picape confirma a robustez que o seu design sugere. Fácil de manobrar e confiável mesmo em trechos irregulares, algumas vezes é possível esquecer que trata-se de um projeto derivado, ou seja, de um carro comum com caçamba.
Parte desta performance, deve-se ao fato de que a versão Trooper 2012 teve as suspensões recalibradas com curso reduzido, o que gera menos inclinação lateral da carroceria. A mudança promovida pelo fabricante favorece a performance, em detrimento do conforto, mas nada que comprometa o prazer de dirigí-la em pistas mais brutas. De fato, ela apresenta uma suspensão mais dura do que as concorrentes, mas isso, sob alguns aspectos é uma vantagem. Além disso, as respostas rápidas aos movimentos do volante, gera uma condução bastante esperta.
Cabine extendida x Cabina simples
Surgida pioneiramente na concorrente Fiat Strada, a cabine extendida oferecida para Saveiro dá ao usuário a possibilidade de utilização do espaço de forma mais mista. A grande quantidade de porta trecos e sistemas eficientes de fixação para os objetos levados na parte interna da cabine intensificam a sua vocação. A opção pelo modelo “CE” ou “CS”, porém, vai depender do uso. A primeira leva 108 litros de bagagem atrás dos bancos e 924 na caçamba, enquanto a segunda divide o espaço em 300-734 litros. Ou seja, a extensão da cabine abriga um volume maior de bagagem que os 285 litros do porta-malas do Gol. |