Produção
de tomate integrada com a lavoura de milho ganha força
no sudeste.
Produtores
de tomate de Minas Gerais produziram 441,8 mil toneladas da
hortaliça em 2011, volume 8,7% superior ao do ano passado,
informa a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento
com base em dados do IBGE. Boa parte deles faz uma rotação
da cultura com o milho e a soja, que estão em fase
inicial de plantio. Para quem cultiva tomate, é tempo
de avaliar o mercado, sobretudo o comportamento da demanda,
para programar o reinício do plantio da hortaliça
em janeiro ou fevereiro.
Um novo aumento da produção de tomate poderá
ocorrer em 2012 principalmente nas propriedades onde o cultivo
da hortaliça segue alternado com a produção
de grãos, o que pode resultar em equilíbrio
na administração das contas da propriedade.
"Atualmente, a receita gerada pelas lavouras de tomate
em Minas Gerais é da ordem de R$ 7 mil por hectare",
informa Georgeton Silveira, coordenador estadual de Olericultura
da Emater-MG, vinculada à Secretaria.
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Em
Lagoa Formosa, na região do Alto Paranaíba,
a produção alternada é utilizada em grande
escala. A safra de tomate do município, em 2011, alcançou
28 mil toneladas (40,7% da produção regional).
Agora o milho e feijo podem ser cultivados atéa
definição de outros espaços para a hortaliça.
"Uma das vantagens da rotação de culturas
é que os resíduos orgânicos mantidos no
solo depois da colheita do tomate substituem parte da adubação
para o novo plantio", explica o produtor Marcos Nascimento.
Ele ainda fará uma colheita da hortaliça neste
ano para completar a safra estimada de 4,2 mil toneladas e
em seguida vai ocupar o espaço com milho ou soja.
Integrante de um grupo de cinco produtores que se dedicavam
exclusivamente ao cultivo de grãos no município,
Nascimento enfatiza que o rodízio das lavouras é
uma boa alternativa. "Inclusive porque existe um limite
para a utilização das áreas de tomate.
Elas não devem atender ao cultivo da hortalia
em safraç seguidas", informa. O produtor diz que
vem obtendo resultados satisfatórios com a produção
de tomate iniciada em 2010 e acrescenta que está animado
com a possibilidade de aumento da receita para compensar os
investimentos em tecnologia, sobretudo irrigação
e adubação.
"O clima da região é um dos fatores que
ajudam na produção de tomate", observa
o agricultor. Neste ano, segundo Nascimento, o cultivo foi
de 70 hectares. Para a próxima safra a programação
é de uma área 50% maior. Ele estima que a produção
vai alcançar 6,3 mil toneladas.
Além de ser destinado ao atacado e varejo de diversas
regiões de Minas Gerais, o tomate também reforça
a participação de Lagoa Formosa no entreposto
da Ceasa Minas, localizado na Região Metropolitana
de Belo Horizonte. "Uma parte do produto é enviada
para outros Estados, como Goiás, São Paulo e
Distrito Federal", finaliza Nascimento.
Agricultura familiar
No Sul de Minas, agricultores familiares participam da produção
de hortaliças com assistência da Emater-MG. Eles
trabalham em terras cedidas sem custo, com o compromisso de,
depois de cada safra, devolver aos proprietários as
áreas enriquecidas com os resíduos orgânicos
do tomate. Essas áreas serão utilizadas no período
das águas para a produção de milho e
outros grãos, e após a safra os pequenos produtores
vão reiniciar mais um período com as hortaliças.
José Nelson Martins é um dos 12 agricultores
que se beneficiam há quatro anos do cultivo de lavouras
de tomate no Sítio São João, localizado
em Turvolândia e está entusiasmado com as perspectivas
do produto para 2012. "Os resultados obtidos até
agora com tomate são animadores", ele diz. "Neste
ano, colhemos em cinco hectares. Até o final de dezembro
ou início de janeiro vamos fazer o primeiro plantio
para a safra de 2012 e em junho o segundo, completando a ocupação
de 10 hectares", prevê o agricultor.
"A produção será destinada principalmente
a atacadistas e varejistas de São Paulo, que parecem
dispostos a adquirir até um volume maior que o previsto
atualmente", acrescenta José Nelson. Ele ainda
explica que, neste ano, a cotação do tomate
produzido no Sítio São João variou de
R$ 17 a R$ 33 a caixa de 23 quilos.
Segundo o agricultor, o grupo de produtores do Sítio
São João consegue administrar os negócios
sem dificuldade porque está bem organizado. "Os
equipamentos de irrigação que utilizamos nas
lavouras e também os insumos foram comprados em conjunto,
com orientação da Emater, que ajuda também
a organizar a comercialização do tomate",
finaliza.
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