Segundo
ele, a rastreabilidade é uma ferramenta permanente
para aplicação ocasional que está relacionada
com a eficiência logística e de processos, com
qualidade e segurança alimentar e constitui-se em diferencial
competitivo. "A adoção da rastreabilidade
fortalece o sistema cooperativo, serve de apoio para a prevenção
de problemas, proporciona informação dentro
da empresa para facilitar o controle de processos e a gestão,
protege a marca, identifica a origem e a responsabilidade
dos problemas". Para os consumidores e clientes, os benefícios
decorrerão da garantia de atendimento a qualquer problema
com a máxima eficiência, do cumprimento de normas
e da confiança no produto adquirido. As vantagens para
os órgãos governamentais residem na facilidade
em auditorias, fiscalizações e no combate à
falsificação.
A implantação da rastreabilidade está
sendo coordenada pela assessora técnica de produção
da Aurora, Eliana Bodanese e exige um grande esforço
inicial de toda a cadeia de produção. Os resultados
imediatos deste esforço podem ser percebidos nas melhorias
de processos, garantias de procedência dos suínos
abatidos e maior controle sobre os produtos fabricados pela
empresa, além de agilizar a emissão de documentos
sanitários oficiais. Tendo em vista a necessidade de
organização da informação para
que se gere um sistema consistente de rastreabilidade, todo
os elos da cadeia especializam-se, em procedimentos e organização.
De acordo com o presidente da Aurora, o mercado não
só valoriza como, também, exige essa inovação.
"A exportação para alguns mercados é
condicionada à rastreabilidade dos produtos. Conquistando
estes mercados mais exigentes, aumentamos nosso volume de
exportação, consolidamos nossa marca, geramos
confiabilidade e maior demanda de produção no
campo. Este processo favorece a cadeia como um todo",
explica. Em junho de 2011 foi implantado o R-Sui, Sistema
de Rastreabilidade da Carne Suína. Juntamente com o
Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de Santa
Catarina e as empresas que o representam, conseguiram participação
ativa na definição deste sistema, que foi concebido
para atender a rastreabilidade a partir do mercado mais exigente:
a União Européia. Na ferramenta orientada por
uma equipe de profissionais de Santa Catarina e desenvolvida
pelas empresas Khor Tecnologia da Informação
e Agromanager Sistemas, pode-se ter acesso integral a toda
informação relativa ao percurso físico
dos animais, dos insumos utilizados na criação
e principalmente dos registros relacionados a estes animais
no frigorífico. As empresas Khor Tecnologia da Informação
e Agromanager Sistemas fizeram a adaptação dos
conhecimentos práticos e necessidades legais dos sistema
que foi traduzido em um software chamado R-SUI.
A identificação dos animais é fundamental
para o funcionamento do sistema de rastreabilidade. A partir
da identificação dos animais, que é atribuído
ao código de rastreamento do lote, a cada fase de produção
são inseridas as informações de alimentação,
vacinas, medicamentos e outras pertinentes aquele lote. Na
eventual transferência desses animais para outra propriedade
especializada nesta fase criação, um novo código
de rastreamento é gerado e associado à nova
propriedade, sempre informando o sistema sobre a documentação
oficial pertinente à movimentação, até
a destinação desses animais ao frigorífico,
onde outras identificações são geradas
e associadas às carcaças dos animais, que já
estão com origem devidamente especificada. No frigorífico,
o SIF e o controle de qualidade acompanham a produção
e registram todas as condicionantes para atender as exigências
nacionais e internacionais, descartando aquelas carcaças
que porventura não atendem às especificações
do mercado de destino. Na expedição dos produtos
aprovados, os contêineres são também identificados
e indexados ao lote de origem. Toda a carga de animais vivos
ou industrializados possui uma documentação
específica que une uma fase de rastreabilidade à
outra. Hoje, a rastreabilidade via R-SUI é exigida
e aplicada à produção destinada à
exportação para alguns mercados, que exigem
tais controles como condicionante à compra e, consequentemente
à valorização do produto final. Porém,
na esfera do mercado interno já há no Brasil
legislações que regulamentam a organização
das informações de produção e
industrialização de modo a garantir que em caso
de necessidade seja possível buscar-se a origem dos
produtos. Neste momento o sistema está sendo completado
para mercado externo, porém num segundo momento há
a pretensão de disponibilizarem-se estas informações
diretamente aos consumidores, à exemplo do leite.
Na área do leite, a Aurora lançou em dezembro
de 2010, em parceria com a Tetra Pak a rastreabilidade ativa,
um sistema de coleta, integração e controle
das informações de fabricação
de um alimento em todas as suas fases: recepção
da matéria-prima, processamento, envase, controle de
qualidade e distribuição. As informações
são disponibilizadas online para utilização
da indústria ou até mesmo para os consumidores
finais, por meio de um website. Cada caixinha de leite possui
um código único que traz consigo inúmeras
informações que podem ser acessadas de imediato
pela internet.
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