Dos
três maiores produtores mundiais de soja - EUA, Brasil
e Argentina - o Brasil é que tem maior incidência
de ferrugem asiática nas lavouras. A cultivar Inox lançada
para o cerrado tem resistência, mas não imunidade.
"A doença se instala na planta, mas a diferença
é a velocidade de progressão da ferrugem. Na Inox
é bem menor. O objetivo da soja Inox não é
livrar totalmente o produtor da aplicação de fungicidas
para controlar a ferrugem, mas garantir a ele maior conforto
com um número bem menor de aplicações,
ao mesmo tempo que assegura maior eficiência e segurança
no manejo da ferrugem. Na prática, o produtor tem conseguido
uma economia de até três aplicações
nas lavouras".
A recomendação dos pesquisadores é que
seja feita no mínimo uma aplicação de fungicidas
na soja Inox. Comparada às outras safras, em que os produtores
rurais chegaram a fazer até quatro aplicações,
a soja Inox gerará uma economia aos produtores mato-grossenses
de mais de US$ 100 milhões somente em fungicidas. E o
meio ambiente também ganha com a tecnologia Inox. A diminuição
do uso de agroquímicos no processo produtivo trará
menor impacto ambiental. "Com a soja Inox, produtor e meio
ambiente ganham", destaca Hugo de Carvalho Ribeiro, presidente
da Fundação MT.
O fungo causador da ferrugem asiática, que provocou muitos
prejuízos aos produtores de soja pode gerar novas raças
rapidamente, e desta forma a resistência genética
presente nas cultivares Inox poderá ser quebrada. Desse
modo, de acordo com os pesquisadores o trabalho contra a ferrugem
asiática não pára. Desde o início
do programa Inox, eles já trabalham com a hipótese
de quebra da resistência, pois o fungo sempre mostrou
que tem uma capacidade muito grande de adaptar-se a novas condições.
"As doenças fúngicas, como é o caso
da ferrugem da soja, de modo geral podem criar resistência
aos produtos químicos (fungicidas) e podem também
quebrar a resistência genética de plantas resistentes",
explica Suzuki. De acordo com ele, enquanto que a geração
I da soja Inox possui um gene de resistência para a ferrugem,
a geração II tem uma combinação
de genes diferentes na mesma planta e a geração
III terá ainda a associação de genes de
resistência com genes de tolerância em uma mesma
planta.
"Assim, se o fungo quebrar a resistência da geração
I, teremos a geração II, e se quebrar a resistência
da geração II, teremos a geração
III", destaca. Desta forma, segundo o pesquisador, haverá
mais genes com características diferentes e complementares
atuando no mecanismo de resistência à ferrugem,
garantindo assim a durabilidade da tecnologia Inox.
Enquanto a pesquisa para a criação de mais gerações
da soja Inox é feita, os pesquisadores lembram que os
produtores têm de seguir fielmente as recomendações
de manejo da soja Inox. "O produtor deverá fazer
no mínimo uma aplicação de fungicidas na
soja Inox devido ao risco de seleção de novas
raças de ferrugem. Além disso, há outras
doenças, diferentes da ferrugem, que ocorrem na cultura
da soja, as quais ainda necessitam de controle por meio da aplicação
de fungicidas", reforça Suzuki.
Eficácia comprovada em outros estados
Lançada na safra 2008, em Mato Grosso, a soja Inox rompeu
fronteiras e faz sucesso em outras regiões do país,
onde pesquisadores testaram a tecnologia 100% mato-grossense
e aprovaram. A eficácia da soja Inox foi comprovada até
fora do Brasil, pelo National Soybean Reserch Laboratory, da
Universidade de Illinois, nos Estados Unidos. Pesquisadores
deste conceituado laboratório testaram e aprovaram a
potência das cultivares TMG 801 e da TMG 803 (variedades
Inox).
Em Mato Grosso, os produtores já conhecem esta tecnologia.
Quem usou, garante que elas dão segurança para
o controle da ferrugem, tem alto potencial produtivo, reduz
custo de produção, aumenta a capacidade de pulverização,
possibilita a menor pressão de utilização
de tratores, colheitadeiras e plantadeiras e inibe o número
de aplicações de fungicidas, aumentando a rentabilidade
do produtor.
A primeira geração da soja resistente à
ferrugem começou a ser plantada em outubro de 2009 e
reduziu notavelmente os prejuízos causados pela doença
nas lavouras de Mato Grosso.
Aprovada em Mato Grosso e na Bahia - aonde se chegou a obter
uma produtividade de até 90 sacas por hectare - a variedade
Inox chega à região Sul do país na safra
11/12 com a expectativa de aumentar a rentabilidade dos sojicultores.
"A tecnologia estará disponível primeiramente
aos produtores de sementes do Paraná e Rio Grande do
Sul. Depois, será disponibilizada aos produtores de grãos.
Acreditamos que vamos ter um volume de sementes suficiente para
atender estes novos mercados em 2012", frisa Suzuki.
Sucesso no campo
Na safra 10/11, a Inox ocupou uma área de aproximadamente
150 mil hectares, em Mato Grosso, com a produção
chegando a 540 mil toneladas - produtividade média de
60 sacas por hectare. A sojicultura ocupou nesta temporada mais
de 6,4 milhões de hectares no Estado. Segundo Suzuki,
além de ser resistente à ferrugem, a soja Inox
apresenta excelente potencial produtivo, possibilita maior janela
de plantio, controle de doenças e, consequentemente,
maior janela de colheita.
"A produtividade, juntamente com o esforço na redução
dos custos de produção, é e continuará
sendo o principal fator de lucratividade na atividade rural",
afirma o pesquisador. Ele explica que as variedades de soja
Inox TMG 801 e TMG 803 têm como principais características
a resistência ao fungo causador da ferrugem da soja -
o Phakopsora pachyrhizi - e boa adaptação às
condições do cerrado brasileiro, permitindo uma
diminuição no número de aplicações
de fungicidas na cultura da soja e, como conseqüência,
uma diminuição no custo de produção.
"Além disso, a soja Inox dará ao produtor
maior tranqüilidade e flexibilidade no controle da ferrugem,
possibilitando uma maior janela de aplicação de
fungicidas, podendo também aumentar a longevidade dos
fungicidas utilizados no controle da doença", explica
o pesquisador.
Para o diretor técnico da Associação dos
Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT), Luiz Nery
Ribas, a soja Inox é uma grande ferramenta dos produtores
e a tendência é a utilização em escala
cada vez maior desta variedade. Segundo ele, a soja Inox - além
da sua forte resistência à ferrugem - "significa
mais produtividade, redução de custos e ainda
contribui com o meio ambiente, pois ela diminui o uso de agroquímicos
no processo produtivo".
Cultivar transgênica chega em 2012:
Lançada este ano, a soja Inox transgênica estará
disponível no mercado em 2012 e promete ser a vedete
das próximas safras. Em produtividade, a nova variedade
alcança um rendimento médio de até 60 sacas,
em Mato Grosso. "Em algumas situações em
que são comparadas variedades Inox e não Inox,
plantadas na mesma lavoura, chegou-se a ter uma diferença
de até 16 sacas por hectare, considerando a produtividade
e o custo menor com fungicidas", conta o pesquisador. Segundo
ele, na área plantada com soja Inox, os custos com fungicida
foram bem menores.
A tecnologia já foi testada por várias instituições
de pesquisas do Brasil e, de acordo com Suzuki, 90% dos produtores
que experimentaram a tecnologia foram unânimes em atestar
que ela funciona no que diz respeito ao controle da ferrugem.
Potencial
produtivo também é diferencial:
O
foco principal da soja Inox não é somente sua
resistência à ferrugem asiática, principal
doença da oleaginosa, mas também seu excelente
potencial produtivo. A produtividade, juntamente com o esforço
na redução dos custos de produção,
continuará sendo o principal fator de lucratividade na
atividade rural. "A soja Inox significa mais produtividade,
redução de custos e ainda contribui com o meio
ambiente, pois ela diminui o uso de agroquímicos no processo
produtivo", afirmam os pesquisadores.
Na média dos ensaios comparativos da soja Inox com os
padrões mais produtivos plantados atualmente no Estado,
a soja Inox superou todos eles, demonstrando assim seu alto
potencial produtivo.
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