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FEIRA - Coisa rara
rev 163 - setembro 2011

Uma Expointer realizada inteiramente dentro de um clima sereno e de otimismo para o setor. Os bons ventos que sopram a favor da economia brasileira e principalmente, do agronegócio verde-amarelo, a despeito da crise instalada em boa parte do planeta, se refletiram nos números obtidos pela feira gaúcha. O volume de pedidos de financiamento junto aos bancos presentes para a compra de máquinas e equipamentos superou a casa de R$ 1 bilhão, feito inédito e que encheu de otimismo o Mercado. Em leilões, foram comercializados 2.147 animais, entre bovinos, ovinos e equinos, faturando ao todo R$ 11,719 milhões. Até mesmo a bilheteria apresentou salto gigantesco na arrecadação, passando de pouco mais de R$ 700 mil (obtidos em 2010) para R$ 2,184 milhões. Curiosamente, os números oficiais de visitantes no Parque Assisi Brasil registrou um ligeiro recuo, passando de 561 mil para 456.365.

A Agricultura familiar, artesanato e pequenos comerciantes também celebraram a evolução dos negócios em relação à edição anterior. As vendas de produtos artesanais superaram 2010 (que registrou R$ 1,05 milhão) e somaram R$ 1,25 milhão. Já a area reservada aos produtos oriundos da Agricultura Familiar aumentou em mais de 20%, com R$ 1,050 milhão. No ano anterior, o setor vendeu R$ 800 mil.

Ao considerar uma "grande Expointer", o secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Luis Fernando Mainardi disse que os resultados obtidos este ano produzem otimismo ao agronegócio gaúcho. O secretário frisou o clima de cordialidade e diálogo que predominou entre os expositores na Feira. "Não encontramos nenhum segmento econômico aqui dentro reclamando, chorando, lamentando, dizendo que não tem futuro", observou, acrescentando que o setor arrozeiro superou uma das crises mais sérias dos últimos tempos e reforçou a crença no futuro da orizicultura.???

Mainardi reconheceu, no entanto, que três questões devem nortear a pauta da administração da Expointer para melhorias no Parque: drenagem, acesso e ampliação dos pavilhões. O assunto será tratado pelo governador, com o Governo Federal, e com o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho. "Vamos iniciar um conjunto de obras já previstas como, por exemplo, as de drenagem. Assim que nós encaminharmos o processo licitatório", disse.

Vitrine de novidades

A Expointer também manteve a tradição de ser um palco importante para o lançamento de novos produtos e tecnologias voltadas ao aumento da produção. Desde as gigantes do setor até empresas de menor porte tiveram novidades para mostrar aos visitantes. A Ipacol máquinas agrícolas, por exemplo, trouxe para a feira a primeira Colhedora de Forragem Autopropelida totalmente brasileira. A CFA 2000 Ipacol traz um novo conceito de funcionamento e desempenho insuperável em qualquer condição de trabalho, somando ainda diferentes aplicações exclusivas do equipamento.

Conforme explica o Diretor da área de desenvolvimento de produtos, Carlos Antoniolli, "esta é a única máquina forrageira nacional autopropelida concebida para trabalhos em médias e grandes propriedades, graças a sua alta produtividade e qualidade de trabalho". Segundo o Diretor Comercial da empresa, Luis Carlos Parise, a CFA 2000 Ipacol levou dois anos de trabalho em pesquisa e desenvolvimento e significou um investimento da empresa na ordem de R$ 3,5 milhões. "Nós acreditamos muito no segmento de animais confinados, é um mercado que está em franco crescimento e vai se expandir bastante", ressalta Parise. Ele acredita nisto a partir dos resultados obtidos na empresa em 2010 e no primeiro semestre de 2011. "O ano de 2010 foi o melhor ano da IPACOL até então, tanto em faturamento como em máquinas produzidas. No primeiro semestre de 2011 tivemos um crescimento de 22% em relação ao primeiro semestre de 2010".

A CFA 2000 Ipacol possui um índice de 70% de nacionalização. A plataforma de corte possui dois metros de largura e é equipada com dois tambores de grande potência, fabricada pela Pöttinger, através de uma parceria com a Ipacol. Tem ainda como opcional uma segadeira de discos com condicionador de rolos e largura de trabalho de 3,20 metros. O motor é Mercedes-Benz de 245 cv, eletrônico de última geração e baixo consumo. "E ela mesma pode rebocar o vagão forrageiro, onde será guardado o produto colhido", assinala Antoniolli.

A renovação da linha de tratores, com novos modelos tanto na faixa de menor potência como na de maior porte, foi o destaque da John Deere na mostra gaúcha. Segundo João Pontes, diretor de Marketing para América Latina, a aposta nos novos lançamentos reflete-se diretamente no ritmo de produção da fábrica de Montenegro, que duplicou o número de modelos produzidos desde 2008, ano de sua inauguração. "A fábrica produzia então oito modelos e, com os novos lançamentos, já estamos oferecendo aos agricultores 16 modelos diferentes de tratores produzidos no Brasil", ele afirma.

Para Alfredo Miguel Neto, diretor de Assuntos Corporativos para América Latina, a diversificação de produtos e serviços acompanha a estratégia global da empresa. "Investimos no mundo US$ 2,7 milhões em pesquisa e desenvolvimento todos os dias. E aqui no Brasil, com nossa ampla rede de concessionários, somando hoje 214 pontos de venda, podemos oferecer cada vez mais acesso às tecnologias agrícolas, contribuindo para o aumento da produção no campo e resposta à crescente demanda por alimentos", ele analisa.


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