O
modelo avulso tem sido apresentado pela Bridgestone, que anunciou
que o engenho para controlar pneus faz parte de seus investimentos
em softwares de gerenciamento de frotas para o qual já
investiu no Brasil mais de R$ 5 milhões. Com ele, o usuário
pode monitorar o ciclo de vida do pneu e acessar informações
como marca, modelo, identificação numérica,
dimensão e desenho da banda. Todos esses dados auxiliam
no gerenciamento e na redução de custos. O chip
é comercializado em uma 'tag' - bolsa de borracha feita
em material resistente que possibilita a colagem no pneu e,
que, uma vez acoplada não pode ser removida.
Os primeiros protótipos do modelo oferecido pela empresa
foram desenvolvidos no ano 2000. Até que se obtivesse
a versão ideal, no final de 2008, foi necessária
a realização de uma série de testes, principalmente
quanto à resistência e flexibilidade. Nos dois
anos seguintes, a unidade continuou promovendo testes para assegurar
a qualidade da versão. As vendas foram iniciadas em fevereiro
deste ano e a aceitação por parte dos usuários
tem ocorrido de forma positiva, conforme aponta Ricardo Drygalla,
gerente de Marketing da Bridgestone Bandag no Brasil.
"Optamos por oferecer o chip separado do pneu levando em
conta as possibilidades de democratização e de
flexibilidade que esse modelo oferece. O lançamento é
recente, mas já notamos que há muito interesse
por parte dos usuários, por isso, acreditamos que a introdução
dessa ferramenta deverá ser rápida no País.
Ele destaca que, quando se fala em chip, é importante
lembrar que trata-se de um dispositivo eletrônico que
recebe e envia dados armazenados e que ele, por si só
não é uma novidade, haja vista que essa ferramenta
já está disponível em diversos setores
da economia. "A novidade é sua função
no pneu. A atenção que estamos dando ao chip,
como fabricante, não é quanto ao produto, mas
sim como um dispositivo que integra um sistema de informação
que é muito maior e de grande utilidade ao usuário",
ressalta.
Funcionalidades
Drygalla explica que três pontos são os principais
benefícios dessa nova integração: o controle
patrimonial do pneu, o sistema de gerenciamento e a recuperação
de dados acumulados (controle). A grande utilidade do chip é
quanto à identificação precisa dos pneus.
A ideia de aplicá-lo nesse segmento nasceu no setor rodoviário,
no qual um problema muito comum era exatamente o extravio dos
pneus durante a utilização, seja por conta de
trocas ou de vendas. "Com o chip esse risco é anulado,
pois é possível ter a certeza de que o pneu que
sai da garagem é o mesmo que volta", acrescenta.
No caso do segundo ponto, o chip representa um avanço
no gerenciamento que, até então, era feito apenas
de forma manual com a utilização de 'número
a fogo' - marcação na lateral do pneu feita com
um ferro aquecido. "Nesse processo, o profissional responsável
anotava o número de identificação e o levava
para um controle central e, muitas vezes, o erro acontecia na
própria transcrição dos dados ou mesmo
pela própria dificuldade de se enxergar o número
gravado. Este é mais um problema que o chip elimina,
pois na medida em que aproximamos o pneu de uma leitora com
o sinal de radiofrequência a identificação
é precisa, sem a necessidade de intervenção
humana", descreve, observando que os chips, no caso da
Bridgestone, possuem código aberto, ou seja, qualquer
dispositivo de leitura consegue acessá-lo.
Sobre o terceiro ponto, o gerente esclarece que, por inúmeras
razões, era natural que durante o processo algumas informações
registradas no sistema acabassem se perdendo. Com a chegada
do chip, o armazenamento do histórico é possível.
"O sistema de gerenciamento, além de apresentar
esses dados, funciona como sistema preventivo, que pelo acúmulo
dos dados consegue cruzar informações e predizer
o que pode vir acontecer com determinado pneu, em determinado
momento, aconselhando trocas, rodízios, manutenção
e permitindo que se comparem os pneus da frota. Antes, para
inspeção manual de um caminhão com dez
posições, gastava-se cerca de uma hora e agora,
com o chip e demais ferramentas que o sistema dispõe,
esse tempo cai para 15 minutos. É essa a experiência
rodoviária que agora estamos passando para as empresas
rurais".
A vida útil do chip é indeterminada, sendo suficiente
e até mesmo maior que a vida útil do próprio
pneu. A empresa relata que existem alguns que estão em
trabalho a cerca de cinco anos. "Nosso foco é a
tecnologia a favor do usuário, ou seja, nos colocamos
como um provedor de soluções no mercado. Uma solução
que chega de forma completa e integrada, não apenas na
questão do chip, mas sim a tudo referente a essa tecnologia,
levando, primordialmente, uma informação precisa,
confiável e inteligente que visa ajudar o setor, seja
ele rodoviário ou agora agrícola também,
a reduzir seus custos. Essa é a nossa preocupação
e nossa rede está orientada no mesmo sentido para prestação
de serviços adequados para o beneficio do usuário".
Instalado de fábrica
O primeiro pneu de caminhão com chip instalado de fábrica
da América Latina é a novidade da Goodyear. Segundo
a empresa, com esse modelo o custo de instalação
do produto é minimizado e o cliente tem mais facilidade
para aderir ao serviço. O chip faz parte do sistema Goodyear
Tire IQ, que possibilita eficácia no controle na gestão
de uma frota por meio da aplicação de um chip
eletrônico em cada pneu, que transmite informações
sobre o status de cada unidade monitorada para um sistema de
gerenciamento on line. Os objetivos também são
a redução do custo operacional com manutenção
e reposição dos pneus, além de contribuir
para a preservação do patrimônio investido
na frota.
O sistema monitora eletronicamente com precisão os dados
que são transmitidos, com ou sem fio, para o software
de controle de pneus RS Web, que pode ser acessado pela Internet
a partir de qualquer computador. |