De
acordo com ela, esse conhecimento é indispensável,
principalmente, devido a grande diversidade de alimentos existentes
e de subprodutos utilizados nas formulações
de rações para suínos. "O entendimento
das informações dos valores, composição
química, energética e digestibilidade dos alimentos,
além de necessário, é essencial na busca
de redução dos custos e da melhor produtividade",
garante.
Ao contrário do que acontece em algumas outras criações,
nas quais os produtores estão atentos ao começo
da estação de seca na maior parte do País,
ela explica que para a suinocultura não é aplicado
um programa nutricional para este período específico,
pois os porcos são animais confinados que consomem
praticamente o mesmo tipo de dieta ao longo do ano, alterando
apenas alguns ingredientes, quando necessário. "As
rações destinadas aos suínos são
fornecidas ao longo de todo ano, garantindo o melhor desempenho
dos animais. A demanda nutricional é conhecida em cada
uma das fases (creche, crescimento e terminação)
e os produtos são formulados especificamente, em termos
de proteínas, vitaminas, minerais, energia, entre outras,
para atender essas demandas nutricionais", ressalta Francine
Taniguchi Falleiros.
Em relação aos custos com a alimentação
de suínos, Jorge Pacheco, gerente de vendas Nutriserviços
da Guabi, considera que, em média, esses gastos no
Brasil correspondem entre 65 a 70% dos custos nas granjas
estabilizadas e de ciclo completo. Os suínos industrializados
são alimentados basicamente com milho, farelo de soja
e farelo de trigo, além dos suplementos vitamínicos
e minerais. "Temos algumas diferenças nas fases
pré-iniciais e iniciais, quando as exigências
dos animais nestas fases são maiores e estes necessitam
de ingredientes nobres, de alta digestibilidade e alto valor
biológico, para expressarem todo seu potencial genético,
tais como: soro de leite em pó, leite em pó,
plasma, enzimas, aminoácidos e aditivos. Essas rações
apresentam características próprias e são
marcadas pelo seu alto custo, mas baixo consumo", destaca.
Segundo ele, o planejamento da alimentação na
suinocultura moderna está relacionado ao consumo de
ração de cada fase (conforme tabela 2).
O gerente detalha que nas fases pré-iniciais e iniciais
os suínos consomem 15 % de toda a ração
produzida na granja. Nestas fases, há a participação
de suplementos vitamínicos e minerais, que em média
apresentam inclusão de 30%. O restante é dividido
entre o milho, farelo de soja, óleo e açúcar.
Já nas fases de recria e terminação o
consumo é de 68 % da ração produzida.
Ele acrescenta ainda que os suplementos são responsáveis
por apenas 4 % da inclusão na ração e
nos outros 96% são utilizados milho e farelo de soja.
As fases de reprodução consomem 17% do total
produzido na granja. A ração é composta
96% de milho, farelo de soja e trigo, os outros 4% são
de inclusão de suplementos.
"Em todas as fases de produção a participação
do milho, farelo de soja e farelo de trigo são essenciais
na formulação das rações e na
composição dos custos das dietas para a produção
de suínos. A aquisição, armazenagem e
a utilização de ingredientes substitutos ou
alternativos (sorgo, milheto, casca de soja, farelo de arroz,
gérmem de milho, entre outros) são fatores importantes
para o planejamento da alimentação do rebanho.
As ofertas desses ingredientes dependem da produção
regional de alimento e plantio de outras culturas na safra
de inverno. Já o momento adequado para a aquisição
do milho acontece na safra, garantindo desta forma os melhores
custos para a produção", explica.
Em uma exploração industrial o balanceamento
deverá ocorrer durante todo o ano da mesma forma, conforme
explica Jorge Pacheco. Ele leva em conta que os suínos
passam a vida toda confinados e não têm acesso
à busca de alimentos. "Cada fase de criação
apresenta uma exigência nutricional diferente e devem-se
utilizar fórmulas específicas para cada fase
(pré-inicial, inicial, crescimento, terminação,
gestação e lactação). Há
necessidade de oferecer proteínas, energia, fibras,
cálcio, fósforo, entre outros nutrientes necessários,
para que os animais possam expressar todo seu potencial genético.
A adoção de volumosos e suplementos para melhorar
o desempenho dos suínos ao longo do ano não
se aplica aos suínos", finaliza.
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