O
tratamento de sementes, já amplamente utilizado nas
lavouras brasileiras para o controle de pragas e doenças,
entra em um novo desafio, o combate aos nematóides.
Apesar do pequeno tamanho, a semente é um dos principais
veículos de tecnologia que leva genética à
produção do campo. Com os avanços nas
formas de seu tratamento, ela tem ganhado a possibilidade
de ficar ainda mais potente, garantido produtividade à
lavoura, praticidade e economia ao produtor. Ela por si só
também tem conquistado o status de seguro, uma vez
que tem exercido a função de proteger a população
de plantas, aprimorando o início do cultivo e, a partir
daí, contribuindo para uma melhor produtividade.
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João
Carlos Nunes, gerente de Tratamento de Sementes para a América
Latina da Syngenta, explica que essa tecnologia evita entradas
desnecessárias na fase inicial da lavoura, já
que reduz a necessidade de aplicação foliar
de produtos que normalmente devem ser feitas. "É
importante lembrar que cada vez mais as sementes podem ser
consideradas fortes aliadas do agricultor e do meio ambiente.
O tratamento de sementes tem garantido isso, pois a aplicação
de produtos químicos ou biológicos via esse
processo está muito direcionada. Ela reduz muito o
risco de atingir outros organismos que não são
desejados e mesmo no ambiente a quantidade de produto que
é bem do que quando se faz aplicação
foliar. Esse é um beneficio claro", conta.
O tratamento de sementes serve para diversas finalidades,
sendo a principal delas combater pragas, doenças, insetos
e fungos. No caso da soja e do milho, esse cuidado já
mostrou eficiência no combate de larvas de besouros
prejudiciais às lavouras por se alimentarem de raízes
de plantas. "Com o tratamento de semente consegue-se
de forma bem interessante controlar esse tipo de praga. Outro
muito importante, que é um problema sério no
milho, é o percevejo de barriga verde, também
controlado via tratamento de sementes, que pode causar danos
na ordem de 40% a 50% da produção. Temos um
outro agravante, a cigarrinha, portadora de virose. Ela por
si só não é a praga, mas transmite doença
a uma série de outras culturas e também pode
ser controlada pelas sementes", alerta o gerente.
Segundo ele, vale ressaltar que os fungicidas aplicados via
tratamento podem protegê-las contra doenças que
causam a morte antes mesmo da germinação. Outro
produto que vem sendo amplamente misturado na fórmula
de tratamento de sementes são os micronutrientes, uma
complementação dos fertilizantes.
Considerando a relação custo x benefício,
na prática, ele aponta que uma das vantagens de aplicar
inoculante biológico via tratamento de sementes é
justamente a economia. "O inolulante por hectare tem
um custo bem baixo, cerca de US$ 1 ou R$ 1,80, e isso repõe
a adubação de fertilizantes claramente. Há
economia da mão de obra para adubação
também e no ponto de vista de fungicida. Um levantamento
específico da soja realizado pela Embrapa revela que
ele custa 0,5% do custo de produção, ou seja,
é quase nada visto a importância da proteção
fundamental que ele proporciona", afirma.
A novidade mais recente quanto ao tratamento de sementes é
o combate aos nematóides - vermes específicos,
microscópicos, muitas vezes invisíveis, que
atacam as plantas. Com a chegada dessa inovação,
Nunes acredita que o interesse e adesão dos produtores
ao uso de sementes tratadas deve aumentar ainda mais, já
que o potencial de utilização já é
grande devido a praticidade e qualidade dos resultados obtidos.
"Os agricultores já perceberam as vantagens quanto
à segurança em relação a outras
tecnologias de aplicação, que há menos
riscos de exposição do aplicador e uma série
de outros benefícios. No Brasil, já adotam as
sementes tratadas em grande escala em culturas como a soja
e o milho. Cerca de 80% das sementes no Brasil são
tratadas com fungicidas e inoculantes, o que representa um
nível alto. Nas sementes híbridas do milho,
quase a totalidade delas recebem aplicação de
fungicida já na indústria via esse tratamento",
diz.
Ele pontua que o produtor não tem resistência
quanto ao uso dessa tecnologia. O que há ainda é
uma mudança de cultura porque antes o produtor fazia
essa atividade na propriedade. "Em geral, o agricultor
tem recebido muito bem a mudança do local de tratamento.
Agora a preocupação de abrir o saco de semente,
regular a máquina e plantar. Para quem tem grandes
áreas, isso facilita muito o trabalho. E quem é
pequeno produtor também tem vantagens, porque geralmente
não tem o equipamento para tratar a semente, então
é menos uma preocupação que ele tem em
termos de operação".
A Syngenta, que considera essa uma das áreas mais importantes
de atuação, está otimista quando ao futuro
dessas sementes e investindo para crescer. Para isso, de acordo
com o gerente, ela tem aprimorado suas pesquisas e desenvolvimento
em todo o mundo e buscado estar ao lado do produtor, através
de sua equipe e parceiros, levando informações
para garantir que eles obtenham o máximo aproveitamento.
"E para 2011 pretendemos intensificar nossas ações
e participação em eventos nacionais e regionais.
Realizando ainda dias de campo para levar, além da
tecnologia, orientação ao produtor", resume.
As principais unidades da empresa no País que trabalham
com tratamento de sementes são o Seed Care Institute,
em Holambra (SP), onde é feito todo o desenvolvimento
de produtos, e a unidade de Paulínia (SP), que trabalha
com as formulações. Há também
as unidades de beneficiamento em Formosa (GO), Ituiutaba (MG)
e Matão (SP).
Evento já confirmados para o primeiro semestre:
- Showrural Coopavel - Cascavel (PR) - 7 a 11 de fevereiro
- Feicana - Araçatuba (SP) - 15 a 17 de fevereiro
- Expodireto Cotrijal - Não-me-toque (RS) - 14 a 18
de março
- Fenicafe - Araguari (MG) - 6 a 8 de abril
- Tecnoshow Comigo - Rio Verde (GO) - 12 a 16 de abril
- Agrishow - Ribeirão Preto (SP) - 2 a 6 de maio
- Expocafe - Três Pontas (MG) - 14 a 17 de junho
- Hortitec - Holambra (SP) - 15 a 17 de junho
- Copercana - Sertãozinho (SP) - 22 a 26 de junho
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