Em
março, o fundo do poço para os preços
da soja em 2010, as baixas nas cotações da Bolsa
de Chicago (CME/CBOT) deveram-se a maiores estoques do grão
norte-americano e a previsão de maior área plantada
para na safra subsequente.
Já,
em novembro, o pico de valorização foi influenciado
pela estabilidade dos preços, tanto no mercado interno
como no externo, o que levou os produtores brasileiros a efetuarem
vendas antecipadas, garantindo renda satisfatória para
boa parte da produção, segundo as análises
do Cepea.
DEZEMBRO. O ano de 2010 finalizou com preços do grão
e derivados em alta. Segundo o Cepea, esse foi o resultado
do crescimento da demanda internacional pelos produtos e de
possível redução da produtividade agrícola
na América do Sul. A média da saca, pelo Indicador
Soja Cepea/Esalq, em dezembro, ficou em R$ 48,52.
MILHO
Acompanhando o comportamento da soja em 2010, os preços
da saca de 60 kg de milho também começaram mal
e teve o que comemorar no fim do ano. Pior, por outro lado,
os produtores que dependem do grão para o fornecimento
de dietas para criação de aves, suínos
e, bem como, a bovinocultura de corte. Em média, o
ano de 2010 terminou com saldo positivo - a valorização
da saca ficou 2,34% acima da verificada em 2009 e, ao longo
do ano passado, o preço valorizou-se 38,66%, segundo
o levantamento de preços do Cepea, Indicador Milho
Esalq/BM&FBovespa - Região de Campinas (SP). A
média anual de 2010 ficou em R$ 21,51 a saca, e R$
21,02, em 2009. Em 23 de novembro foi registrada a maior cotação
do ano, R$ 29,09 a saca, enquanto que a pior foi em 3 de maio,
R$ 17,97. A baixa do grão, que entrara em estado crítico
em abril, deveu-se ao expressivo excedente no mercado interno
e nem mesmo o dinamismo no setor de carnes resultou em crescimento
significativo da procura. Dessa forma, produtores consultados
pelo Cepea mantiveram as atenções voltadas para
a colheita e comercialização da soja. Paralelamente,
seguiu a expectativa de que o governo pudesse abrir os cofres
e favorecesse as negociações do milho para os
mercados interno e externo. Em contrapartida, em novembro,
os preços no Brasil foram sustentados pela demanda
firme, favorecida, em alguns momentos, pela intervenção
governamental, que ofertou milho a preços praticamente
iguais aos verificados no mercado spot. No mercado externo,
nos momentos de alta, as cotações foram influenciadas
pelas notícias de que a produtividade das lavouras
norte-americanas deveriam ficar aquém da esperada.
Estimativas também indicaram um possível aumento
da demanda mundial pelo cereal.
DEZEMBRO. Entre 30 de dezembro de 2009 e 30 de dezembro de
2010, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa teve forte alta de
40,42%, fechando a R$ 28,28 a saca. De modo geral, desde o
início de 2010, as atenções de agentes
estiveram voltadas ao clima e às atividades de campo,
conforme pesquisas do Cepea.
CANA
O setor sucroalcooleiro se mostrou eficiente em preços
ao longo de 2010. A valorização do açúcar
cristal no ano passado ficou 25,41% superior frente às
médias de preços registrada para o produto em
2009, de acordo com Indicador Açúcar Cristal
Cepea/Esalq (Estado de São Paulo). A média da
saca de 50 kg ficou em R$ 60,33, ao passo que em 2009 a média
alcançada foi de R$ 48,10. A cotação
máxima do produto foi de R$ 76,40, verificada em 29
de dezembro, no entanto, houve quedas significativas de abril
a maio, com recuperação de preços a partir
de julho - foi justamente neste mês (dia 6), que fora
registrada a cotação mais baixa do ano, R$ 39,99
pela saca. Segundo o Cepea, a melhora das condições
climáticas no Estado de São Paulo a partir da
segunda semana de abril aumentou a disponibilidade de açúcar
no mercado brasileiro, o que pressionou as cotações
do produto. Compradores consultados pelo Cepea, atentos ao
movimento de baixa nos preços, evitaram a aquisição
de volumes expressivos, na expectativa de novas quedas. Mais
ao final do mês, o recuo nas cotações
foi intensificado devido à necessidade de "fazer
caixa" por parte das usinas. A reação positiva
verificada expressivamente de setembro a outubro deveu-se
principalmente a redução dos estoques mundiais,
que têm baixado desde 2008.
DEZEMBRO. No dia 30 de dezembro, o Indicador do Açúcar
Cristal Cepea/Esalq (Estado de São Paulo) fechou a
R$ 76,32 a saca de 50 kg, ligeira alta de 1,01% no acumulado
do mês.
ALGODÃO
Até meados de agosto, os preços do algodão
mantiveram-se estáveis, com valores superiores aos
praticados em 2009. De agosto em diante os preços tiveram
expressiva alta. No geral, média paga por libra-peso
(lp), a prazo para pagamento em oito dias, ficou em R$ 1,8830
- valor 57,93% superior à média apontada em
2009 (R$ 1,1923), de acordo com o levantamentos de preços
pesquisados pelo Cepea/Esalq. Os últimos dias de dezembro
(de 22 a 30) terminaram com os maiores patamares de preços
pela fibra, por R$ 2,9147 lp. O menor foi verificado em 4
de janeiro, em R$ 1,3578 lp. Segundo pesquisadores do Cepea,
o impulso iniciado em agosto veio da demanda, que superou
a oferta do produto no mercado spot. Isso ocorreu porque muitas
têxteis consultadas pelo órgão não
fizeram estoques e/ou contratos antecipados suficientes para
o andamento dos trabalhos de manufatura, aguardando para comprar
naquela época da safra - quando, normalmente, os preços
tendem a cair. No entanto, a oferta da pluma no mercado spot
foi baixa em agosto e, como esses compradores tinham necessidade
imediata da pluma, aceitaram os maiores valores pedidos pelos
vendedores. Ainda segundo pesquisadores do Cepea, Em 2010,
as expectativas que pairavam sobre o setor desde início
do ano se confirmaram, com preços do algodão
em pluma atingindo máximas históricas nos mercados
interno (em termos nominais) e externo. O ano foi marcado
pela demanda firme e restrição de oferta, favorecendo
a redução dos estoques de passagem que, por
sua vez, chegaram à menor relação estoque/consumo
dos últimos 15 anos. O crescimento da demanda foi reflexo
do avanço da economia mundial até de forma relativamente
mais rápida do que agentes esperavam, enquanto a redução
da oferta esteve relacionada à menor área cultivada
e redução da produtividade em alguns importantes
países produtores.
DEZEMBRO. Entre o último dia de 2009 e 27 de dezembro
de 2010, o Indicador Cepea/Esalq (oito dias para pagamento)
teve expressiva alta de 114,86%, fechando a R$ 2,9147 lp,
valor recorde. Na parcial de dezembro, o Indicador subiu 8,69%.
CAFÉ
O arábica se manteve em constante alta ao longo de
2010. Já o robusta iniciou o ano em alta e sofreu queda
no último trimestre. A média final da saca de
60 kg do arábica ficou em R$ 311,02 - 18,32% superior
em relação à média averiguada
em 2009 (R$ 262,86). Papai Noel reservou a maior cotação
do grão em 30 de dezembro em R$ 413,34, em contrapartida,
em 23 de fevereiro, foi a mais baixa, em R$ 271,80. Mesmo
com a maior produção brasileira, segundo a Conab,
de 48,1 milhões de sacas, 22% a mais que a temporada
2009/2010, devido à bienalidade positiva da cultura,
os preços da variedade registraram aumentos significativos
desde junho, quando se iniciou oficialmente a safra brasileira.
As cotações brasileiras do arábica foram
impulsionadas pelas elevações nos preços
internacionais. Em dezembro, na Bolsa de Nova York (ICE Futures),
o contrato de arábica alcançou o maior valor
dos últimos 13 anos. Essa forte alta, por sua vez,
foi justificada pelos baixos estoques mundiais, pelo consumo
crescente e por problemas climáticos em outros países
produtores do grão - como a Colômbia, que novamente
deve produzir um volume bem abaixo do seu potencial produtivo.
DEZEMBRO. Entre 30 de dezembro de 2009 até o 30 de
dezembro de 2010, o Indicador de Café Arábica
Cepea/Esalq, tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital
paulista, subiu 51,53%. O Indicador Café Robusta Cepea/Esalq,
tipo 6, peneira 13 acima, fechou em R$ 198,29 a saca, acumulando
alta de 16% em 2010.
TRIGO
A situação de preços no mercado de trigo
parece boa aos produtores do Distrito Federal ao longo de
2010. Mesmo com preços estáveis e abaixo dos
praticados em 2009 até setembro, a arrancada a partir
de então foi bem significativa segundo os dados da
Compania Nacional de Abastecimento (Conab). A média
de preços ficou em R$ 33,25.
Cepea, 29 - Mesmo com os triticultores brasileiros desanimados
quanto ao baixo ritmo de comercialização do
cereal em 2010, a produção da atual safra surpreendeu
todos os agentes de mercado, sendo 15% maior do que a colhida
em 2009. Segundo pesquisas do Cepea, apesar do aumento do
volume e da melhora significativa da qualidade do grão,
a liquidez continuou fraca. (Fonte: Cepea - www.cepea.esalq.usp.br
)
Cepea, 5 - A comercialização de trigo brasileiro
parece ser um ponto incerto em 2011, de acordo com pesquisadores
do Cepea. Tradicionalmente, compradores brasileiros dão
preferência ao produto importado e, neste ano, esse
comportamento deve ser acentuado devido ao crescimento da
produção da Argentina. Por outro lado, os menores
estoques mundiais tendem a deixar os preços em patamares
acima da média dos últimos anos - as cotações
finalizaram 2010 nos maiores níveis do ano, segundo
dados do Cepea. Poderia se esperar, então, que esse
comportamento elevasse a paridade de importação
e também os preços domésticos. (Fonte:
Cepea - www.cepea.esalq.usp.br )
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