Em novembro, os preços da soja brasileira caíram
no mercado. O Índice Cepea/Esalq para o produto entregue
no porto de Paranaguá (PR) registrou uma queda de 4,84%
fechando a R$ 40,92 a saca de 60 quilos (kg), em 30 de novembro.
No mesmo período, o Índice Cepea/Esalq (no Estado
do Paraná) de soja caiu 3,64% e fechou em R$ 42,90
a saca. Sobre as exportações, os números
oficiais confirmam o fraco desempenho do grão em novembro.
Durante o mês, foram exportadas 185,8 mil toneladas
(t) um volume 74,3% inferior ao de outubro. No acumulado
do ano, até novembro, foram 28,4 milhões de
t, um volume 19,4% mais baixo se comparado ao mesmo período
no ano passado.
Boi
O período de outubro a novembro é geralmente
marcado pela baixa oferta de gado, no entanto, este ano, o
Índice Esalq/BM&FBovespa do boi gordo (Estado de
São Paulo) registrou uma queda de 4,15% em novembro.
Os preços da arroba, segundo o Cepea fechou em R$ 72,04
o resultado mais baixo desde o final de dezembro de
2007. Quanto à carne, o nível no final de novembro
foi a menor desde maio de 2008, em termos nominais. Estes
níveis de preços no mercado interno são
o resultado de menores exportações no ano. Como
consequência, a oferta no Brasil aumentou. O volume
disponível no mercado brasileiro aumentou, apesar da
redução do número de abates realizados
durante este ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), o número de animais abatidos
no primeiro semestre foi de 10,3% menor do que no mesmo período
de 2008. No mercado atacadista de carne (São Paulo,
capital), os preços pela carcaça caíram
1,47% durante o mês, fechando em R$ 4,70 reais o quilo
(30/11). Os preços do quarto traseiro mantiveram-se
estáveis, em R$ 6,20 o quilo. Quanto ao dianteiro,
os preços caíram 3,2%, fechando em R$ 3,35 o
quilo.
Milho
A liquidez no mercado de milho do País desacelerou
em novembro, de acordo com as análises do Cepea. Tanto
compradores e vendedores não estavam estimulados a
negociações com o produto. Apesar dos atuais
níveis de preços, os produtores de milho só
precisavam de dinheiro para custear as despesas de fim de
ano. Além disso, a colheita da safra de verão
é esperada para esse início de 2010. Em novembro,
o Índice Esalq/BM&FBovespa de milho (Campinas/SP)
sofreu uma queda de 5,85%, fechando a saca no final do mês
em R$ 19,79 a saca de 60 kg. Quanto às exportações,
em novembro, os embarques aumentaram pelo quarto mês
consecutivo, atingindo o maior volume mensal (cerca de 1,09
milhões de t) desde janeiro deste ano, mas não
o suficiente para reduzir a oferta interna.
Cana
Sobre o açúcar, as usinas no Estado de São
Paulo continuaram com a comercialização firme
em novembro, o que mantiveram as médias de preço
estáveis no mês, segundo o Cepea. Esse cenário
foi observado depois que as cotações do açúcar
cristal apresentaram queda na segunda quinzena do mês.
A maioria das usinas tem decidido primeiramente pelo cumprimento
dos contratos anteriores a ter de gerar novos acordos diante
desse período de entressafra, fato que reduziu a oferta
do produto no mercado spot. As exportações também
limitaram a oferta brasileira, o que se manteve em alta de
acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex),
do Ministério de Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior (MDIC). Durante as três primeiras
semanas de novembro, a média diária de preço
em dólar ultrapassou 19,2% em comparação
com outubro. Em novembro, o Índice Cepea/Esalq (Estado
de São Paulo) do açúcar cristal caiu
3,43%, fechando em R$ 55,47 a saca de 50 kg. No que diz respeito
à paridade de preços calculado pelo Cepea, no
mês passado, o açúcar remunerou 58% a
mais do que o etanol anidro no Estado de São Paulo.
Quanto ao etanol hidratado, a vantagem do açúcar
foi de 71%. Quanto à cotação dos preços
de etanol no Brasil, foi registrado uma queda durante a segunda
quinzena de novembro. Nesse período o Índice
Cepea/Esalq (SP) do álcool hidratado foi de R$ 0,9338
o litro (sem impostos), o que significou uma diminuição
de 1,95% em relação ao índice anterior.
Já para o álcool anidro, o índice foi
R$ 1,0819 o litro (sem impostos), fechando com uma queda de
2,61%.
Algodão
Os preços do algodão brasileiro saltaram em
novembro devido a aumentos no mercado internacional e porque
os vendedores se abstiveram das negociações
do produto, segundo a análise do Cepea. Este cenário
ocorreu apesar da resistência de compra da indústria.
Em novembro, o Índice Cepea/Esalq de algodão
tipo 41-4 (entregue na cidade de São Paulo, com pagamento
em oito dias) subiu 5,65%, fechando a R$ 1,2744 a libra-peso.
No mercado internacional, os preços negociados na bolsa
de Nova York atingiram o valor mais alto em 14 meses. A desvalorização
do dólar e a forte cotação de preços
na China impulsionaram os preços do produto. Entre
os dias 23 e 30 de novembro, os contratos de dezembro 2009
aumentaram 0,53%, encerrando a R$ 0,7075 a libra-peso. Já
no último dia de novembro (30), os contratos de março
de 2010 aumentaram 0,27%; os de maio de 2010 subiram 0,65%;
e os de julho de 2010 ficaram 0,74% superiores. Quanto à
atual safra (2009/2010), 34% da produção já
foi comercializada até o dia 23 de novembro. Cerca
de 397 mil toneladas foram negociadas da safra 2009/2010,
na qual 79% foram atribuídos às exportações
e 21% para o mercado interno.
Leite
Os valores pagos aos produtores de leite em novembro tiveram
forte redução, segundo as análises do
Cepea. O principal motivo foi o aumento expressivo do volume
captado em outubro por laticínios/cooperativas. O crescimento
foi de 7,6% em outubro frente ao mês anterior. O ICAP-Leite/Cepea
atingiu o maior nível do mês de outubro desde
o início da pesquisa, em 2004. O volume captado ficou
próximo também dos picos históricos registrados
em dezembro de 2007 e janeiro de 2008. O aumento da captação
deve-se, sobretudo, ao período chuvoso e às
temperaturas mais elevadas nas principais bacias leiteiras,
que favorecem a produção de pastagens. Os preços
brutos praticados em novembro (referentes à produção
de outubro) recuaram 8,8%, ou 6,13 centavos por litro, em
relação ao mês anterior, com a média
ponderada indo para R$ 0,6371/litro consideram-se os
estados do RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA. Neste ano, além
do aumento da oferta, que pressiona as cotações
dos derivados, também a elevada importação
de lácteos a preços relativamente baixos desfavoreceram
os preços de toda a cadeia doméstica. No mercado
internacional, no entanto, as cotações estão
se recuperando, o que pode limitar as compras externas e mesmo
incentivar as vendas nacionais. Em outubro, o leite UHT teve
média de R$ 1,31/litro no atacado estado de São
Paulo, valor 7,25% inferior ao de setembro. Desde janeiro
deste ano, o produto acumula queda de 12 centavos por litro.
O leite em pó foi cotado em outubro à média
de R$ 8,48/kg no atacado paulista, queda de 6,2% frente a
setembro. O queijo mussarela registrou queda de 6,3% no mesmo
período, sendo cotado a R$ 8,73/kg, em média.
Frango
Os preços do frango abatido continuaram sendo influenciados
por características regionais de oferta e de demanda,
sem apresentar uma tendência definida para todas as
praças nos últimos dias. Segundo pesquisas do
Cepea, no atacado da Grande São Paulo, tanto o frango
congelado quanto o resfriado apresentaram ligeiras desvalorizações
de 0,3% e de 0,5%, respectivamente, entre 26 de novembro e
3 de dezembro. Na quinta-feira, 3 dezembro, o congelado foi
negociado a R$ 2,82 o quilo e o resfriado, a R$ 2,56 o quilo
na praça paulista. De modo geral, agentes paulistas
comentam que a oferta ainda é maior que a demanda no
Estado.
Café
Os preços do café arábica seguiram firmes
na quinta-feira, 3 de dezembro, apesar dos poucos negócios
realizados. Segundo pesquisas do Cepea, as comercializações
têm envolvido principalmente grãos mais finos,
destinados para exportações. A menor qualidade
do café, no entanto, tem dificultado o avanço
desses negócios, já que compradores não
estão dispostos a pagar preços mais elevados
por produtos que poderão não ser aceitos no
mercado internacional. Para o arábica, principal variedade
exportada, o Indicador Cepea/Esalq do tipo 6 bebida dura para
melhor, posto na capital paulista, foi de R$ 279,29 a saca
de 60 kg, ligeira queda de 0,2% em relação ao
dia anterior.
Suíno
A redução da exportação de carne
suína de 19% de outubro para novembro diminuiu os preços
do produto no mercado interno. Segundo análises do
Cepea, este cenário frustrou as expectativas de valores
maiores no final do ano. De acordo com a Secex, o volume de
carne suína embarcado no mês foi de 45 mil toneladas,
sendo que o preço em dólar aumentou 6,3%. No
entanto, com o dólar cotado a R$ 1,73 no mês
passado, o preço recebido pelos exportadores em moeda
nacional foi 5,7% superior ao de outubro, com a tonelada da
carne in natura na média de R$ 3.951,07. No balanço,
a receita de US$ 103,7 milhões foi 14% menor que a
do mês anterior. Em novembro, a carcaça comum
desvalorizou 2,3% e a especial 4,3% no atacado da capital
paulista, conforme pesquisas do Cepea. O preço do suíno
vivo também recuou no mês, caindo 2,1% na região
de SP e 6,9% em Erechim (RS).
Arroz
As fortes chuvas que caíram no Rio Grande do Sul nos
últimos dias deixaram produtores bastante preocupados.
De acordo com análises do Cepea, aqueles que já
realizaram o plantio da safra 2009/2010 tiveram o grão
comprometido pelas precipitações. Já
produtores que ainda não cultivaram o arroz, devem
registrar atraso nas atividades de campo em relação
aos anos anteriores. Agentes comentam que, em algumas regiões,
orizicultores podem até mesmo ser impossibilitados
do plantio por conta das chuvas. Quanto aos preços,
depois de cair por sete semanas consecutivas, o Indicador
do Arroz Cepea-Bolsa Brasileira de Mercadorias/BM&F (Rio
Grande do Sul, 58 grãos inteiros) teve pequena alta
de 0,83% entre 23 e 30 de novembro, fechando a R$ 26,50 a
saca de 50 kg na segunda-feira, 30. A comercialização,
de modo geral, manteve-se em ritmo bastante lento, com pequeno
interesse de compra da indústria e praticamente sem
oferta por parte do orizicultor.
Feijão
Pelo Levantamento Sistemático da Produção
Agrícola de novembro, desenvolvido pelo IBGE, a produção
nacional de feijão, considerando as três safras
do produto, está avaliada em 3.512.904 toneladas sendo,
a participação, assim distribuída: 1.650.818
toneladas da 1ª safra (47,0 %), 1.455.066 toneladas da
2ª safra (41,4%) e 407.020 toneladas da 3ª safra
(11,6%). Comparativamente ao levantamento de outubro, a 1ª
e 2ª safras do produto ficaram praticamente inalteradas
registrando, respectivamente, variações negativas
de 0,1% e 0,2% enquanto a terceira safra registrou um incremento
de 0,9%. A exemplo do que se verificou no mês anterior,
as inexpressivas modificações nas estimativas
de produção da 1ª e 2ª safras do produto
foram decorrentes, de uma maneira geral, de ajustes nos dados
finais dessas safras. Quanto ao feijão terceira safra
a variação positiva é resultado do incremento
de 3,3%, em comparação ao levantamento anterior,
na produção de Goiás que, com a informação
dos números finais de colheita, ampliou a área
colhida em 0,7% assim como o rendimento médio obtido,
que cresceu 2,5%.
Trigo
Apesar da baixa qualidade do produto, a comercialização
de trigo no Brasil seguiu lenta nos últimos dias. Segundo
pesquisas do Cepea, este cenário deve se intensificar
nas próximas semanas com a proximidade das férias
coletivas em moinhos e demais empresas consumidoras de trigo.
Alguns moinhos até estão tentando intensificar
o processamento para fazer estoques, no intuito de atender
contratos no início de 2010. Algumas empresas seguem
operando apenas em função dos leilões
governamentais. Em relação aos preços,
entre 1º e 7 de dezembro, a média recebida pelos
produtores do Paraná foi 0,54% menor que a média
de 24 e 30 de novembro; já no mercado de lotes, houve
pequena alta de 0,33%.
Citros
O mercado brasileiro de citros continuou fraco em novembro.
A indústria estava interessada em alguns comércios
e os produtores não estavam satisfeitos com os preços
oferecidos durante o mês. Na segunda quinzena de novembro,
alguns contratos foram negociados para entregar frutos no
futuro próximo, estes negócios foram fechados
em R$ 7,50 por caixa de 40,8 quilos. No início de novembro,
os preços eram R$ 8 por caixa. No mercado local, uma
caixa de 40,8 quilos de laranjas (Pêra, Natal e Valência),
em média, R$ 6,41 em novembro. Quanto limão
tahiti, os produtores estão acelerando a colheita de
gerar maior renda. Os preços de lima ácida Tahiti
devem ser menor no próximo mês devido à
maior oferta, como observado nos anos anteriores. No final
de novembro, as vendas movidas em um ritmo melhor e todo o
volume de lima ácida Tahiti disponíveis foram
vendidos. Em novembro, uma caixa de 27 quilos de limão
Taiti em média 21,53 reais ou 12,45 dólares.
Máquinas
No mês de novembro o comportamento de vendas internas
de máquinas agrícolas no País revelou
o melhor resultado com as colheitadeiras, com um aumento de
39,6% em comparação com o mesmo período
do ano passado, segundo os dados da Associação
Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Apesar da crise, a situação também se
mostrou positiva em novembro à categoria de tratores
de rodas, que superou 22,7% o volume de vendas de 2008. Esse
resultado se deveu principalmente aos programas de financiamento
de tratores de até 75 cavalos desenvolvidos pelo governo
federal e também pelos Estados de São Paulo
e Paraná. Quanto às exportações,
houve uma queda de 28,1% do total de máquinas vendidas
na comparação de novembro 2009-2008. Já
no acumulado de janeiro a novembro, a queda se mostrou mais
acentuada, em 52,2%, em comparação com o mesmo
período do ano passado. Em termos de produção
de máquinas, novembro ficou 3,6% superior a outubro
e 2,4% inferior a novembro de 2008. No acumulado de janeiro
a novembro deste ano, foram 60.055 máquinas produzidas,
resultado 24,6% inferior em relação ao mesmo
período em 2008.
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