o inverno é rigoroso e com chuvas bem distribuídas.Outro
fator variável e fundamental para determinar a cultura
é o solo. A terra roxa do centro do País (São
Paulo, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul) possui
extrema fertilidade, enquanto existem solos mais arenosos,
que não retêm a umidade com tanta facilidade
e não possuem tantos organismos vivos. Mas além
desses fatores que determinam o potencial produtivo de cada
área, existem os que próprio homem intervém,
como os novos cultivares. Desenvolvidos por empresas e órgãos,
como a Embrapa e o Instituto Agronômico de Campinas
(IAC), as cultivares possibilitam a ampliação
da área de plantio e melhores resultados. Além
disso, o homem pode influenciar com estufas, irrigação
e novas estratégias que nascem a cada dia. Com isso,
tempos em tempos as culturas migram e vão tomando espaços
de outras culturas. Aqui vão os números e o
mapeamento das principais culturas desenvolvidas no Brasil,
segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) e da União da Indústria de Cana-de-açúcar
(Unica).
Soja,
a maior do Brasil
A soja é um exemplo de como novas cultivares mudaram
o mapa da produção. No início da década
de 1990 não se plantava o grão na Região
Norte, o que mudou na safra 1985/1986, com as primeiras lavouras
em Rondônia (RO), somando 500 toneladas (t). Três
anos depois safra 1987/1988, Tocantins (TO) começou
a plantar e somou 47 mil t do produto. Depois de mais seis
anos, o Estado de Roraima (RR) também cultivou a soja
com 16,8 mil t, logo na primeira safra, mas parou logo em
seguida. Nos anos de 1997/1998, foi a vez do Pará (PA)
entrar na cultura com 5,5 mil t. Já em 2001/2002 o
Estado de Amazonas (AM) também começou a cultivar,
mas parou depois de cinco safras. Os demais estados continuam
produzindo, que somam 22 mil t em RR, 326 mil t em RO, 208
mil t no PA e 856 mil t no TO, ao todo, já são
1,4 milhão de t no Norte do Brasil, na safra 2008/2009.
Apesar das alterações e da chegada da soja na
região, essa produção representa hoje
cerca de 2,5% do total produzido no Brasil (57 milhões
de t).
O grão sempre foi muito forte na Região Sul
e no Centro-Oeste do País, pois as áreas obtêm
as melhores condições para o cultivo. Os números
mudam ano a ano e o resultado da safra 2008/2009 mostra produção
de 18,3 milhões de t no Sul, enquanto que no Centro-Oeste
foram mais 29,1 milhões de t. Quatro milhões
de t na Região Sudeste, abrangendo os Estados de São
Paulo (SP) e Minas Gerais (MG). O terceiro em produção
é a região Nordeste, com 4,2 milhões.
Milho,
o grão de ouro
Sendo a segunda cultura em quantidade, com 50 milhões
de toneladas no País, o milho é cultivado em
100% dos Estados. A maior produtividade é a da Região
Sudeste, com média de 4,8 mil kg/ha, sendo Minas Gerais
(MG) o estado com a melhor média, de 5,026 mil kg/ha,
e o Rio de Janeiro (RJ), com a pior, 2,4 mil kg/ha. Apesar
do Sudeste apresentar melhor média, é o Estado
de Santa Catarina (SC) que apresenta a maior média
por estados, com 5,029 mil kg/ha. Apesar disso, é o
Paraná (PR) que apresenta a maior produção,
com 11,1 milhões de t, seguido de Mato Grosso (MT)
com 7,2 milhões de t e MG, com 6,4 milhões de
t.
A divisão por regiões mostra que o Sul colheu
18,7 milhões de t na safra 2008/2009, enquanto o Centro-Oeste
somou 14,7 milhões de t e o Sudeste 10,8 milhões
de t. O Norte e Nordeste são os estados com menor produtividade,
2,4 mil kg/ha e 1,5 mil kg/ha, respectivamente, e apesar do
Nordeste ter a pior produtividade, planta em maior área
do que o Sudeste, com três milhões de ha contra
2,24 milhões de ha.
Cana:
aguardente para comemorar
Entre as principais culturas do País, a cana-de-açúcar
é a que mais cresceu desde a safra 2000/2001, com 120%.
Naquela safra, foram colhidas 257 milhões de t, enquanto
na 2008/2009 foram 568 milhões de t. O Estado de São
Paulo (SP) é o maior produtor com mais de 50% da produção
nacional, sendo 346,2 milhões de t - montante superior
a safra nacional de 2000/2001. Depois de SP, vem PR e MG,
com 44,8 milhões de t e 42,4 milhões, respectivamente.
Na sequência vem Goiás (GO), 29,4 milhões
de t, Alagoas (AL), com 27,3 milhões de t, Pernambuco
(PE), com 18,9 milhões de t, Mato Grosso do Sul (MS),
com 18 milhões de t e Mato Grosso (MT), com 15,2 milhões
de t. A safra 2008/2009 ficou em 568,9 milhões de t,
significando aumento de 14% em relação à
safra anterior, de 495,7 milhões de t colhidas em todo
território nacional.
Café,
o pretinho básico do Brasil
O café é produzido basicamente na Região
Sudeste, que é responsável por mais de 80% do
total nacional. Somando os Estados de Minas Gerais (22,9 milhões
de sacas), Espírito Santo (10,5 milhões de sacas),
São Paulo (4,7 milhões de sacas) e Rio de Janeiro
(0,2 milhões de sacas), chega-se a 38,5 milhões
de sacas beneficiadas. Além desses Estados, Paraná
(2,3 milhões de sacas), Bahia (2,2 milhões de
sacas) e Rondônia (1,6 milhões de sacas), completam
a produção nacional do fruto. O que chama a
atenção é a volatilidade da produção,
já que da última safra para a atual, o aumento
foi de 35%, sendo que da safra 2006/2007 para 2007/2008 teve
queda de 21%.
Feijão,
o ferro brasileiro
Outra cultura produzida em todos os estados. O Paraná
é o destaque, com 723,2 mil t produzidas na safra 2008/2009,
sendo o Amapá com a menor quantidade, apenas 1,4 mil
sacas. A região Sul é a maior produtora, com
1 milhão de sacas na última safra, seguida de
perto pelo Nordeste (932 mil), Sudeste (926 mil) e Centro-Oeste,
com 475 mil sacas. Por último está a Região
Norte, com 141 mil sacas.
Arroz,
o grão essencial
O grão mais consumido no planeta, o arroz é
produzido em praticamente todos os estados brasileiros, resultando
em 12,6 milhões de t na última safra. Número
muito próximo ao que foi colhido na safra de 2007/2008,
12 milhões de t. O pico de produção do
grão foi em 2004/2005, com 13,3 milhões de t,
sendo que após a queda de produção em
2005/2006, para 11,7 milhões de t, o montante subiu
ano a ano. O Nordeste é a região que destina
o maior espaço para a cultura, com 1,2 milhão
de hectares, contra 1,1 milhão da Região Sul.
Mas a diferença de produtividade faz com que o Sul
tenha praticamente nove vezes mais arroz que o Nordeste. No
Sul, a produtividade é de sete kg/ha, enquanto no Nordeste
é de 1,5 kg/ha, resultando em 9,1 milhões de
t no Sul e 1,1 milhão de t no Nordeste. O Sudeste é
a região com menor produção, com 214
mil t, enquanto o Centro-Oeste produz 1,2 milhão de
t e o Norte com 943 mil t.
Trigo,
domínio sulino
A cultura do trigo é produzida exclusivamente na Região
Centro-Sul do Brasil, com grande ênfase especificamente
no Sul, responsável por 92% da produção
total de seis milhões de t. No Centro-Oeste são
produzidas 167 mil t e no Sudeste outras 265 mil t, sendo
o restante, 5,583 milhões para o Sul. Os estados do
Paraná (PR) e Rio Grande do Sul são os maiores
produtores com 3,2 milhões de t e 2 milhões
de t de trigo, respectivamente, na safra 2008/2009.
Laranja,
fonte de suco mundial
A produção nacional da fruta se mantém
regular desde 2001, quando foram colhidas 416 milhões
de caixas de 40 kg. Em 2008, o montante chegou a 411 milhões
de caixas, mostrando a regularidade, já que no intervalo
de 2001 até 2008 não se passou da casa das 400
milhões de caixas. Esta é mais uma cultura com
destaque para a Região Sudeste, que concentra 376 milhões
de caixas na região sobrando apenas 35 milhões
para serem divididas entre as outras quatro. A Região
Sul colheu 23 milhões, sobrando 3,4 milhões
para o Centro-Oeste, 5,5 milhões para o Norte e 2,2
milhões para o Nordeste.
Algodão,
fonte de tecido e óleo
A produção nacional de caroço mostra
queda de 26% da safra 2007/2008 para 2008/2009. Apesar da
disso, a região Norte teve incremento de 45%, passando
de 3,7 mil toneladas para 5,4 mil. Já as demais regiões
tiveram queda de até 40%, como é o caso do Sudeste.
O Centro-Oeste é o maior produtor atingindo 1,1 milhão
de t de caroço em 2008/2009, enquanto o Nordeste possui
620 mil t. Em números modestos, Sudeste produziu 50
mil t e o Sul oito mil. O Estado líder em produção
é Mato Grosso, responsável por 936 mil t, aproximadamente,
50% da produção nacional. O mesmo fenômeno
ocorre com a produção de pluma, que apresenta
queda semelhante ao caroço, de 26%. E nas regiões,
o aumento no Norte é pouco maior que o de caroço,
com 47%, contra 40%. Já a queda nas demais regiões
é praticamente a mesma, sendo mais acentuada no Sudeste,
com queda de 38%. A safra total 2008/2009 foi de 1,1 milhão
de t, contra 1,6 milhões na anterior.
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