Instituto Biológico porque procura atender ao pequeno
agricultor, que geralmente carece de informação
técnica necessária, principalmente por trabalhar
com diversas culturas. Outro foco do programa é oferecer
condições da pessoa se manter no campo,
explica Antonio Batista Filho, diretor geral do IB. No primeiro
momento, o instituto está buscando dar um formato ao
programa, para futuramente adequá-lo ao restante do
estado.
Segundo o diretor, o programa visa levar informação
para onde está situado o agricultor. Um fator
importante do projeto é realizar os trabalhos em áreas
onde estejam centralizados os produtores. O instituto vai
até onde o produtor trabalha, na região específica
que concentra cada cultura, explica.
O programa se estabelece em duas partes. A primeira é
observar a demanda do produtor. A partir daí, o IB
busca a informação e elabora a formade transmiti-la.
Em alguns casos, existem pragas recentes que ainda não
conhecemos e temos que ir a campo estudá-la, como no
caso do chuchu, explica o pesquisador do IB, Miguel
Francisco de Souza Filho. Segundo ele, a cultura não
contém estudos sobre manejo e os produtores acabam
utilizando produtos destinados a outras culturas. Visitamos
18 produtores da região de Amparo (SP), onde realizamos
entrevistas e analisamos a lavoura para começar um
trabalho de identificação. Posteriormente será
realizada a apresentação aos produtores,
explica.
A partir do estudo apurado pelos pesquisadores, é elaborada
uma apresentação em formato de palestras ou
como dia de campo. Estão programados 22 eventos em
2009 para disseminar conhecimento. Até o momento, foram
realizados quatro eventos, onde foram abordados os temas de
avicultura, suinocultura, saúde animal e a cultura
do morango.
Atualmente, são 130 pesquisadores do IB distribuídos
pelo estado, que estudam assuntos relacionados à sanidade
para produzirem material suficiente em todas as áreas
com demanda.
Agricultura
familiar em São Paulo
O Estado de São Paulo possui 150.200 propriedades agrícolas
consideradas familiares, segundo o Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra). Para se enquadrar a propriedade
deve ter mais pessoas da família atuando do que trabalhadores
contratados, além de ser menor do que 100 hectares
(ha). Apesar de representar 68,9% das propriedades, a agricultura
familiar obtém apenas 24,5% do total de terras, com
pouco mais de quatro bilhões de ha.
Em algumas atividades agrícolas, a propriedade familiar
predomina com mais de 60% de atuação, como é
o caso do amendoim, cebola, batata, feijão, fumo, mandioca,
tomate, uvas, sisal, suínos e frangos. Além
disso, há diversas atividades em que a maior parte
da produção provem dessa gestão, como
é o caso do leite, do cacau e do café. O
programa, além de contribuir para o produtor melhorar
a renda devido a maior qualidade do produto, visa manter o
homem no campo, explica Batista Filho, diretor do IB.
Para Renato Luis Luciano, pesquisador do IB, o programa veio
em boa hora já que muitos estudos acadêmicos
não saem de livros e dos laboratórios, e acabam
não sendo aproveitados por quem realmente precisa.
Os institutos de pesquisa ficam muito centrados em gerar
conhecimento e às vezes perdem o foco de transmitir
a quem necessita. A informação é algo
fundamental, principalmente ao produtor familiar, explica.
Sanidade avícola
A cidade de Amparo, localizada a 130 quilômetros da
capital paulista, é um dos maiores centros avícolas
do estado, com 184 granjas espalhadas pelo município,
sendo que 80% desse número corresponde a propriedades
de até 50 ha.
O IB tem apoio da Agência Paulista de Tecnologia dos
Agronegócios (APTA) e da Coordenadoria de Assistência
Técnica Integral (CATI), além de sindicatos
e associações regionais. Um exemplo dessa parceria
ocorreu durante a palestra para os avicultores em Amparo.
Na ocasião, o IB e a APTA tiveram o apoio do Sindicato
Rural de Amparo e da Casa da Agricultura da cidade, para a
divulgação do evento.
O palestrante do dia foi o pesquisador científico do
IB, Renato Luis Luciano, que falou efetivamente sobre sanidade
animal, bem estar das aves e controle de ectoparasitos. Sanidade
avícola e bem estar animal são dois assuntos
importantíssimos dentro da cadeia avícola, que
hoje é um setor muito tecnificado, e o pequeno agricultor
terá que se adequar para não sofrer, explica
Luciano.
Segundo o engenheiro agrônomo da Casa da Agricultura
de Amparo, Ricardo Moncorvo Tonet, eventos como este são
necessários aos produtores da região, que não
têm muitas alternativas para buscar conhecimento. Os
avicultores devem seguir normas muito rígidas e usar
tecnologia, então essas informações são
essenciais, até porque boa parte do produto é
destinado à exportação, afirma
Tonet.
Os avicultores presentes na palestra esperavam diminuir a
ocorrência de doenças sistemáticas nas
granjas. Vim para tirar algumas dúvidas e saber
o que posso fazer para melhorar a minha propriedade, trazendo
crescimento para a produção, afirma José
Ronaldo Moro. O produtor cria 30 mil aves na propriedade de
30 mil metros quadrados, em Amparo.
Alguns avicultores chegam à palestra com dúvidas
pontuais, mas acabam aprendendo detalhes que não conheciam,
como é o caso de Diogo Luis Piffer. Vim para
tirar as dúvidas sobre a Instrução Normativa
nº 56 do Ministério da Agricultura, a qual estabelece
diversas regras para a avicultura, mas ao mesmo tempo não
deixam claras algumas regras. Além de esclarecer essa
dúvida, acabei conhecendo detalhes essenciais na granja,
afirma. O produtor também é de Amparo, trabalha
com matriz de corte e produção de ovos.
Próximos eventos
A palestra mais recente foi Incentivando a sustentabilidade
da criação familiar de suínos,
que aconteceu dia 25 de setembro, em Monte Alegre do Sul.
Até o final do ano, estão planejadas outros
19 assuntos, entre eles o Greening, manejo de batata, tomate,
plantas medicinais, mas ainda não estão fixadas
as datas. Para mais informações, os produtores
podem entrar no site do Instituto Biológico, através
do www. biologico.sp.gov.br ou pelo telefone (11) 5087-1700.
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