zona livre de febre aftosa sem vacinação, pela
Organização Mundial de Saúde Animal.
De acordo com as entidades responsáveis, a primeira
etapa da campanha nacional de vacinação contra
febre aftosa, ocorrida em maio, transcorreu com absoluta tranquilidade,
com o mercado devidamente abastecido e alto estoque de doses
disponíveis. Na primeira etapa de vacinação
foram comercializadas 148,5 milhões de doses, sendo
que a demanda total prevista pelo Mapa, para o ano de 2009,
era próxima à demanda de 2008, com de 386 milhões
de doses, explica Emílio Salani, presidente do
Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde
Animal (Sindan). Segundo o presidente da entidade com mais
de 30 anos e 92 associados, mesmo perante a demanda de doses
extras entregues ao Serviço Nacional de Sanidade Agropecuária
e Alimentar da Bolívia (Senasag), devido ao acordo
firmado entre o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes,
e o vice-ministro de Agricultura e Desenvolvimento Rural da
Bolívia, Remy González, em setembro de 2008,
a campanha não sofrerá interferência.
A última doação de vacinas para
a Bolívia foi de dois milhões de doses, onde
dois carregamentos, de 600 e 700 mil doses, já foram
entregues, com previsão de entregar as 600 mil doses
restantes até o fim de 2009. Dentro do total de doses
produzidas no País, este quantitativo representa menos
de 1% da produção nacional, o que não
põe em risco o abastecimento de vacinas para o produtor
brasileiro, diz a coordenadora de Febre Aftosa do Ministério
da Agricultura, Francianne Assis. A cooperação
com a Bolívia é essencial para a erradicação
da febre aftosa do território brasileiro. A faixa fronteiriça
do Brasil com aquele país tem três mil quilômetros
e envolve os Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre
e Rondônia, área coberta pelo plano emergencial
acordado para reforçar as ações conjuntas
de fiscalização. Possuir uma boa estrutura de
vigilância e defesa nas áreas fronteiriças
e apoiar os vizinhos mais carentes são ações
fundamentais atualmente em nosso continente, acrescenta
Salani.
O Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa
Agropecuária, afirmou que outras ações
estão sendo realizadas em parceria para avançar
no processo de erradicação da febre aftosa.
Outra ação de destaque que vem sendo criteriosamente
conduzida pela Secretaria de Defesa Agropecuária está
na prioridade dada aos territórios classificados como
áreas de risco como a região do Baixo Amazonas
e dos Estados do Nordeste, diz o presidente do Sindan.
Atualmente o Brasil, que detém uma moderna tecnologia
de fabricação da vacina contra a aftosa, tem
feito ações realizadas por meio do Programa
Nacional de Erradicação da Febre aftosa (PNEFA).
Anualmente, o programa realiza o levantamento da demanda
de vacinas contra a febre aftosa, de acordo com o quantitativo
de rebanhos e prevendo as revacinações conforme
o calendário de cada região. Este levantamento
é encaminhado ao Sindan, que junto às empresas
produtoras, viabiliza a produção das vacinas
para atender o rebanho nacional. Todos os anos a produção
é feita com considerável margem de segurança,
contribuindo para o pleno abastecimento do mercado e suprimento
de todas às necessidades do PNEFA e dos produtores
brasileiros, atesta a coordenadora do Mapa.
Segundo os especialistas, hoje o pecuarista sabe com clareza
que é preferível prevenir a remediar. Essa
conscientização cada vez maior da importância
de manter os animais saudáveis, em conjunto com o trabalho
de parceria desenvolvido entre a iniciativa privada e o governo,
são fatores que garantem o sucesso na produção
e nas exportações de carnes, demonstrando o
empenho do País em manter um sistema de defesa sanitária
eficiente, trabalhando para a erradicação da
doença, diz Salani.
Vacinação
segura
Toda a dose de vacina de febre aftosa que o pecuarista aplica
no gado vem por meio da Central de Selagem de Vacinas (CSV),
que mantém a armazenagem de um estoque de segurança
do medicamento, utilizado apenas em caso de emergência,
estimado atualmente em 60 milhões de doses (aproximadamente
15% do consumo nacional). Todas as vacinas que saem
da Central possuem um selo holográfico que atesta que
a vacina é genuína, ou seja, que passou por
todos os testes de qualidade na indústria e, posteriormente,
nos laboratórios oficiais do governo processo
que dura cerca de nove meses para serem concluídos.
Além disso, há ainda a garantia de que o produto
foi cuidadosamente manipulado dentro das condições
de temperaturas necessárias (entre 2°C e 8°C),
desde a saída da fábrica até o momento
da compra pelo canal de distribuição certificando,
que o processo foi devidamente controlado pelas autoridades,
explica Emílio Salani.
De acordo com o Mapa, o produtor pode encontrar a vacina contra
a febre aftosa à venda nas lojas de produtos veterinários,
licenciadas para o comércio de produtos biológicos,
durante todo o período oficial da campanha de cada
Estado. Caso haja alguma falha no abastecimento das
doses em alguma região, solicitamos que informem o
serviço veterinário estadual que comunicará
ao Mapa. Normalmente, o Sindan é acionado e o abastecimento
é normalizado em poucos dias. Após adquirir
o medicamento, realizar a vacinação e conferir
os quantitativos de animais, o produtor deve apresentar a
declaração de vacinação no escritório
do serviço veterinário estadual para regularizar
seu cadastro, diz Francianne Assis.
Os especialistas também aconselham aos pecuaristas
que ao vacinar o rebanho é preciso reuni-los nos horários
mais frescos do dia; transportar o medicamento em caixas térmicas,
mantendo a temperatura entre 2°C e 8°C; não
vacinar animais doentes; fazer a contenção do
gado, evitando acidentes; a aplicar no local correto, sendo
feito na tábua do pescoço do animal, são
algumas das medidas tomadas para garantir a eficiência
da vacina.
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