Estávamos acostumados com um mercado mais histérico,
que reagia de forma intempestiva ao menor sinal de crise.
Desta vez, ele está dando sinais de amadurecimento.
Até agora, mais de dois meses após o estouro
da crise, nenhum projeto já em andamento foi suspenso
e os negócios continuam acontecendo normalmente, com
prospecções e volume de vendas normal para esta
época do ano, avalia Albim.
Ele reconhece, porém, que o novo cenário poderá
impor algumas medidas restritivas num prazo mais curto, diminuindo
as ações de marketing e investimentos das empresas
ligadas ao agronegócio. De qualquer forma, com
essa reação lenta do mercado, estamos tendo
tempo para nos adequarmos a nova realidade e nos prepararmos
para possíveis dificuldades futuras.
A resposta dos leitores, como sempre, atendeu de forma positiva
as expectativas. Assim como em 2006, este ano a revista
não ofereceu nenhum prêmio ou brinde para os
participantes da pesquisa. Mesmo assim, conseguimos manter
o mesmo índice de adesões, de 85%. Isso facilitou
significativamente nosso trabalho, permitiu que obtivéssemos
a amostragem desejada e reduziu significativamente o tempo
de realização do trabalho, afirma o diretor
da revista, lembrando que, mais uma vez, o Top List foi deixado
sob os cuidados da RW Teleserviços, empresa que também
auxilia a revista na elaboração do Top of Mind,
no meio do ano.
Foram realizadas abordagens em todas as regiões do
país, sendo 39% no Sudeste (incluindo São Paulo,
Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo), 28%
no Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás
e Tocantins), 14% no Nordeste (Bahia, Ceará, Pernambuco,
Piauí e Rio Grande do Norte), 15% no Sul (Paraná,
Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e 4% no Norte (Pará,
Amazonas, Rondônia e Acre) do país, respeitando
os mesmos percentuais de circulação da revista
impressa.
Resultados
Um dos pontos mais significativos a se destacar na pesquisa
deste ano, de acordo com Albim, é que quase todas as
marcas que venceram na edição passada apresentaram
crescimento este ano, comparadas com a performance de 2007.
Poucas foram as empresas que mantiveram a ponta com desempenho
inferior. Os principais destaques ficaram por conta da Matsuda,
Gerdau, Purina, Tortuga, CRV Lagoa, Ciosin e Banco do Brasil.
Todos eles obtiveram percentuais acima dos 50%, ou seja, mais
da metade dos produtores confirmaram sua preferência
por estas marcas. Já a Agroceres, Bayer e Manah, embora
não tenam atingido marca superior aos 50%, chegaram
bem perto disso, e apresentaram domínio super expressivo
em suas categorias. Em nenhuma delas, o segundo colocado alcançou
marca superior aos 10%.
Com a estréia de algumas categorias e a saída
de outras, o Top List deste ano manteve o mesmo número
de itens para responder. Poucas foram, na edição
2008, as empresas que conseguiram vencer em mais de uma categoria.
A honraria ficou restrita a Coimma (vencedora em Troncos e
Balanças), a Honda (roçadeiras e motobombas),
Merial (carrapaticida e anti mosca dos chifres, com o produto
TopLine), DeLaval (ordenhadeiras e tanque de resfriamento)
e a Pfizer, a única a ganhar em três categorias
(vermífugo - com o produto Dectomax -, vacinas reprodutivas
com produto Cattle Master -, e vacinas). Embora, tecnicamente,
não tenham vencido em duas categorias, a Monsanto (com
Agroceres em sementes e Roundup em herbicidas) e Intervet
Schering (com Ciosin em estimulador de cio e Coopers em vacinas
para aftosa) também merecem igual deferência.
A categoria estreante vacinas para aftosa trouxe
um resultado interessante. Depois de já ter indicado
esta tendência no Top of Mind deste ano, a categoria
trouxe também a Coopers como vencedora, marca que havia
sido retirada do mercado há poucos anos e que acaba
de ter sua volta anunciada pela Intervet-Schering, pela força
e confiança conquistada junto aos pecuaristas. A partir
de agora, a empresa volta a utilizar a marca no mercado e
a trabalhar de forma bastante agressiva na divulgação
da Oleovac, a vacina da Coopers para a febre aftosa.
Outras duas categorias estreantes trouxeram resultados similares
aos obtidos no Top of Mind deste ano. Em colhedora de cana,
a Case reinou absoluta, com números, inclusive, superiores
aos da pesquisa do meio do ano, atingindo 21%. Já em
vacinas reprodutivas, a Cattle Master foi a grande vencedora,
com 13%. Vale ressaltar que, além dela, outro produto
da Pfizer apareceu entre os cinco primeiros nesta categoria:
Fortress.
Top
List x Top of Mind
Embora em muitas categorias, o Top List aponte vencedores
e apresente números bem semelhantes aos do Top of Mind,
é sempre importante lembrar as diferenças entre
as duas pesquisas realizadas pela Revista Rural. Co-existindo
há sete anos, a pesquisa Top of Mind Rural e o Top
List, divulgadas com um intervalo de seis meses entre elas,
ainda causam certa confusão em boa parte dos profissionais
de marketing. Por essa razão, Flávio Albim faz
questão de ressaltar suas significativas diferenças:
"Ao contrário do Top of Mind, onde o que vale
é a força dos nomes de marcas e produtos junto
ao público, o Top List Rural é uma espécie
de eleição, onde o leitor da revista escolhe
seus produtos e marcas preferidos. No Top of Mind a resposta
é imediata, pois vale o que vier primeiro a cabeça
do entrevistado. No Top List, a resposta é por escrito,
por formulário preenchido na revista ou no site.
O leitor pode pensar antes de responder ou pesquisar e confirmar
nomes junto a seus funcionários ou fornecedores para
dizer exatamente os produtos que utiliza e aprova. Deste modo,
não há na pesquisa do Top List entrevistas por
telefone ou por abordagem direta em eventos. No Top of Mind
quem responde é o entrevistado, já no Top List
ele é tratado como eleitor, não como entrevistado,
e participa espontaneamente".
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