Foi
para um catarinense, do município de Passos Maia, o primeiro trator da
nova modalidade de crédito do governo federal. Antonio Dacheri, produtor
de milho e leite, conseguiu aprovação de crédito para a compra
de um trator financiado em oito anos através do incentivo. Em 2009, ele
só pagará os juros, e em 2010 começará a pagar a primeira
parcela da máquina.
Com o novo trator de 75 cavalos (cv), adquirido
da montadora Valtra, o produtor familiar poderá mecanizar melhor a propriedade.
Dacheri já tinha um trator mais antigo, um antecessor do modelo que conseguiu
agora um Valmete de 1981, comprado em 2001. Eu estava pensando em
comprar um novo trator, foi quando eu vi a notícia na tevê sobre
esse programa do governo federal e foi muito bom, consegui reduzir o preço
em R$ 20 mil reais, conta o produtor. |
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Há
cerca de um mês, quando contratou o financiamento, o preço de mercado
do trator de 75 cv era R$ 86 mil, no começo do mês, o mesmo modelo
já custava R$ 91,7 mil. Com os descontos, pagou somente R$ 69,4 mil, acrescido
de 1%, valor pago à empresa que fez o projeto, no caso, a Epagri (Empresa
de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina).
Como primeira montadora a oferecer o primeiro trator nessa linha de crédito,
a Valtra trouxe o produtor para São Paulo, na fábrica de Mogi das
Cruzes para que Antonio conhecesse de onde saiu a máquina dele, e também
para que ele recebesse oficialmente o trator da empresa, personalizado com um
adesivo Família Dacheri.
O diretor de Marketing da
Valtra, Leandro Marsili, acredita no crescimento do setor nos próximos
quatro anos, impulsionado pela demanda por alimentos. Com o impulso do Plano
Mais Alimentos, trabalhamos com um aumento de 1.500 a 1.900 unidades a mais por
ano, calcula. O plano vai refletir no aumento do volume de negócios
e também na geração de empregos, acrescenta.
Também participaram da entrega, realizada no dia 9 de setembro, representantes
do governo federal, como secretário da Agricultura Familiar do Ministério
do Desenvolvimento Agrário (MDA), Adoniram Sanches Peraci e o consultor
do Programa Mais Alimentos, Francisco Hercilio da Costa Matos, idealizador desse
incentivo à produção. Esse projeto de crédito de investimento
integra o Plano Safra Mais Alimentos 2008/2009, do Programa Nacional de Fortalecimento
da Agricultura Familiar (Pronaf). Linha
de crédito A
linha de crédito é de R$ 100 mil, que podem ser pagos em até
dez anos, com até três anos de carência do pagamento e com
juro de 2% ao ano. Além da aquisição de máquinas e
implementos agrícolas, o recurso pode ser usado em investimentos de formação
de pastagens, irrigação, manejo de solo, construção
de açudes, implantação de pomares e estufas, armazenagem,
entre outros. A linha de crédito contempla projetos associados à
produção dos principais produtos alimentares: olerícolas
(verduras e folhas), frutas, arroz, feijão, milho, mandioca, trigo e leite.
Esse benefício aos produtores familiares foi possível
através de um acordo entre o MDA e os fabricantes de veículos automotores,
máquinas e implementos agrícolas. Além de um longo prazo,
as montadoras se comprometeram em garantir uma linha de descontos, que pode chegar
a 17,5%. Em média, as máquinas e os implementos agrícolas
ficam 15% mais baratos. Como
participar Para
fazer o uso desse recurso, antes de mais nada o produtor familiar precisa ter
a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) é este
documento que o atesta como beneficiário do programa. Caso não tenha
esse documento, é preciso fazer o preenchimento numa empresa de Assistência
Técnica e Extensão Rural (ATER) do município.
A
DAP é gratuita e individual. É preciso o comparecimento do casal,
caso o interessado tenha relação conjugal estável, munido
de seus CPF e cédulas de identidade.
Também é necessário
um documento que comprove a posse da terra que será explorada para o preenchimento
da DAP (como escritura, título, contrato de arrendamento, contrato de parceria,
contrato de comodato ou outro registro que comprove a propriedade sobre o imóvel).
Este documento é dispensado quando a atividade da família interessada
não está vinculada a uma unidade fixa de terra, como os pescadores
ou extrativistas, ou ainda no caso de posseiros. Cinco
passos para conseguir o crédito Com
a DAP em mãos, é preciso: avaliar bem o projeto que se
quer desenvolver; procurar uma empresa de ATER do município
para elaborar o projeto técnico de financiamento; encaminhar
o projeto para análise de crédito e aprovação do banco;
com o projeto técnico, negociar o financiamento junto ao banco;
com a aprovação, o agricultor familiar está apto a
acessar o recurso.
As propostas são analisadas pelos bancos do
Brasil (BB), da Amazônia, do Nordeste (BNB), Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), Cooperativo Sicredi (Bansicredi) e Cooperativo
do Brasil (Bancoob), cooperativas de crédito rural como Crenor e Cresol
e bancos estaduais. |