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capacidade de processamento de 4.500 toneladas anuais de plásticos, inicialmente 
para a produção de resinas pós-consumo, a unidade, a partir 
de 2009, estará devidamente estruturada para fabricar embalagens plásticas, 
inclusive para a própria indústria de defensivos agrícolas. 
O projeto está em etapas, explica o presidente do Inpev, João 
César Rando. Nesse primeiro momento estamos reciclando e fazendo 
pellets, mas já a partir de setembro e outubro [deste ano], nós 
estaremos recebendo os equipamentos que vão soprar para fabricar as novas 
embalagens. O pellet [termo em inglês] é uma forma compacta 
e granulada do plástico (como bolinhas), resultado da moagem das embalagens 
após o processo de reciclagem. É através do trabalho de máquinas 
de sopro poderão ser moldadas e dar o formato às embalagens. 
   
Para a instalação da nova recicladora foi necessário um investimento 
inicial de cerca de R$ 8 milhões. Mais R$ 20 milhões serão 
investidos até o ano de 2011. Composta por 31 acionistas, entre eles fabricantes 
de defensivos agrícolas, a unidade terá um papel importante no quadro 
de destinação de embalagens de produtos fitossanitários. 
Segundo dados do Inpev, de janeiro a maio deste ano, foram recolhidas mais de 
9.600 toneladas de embalagens vazias. 
   Com o material resultante da reciclagem 
das embalagens são fabricados 12 artigos como barricas de papelão, 
conduítes, caixas de passagem de fios elétricos, embalagem para 
óleo lubrificante, sacos plásticos para descarte de lixo hospitalar, 
entre outros. 
   Hoje, 95% ou mais os agricultores conhecem o sistema, 
sabem que existe uma lei, querem devolver as embalagens, lavam e devolvem efetivamente 
as embalagens  isso faz o Brasil líder no mundo, retirando mais de 
95% do volume das embalagens plásticas colocadas no mercado. Estados Unidos 
retira 20%, Canadá 70%, Alemanha e França, cerca de 50%, declara 
Rando. 
   A Campo Limpo foi construída de forma a não gerar 
impacto ambiental. Uma estação de tratamento de água e esgoto 
industrial faz o processamento dos efluentes da recicladora, com reaproveitamento 
da água da chuva e uso racional da luz solar. As outras cinco recicladoras, 
parceiras do Inpev, estão distribuídas em outros estados  
Mato Grosso (Plastibrás, em Cuiabá), Minas Gerais (Recipack, em 
Contagem), Paraná (Cimflex, em Maringá), Rio de Janeiro (Recicap 
Garboni, em Xerém) e São Paulo (Arcelor Mittal Brasil, em Piracicaba). 
 O 
Inpev O 
sistema de destinação final de embalagens vazias de defensivos agrícolas 
é oficialmente instituído com Lei nº 9.974/2000. Ela determina 
responsabilidades para o agricultor, o distribuidor, o fabricante e o poder público, 
no sentido de priorizar o recolhimento do material. 
   Criado em 14 de dezembro 
de 2001, e iniciando as funções em março de 2002, o Inpev 
foi criado para representar a indústria fabricante de defensivos agrícolas 
no papel de conferir a destinação final (reciclagem ou incineração) 
às embalagens devolvidas pelos agricultores. Atualmente, a entidade possui 
70 empresas e sete entidades de classe do setor agrícola como associadas. 
Hoje, (...) há todo um sistema organizado e estruturado no Brasil, 
e isso o faz líder no mundo nessa questão. Tendo uma infra-estrutura 
que vai desde 375 unidades de recebimento [de embalagens vazias], com mais de 
duas mil pessoas treinadas no campo, afirma Rando. Hoje, nós 
podemos afirmar, com dados científicos, que o sistema reduziu as emissões 
de 98 mil toneladas de carbono desde a existência do sistema desde 2002 
a 2006.   |