A
produção de um biocombustível à base da cana-de-açúcar
promete uma redução de 80% na emissão de poluentes. A empresa
norte-americana Amyris desenvolveu uma tecnologia para produzir biodiesel a partir
da cana-de-açúcar. Os benefícios, além de ser uma
fonte renovável, são a redução de 80% de poluição
em comparação ao combustível convencional, a diminuição
do preço final e as desnecessárias grandes mudanças nas usinas
que produzem etanol. Para implantar a infra-estrutura e comercializar o combustível,
a empresa criou uma parceria com duas produtoras de etanol no Brasil. |
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A
previsão é que a venda seja iniciada em 2010 quando as usinas deverão
estar adaptadas à tecnologia, assim como toda a cadeia produtiva. Segundo
o diretor geral da Amyris, Roel Collier, os motores veiculares não precisam
de nenhuma alteração para funcionar com o novo combustível.
Além disso, as usinas que produzem etanol devem realizar alterações
simples e de baixo custo para que possam produzir o biodiesel de cana.
Ainda segundo Collier, o novo biocombustível só sofreria concorrência
com o diesel comum no caso do barril de petróleo ser vendido a U$$ 66,00.
No dia 5 de maio o barril atingiu a marca dos U$$ 120,00 e não pára
de crescer. Hoje, o diesel comum corresponde quase 50% do total de combustíveis
consumidos no Brasil, com 40 bilhões de litros por ano (enquanto, em 2008,
se produzirá 16,6 bilhões de litros de etanol). Caso as expectativas
dos empresários se confirmem, o biodiesel de cana se tornaria um combustível
muito requisitado o que demandaria maior plantação de cana. Além
do diesel, a empresa também desenvolveu a gasolina e o combustível
de aviação a partir da cana-de-açúcar. Vamos
trabalhar o diesel primeiro porque acreditamos que é o combustível
que movimenta o mundo afirmou Collier. Crítica
da ONU O
assessor especial do secretário-geral da ONU (Organização
das Nações Unidas), Jeffrey Sanchs, criticou a agricultura destinada
à produção de biocombustível e culpou esse tipo de
cultivo pela alta mundial no preço dos alimentos. Já o ex-ministro
da Agricultura, Roberto Rodrigues, criticou duramente a afirmação
do representante das nações unidas. O comissário da
ONU disse que o biocombustível é um atentado. Atentado é
o que ele disse, retrucou Rodrigues.
Segundo o ex-ministro, a ONU
não conhece o cultivo da cana-de-açúcar (para produção
de etanol) e de oleogenosas (para produção de biodiesel). Para Rodrigues,
quanto mais cana for plantada, mais alimento será cultivado já que
a terra depende de outras culturas para recuperar o solo. Além disso, afirmou
que o cultivo de oleogenosas destinadas a biodiesel pode favorecer a economia
de países menos desenvolvidos, inclusive na África, o que distribuiria
renda no planeta. Rodrigues também criticou o etanol norte-americano subsidiado
pelo governo daquele país e disse que o Brasil reúne todas as condições
para se tornar líder em agroenergia nos próximos anos. O Brasil
tem as condições básicas para ser um grande líder
no processo e não só na exportação de etanol e biodiesel.
O mais importante é exportar a tecnologia, a usina de álcool completa,
o motor flex, destacou Rodrigues. |