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dos principais problemas enfrentados em rebanho de gado leiteiro é a verminose. 
Existem 13 vermes que atacam o sistema respiratório do animal (pulmões) 
e o digestivo (abomaso, intestinos delgado e grosso). Para controlar o problema, 
a melhor forma é a prevenção.
   Os bezerros são 
os que mais sofrem com os vermes porque ainda não possuem anticorpos. Os 
sintomas são a perda de peso, pêlo arrepiado, tosse e, em alguns 
casos, diarréia. O que ele (bezerro) come não é suficiente, 
porque tem parasita espoliando o animal, afirma Antônio Cândido 
Ribeiro, veterinário da Embrapa Gado de Leite. O parasita se alimenta do 
que o animal consome enfraquecendo o gado. E isso atinge diretamente o bolso do 
produtor.   |   | 
 
 |     Sem 
peso, as novilhas demoram mais para ter condições de saúde 
para emprenhar e conseqüentemente dar leite. Além disso, se 
foi muito contaminada durante o desenvolvimento, não será boa (produtora) 
no futuro, afirma Rodrigo Fávare, gerente de produtos antiparasitários 
da Pfizer. Uma novilha com bom desenvolvimento pode parir com 24 meses, já 
outra que tenha sofrido com verminose pode atingir os 36 meses sem parto.
   
Para o controle dos vermes, muitos produtores acabam usando vermífugos 
só quando o gado já está com sérios problemas de saúde. 
Com esse tipo de tratamento  se é que podemos chamar de tratamento 
 o gado deixa de ganhar peso por um logo período, pois os sintomas 
demoram a aparecer.
   O proprietário terá dois prejuízos. 
Um com o custo da aplicação do medicamento e outro com a queda na 
produção dessa novilha no futuro. Para isso não ocorrer, 
o que você tem de fazer é um tratamento preventivo, destaca 
o veterinário da Embrapa. Com esse tipo de trabalho, os custos com vermífugo 
são recompensados com mais crias, lactação precoce, e maior 
produção de leite.
   Vicente Leonardo Pires Eustachio, de 
31 anos, é proprietário da Fazenda Ipê, localizada no município 
de Casa Branca, no Interior de São Paulo. Nos oito anos de produção 
de leite o gado já teve graves problemas com verminose no rebanho dele.
   
Há quatro anos, usava (vermífugos) sem critério. Não 
tinha um planejamento para isso. Usava quando o problema já estava instalado. 
No gado jovem, elas (as novilhas) não ganhavam peso e tossiam muito por 
causa dos vermes pulmonares, explica o produtor.
   Devido a esse problema, 
o veterinário do pecuarista sugeriu mudança no tratamento das verminoses. 
Vicente passou a utilizar o controle estratégico que é uma prevenção. 
Com isso, as novilhas têm a primeira parição com cerca de 
25 meses. O 
tratamento Há 
diferenças na aplicação de vermífugos nos animais 
jovens e nas vacas leiteiras. Os animais mais velhos passam 10 meses dando leite, 
depois ficam cerca de 50 dias secos até o nascimento do bezerro. No período 
sem lactação, as vacas devem ser vermifugadas faltando 20 dias para 
o parto, pois são nesses últimos dias que o animal fica mais vulnerável.  
 Já o tratamento dos bezerros deve ser mais intenso porque a ausência 
de anticorpos os deixa vulneráveis o ano inteiro. Na Fazenda Ipê, 
as novilhas são medicadas a cada bimestre. Intercala-se o uso de dois vermífugos 
com princípios ativos diferentes para que os parasitas não se tornem 
resistentes a nenhum deles. Mas essa não é a forma ideal para especialistas 
no assunto.
   Rodrigo Fávare, gerente de produtos antiparasitários 
da Pfizer, explica que há diferentes épocas para aplicação 
e o que determina é o clima da região. A regra geral é 
concentrar os tratamentos no período seco, afirma Fávare. 
Para ele, o ideal seriam três aplicações durante o período 
seco e mais uma no meio do período das chuvas. Mas não recomendamos 
usar um único produto ao longo do ano, aconselha o especialista da 
Pfizer. Para ele, é necessário intercalar vermífugos para 
que os parasitas não criem resistência ao medicamento.
   Para 
Ribeiro, veterinário da Embrapa, se você fizer uma vermifugação 
no início, outra no meio e mais uma no fim das secas é excelente. 
Para ele, o ideal é aplicar o vermífugo e depois fazer um 
teste de fezes para ver se fez efeito. Se der certo, continua usando o mesmo (vermífugo), 
explica Antônio, sem necessidade de intercalar.
  No início 
das secas os parasitas estão adultos, então se aplica a primeira 
dose para enfraquecer o verme. As outras duas - no meio e no fim da secura  
são para eliminar o parasita evitando que ele solte ovos e contamine o 
solo durante as chuvas  que é a época de procriação 
das larvas.   |