Redução da idade de abate de 10 a 12 meses para 5 a 6 meses.
Disponibilização da forragem das pastagens para as demais categorias
animais do rebanho. Maior rapidez na recuperação do capital
investido, em decorrência da redução do período de
acabamento. Produção de carne de boa qualidade, inclusive
na época de carência alimentar. Melhoria na qualidade
da pele. Mercado assegurado para os produtos carne e pele.
Aumento da produtividade e da renda da propriedade. Planejamento da
produção de maneira a oferecer os produtos nas épocas do
ano de melhor preço (entressafra).
De maneira geral, o desempenho
do cabrito, em confinamento, é inferior ao do cordeiro. Até o momento,
porém, a quase totalidade dos resultados sobre desempenho de cabritos em
confinamento foi obtida com animais não especializados para produção
de carne. Com a recente introdução da raça Boer, no Brasil,
esse paradigma pode ser quebrado. Embora as informações disponíveis
sobre essa raça e suas cruzas, no Semi-Árido, ainda sejam bastante
limitadas, a raça Boer pode ser uma boa alternativa para cruzamento industrial,
na Região Nordeste, por ser de origem sul-africana, isto é, de região
edafoclimática que apresenta similaridades com o Nordeste brasileiro.
A terminação em confinamento pode ser utilizada em todas as regiões
do País. No Nordeste brasileiro, ela é especificamente recomendada
para as áreas semi-áridas, em particular durante a época
seca, quando se observa grande carência de forragem nas pastagens e a falta
de produto no mercado, o que garante melhores preços. Nas outras regiões
do País, onde a preocupação com as helmintoses gastrintestinais
é muito grande, o confinamento pode ser realizado em qualquer época
do ano. A decisão de confinar ou não cabritos e cordeiros também
depende da intensidade pretendida na exploração, que é uma
função do mercado explorado e da área disponível para
exploração (tamanho, condições edafoclimáticas,
etc.).
O confinamento exerce influência na qualidade da carne de
cabritos e cordeiros.
A maciez, a suculência, a cor, o odor e o
sabor da carne de caprinos e ovinos são atributos diretamente relacionados
com a satisfação do consumidor. Mas à medida que o animal
vai se tornando adulto, essas características vão se modificando.
As mudanças mais significativas são a redução gradativa
da suculência e da maciez e a acentuação da cor e do odor,
cuja conseqüência é uma queda considerável em sua qualidade.
No confinamento, essas alterações desagradáveis não
têm tempo de se manifestar, porque os animais são abatidos ainda
jovens. Além disso, as carnes de cabritos e cordeiros terminados em confinamento
apresentam todas as características organolépticas e sensoriais
desejáveis na carne de qualidade elevada.
A
condição saudável dos animais é o critério
básico para o confinamento. Outras características importantes são:
Idade do animal, que deve situar-se entre 70 e 90 dias de idade.
Peso de no mínimo, 15 kg de peso vivo. Animais de elevada precocidade,
entretanto, podem entrar ainda mais jovens no confinamento.
Quanto mais
pesada for a cria ao nascer, maior será seu peso no desmame e no abate.
Esses aspectos são de grande importância para o sucesso do confinamento.
Assim, os cuidados devem ser iniciados com a seleção de matrizes
e reprodutores. As matrizes devem apresentar bom desenvolvimento corporal e boa
habilidade materna, podendo ser do tipo Sem Raça Definida (SRD). Os machos
devem ser possuidores de bom potencial para ganho de peso, boa conversão
alimentar e capazes de melhorar a qualidade da carcaça. A alimentação
das matrizes deve ser melhorada no terço final da prenhez e nos primeiros
30 dias de lactação. No Nordeste, durante a época seca, as
crias em amamentação devem ser suplementadas com forragem de boa
qualidade nutritiva e com concentrado, para garantir bom peso no desmame, além
de facilitar a adaptação dos animais ao confinamento.
Em
geral, a castração é feita com a finalidade de evitar a presença
de odores e sabores desagradáveis na carne, que aparecem com o início
da atividade sexual, no macho. Esses odores têm forte efeito restritivo
na aceitação da carne desses animais pelos consumidores. No entanto,
se o animal for abatido com até sete meses de idade esse aspecto não
é relevante, isto é, o odor e o sabor desagradáveis da carne
ainda não se manifestaram porque o animal ainda não atingiu a puberdade.
Sabe-se, além disso, que a castração causa estresse, o que
provoca redução na taxa de crescimento dos animais, e que animais
inteiros têm maior capacidade para ganhar peso que os castrados. Portanto,
se os animais forem abatidos em idade precoce, não há necessidade
de castração. Considerando o curto período de tempo
do acabamento, especialmente no Semi-Árido do Nordeste brasileiro, onde
a umidade do ambiente é muito baixa, somente dois aspectos merecem especial
atenção. O primeiro refere-se à higienização
das instalações, que deve se restringir à retirada periódica
das fezes. Caso se faça uso de cama, recomenda-se substituí-la sempre
que se observarem maiores teores de umidade. O segundo diz respeito à vermifugação
de todos os animais antes do início do confinamento, no sentido de torná-los
isentos ou limpos de parasitas gastrintestinais.
A duração
do confinamento é um fator de elevação de custo dessa prática.
Portanto, quanto maior for o tempo de confinamento, maior será o custo
de produção e menor será a rentabilidade do negócio.
Assim, o confinamento deve ser de, no máximo, 70 dias.
Geralmente,
animais inteiros (não castrados) apresentam ganho de peso superior aos
castrados, por duas razões: Os hormônios produzidos pelos
testículos estimulam o aumento da massa muscular, condição
desejável em animais para abate. Na ausência dos testículos,
os animais depositam mais gordura na carcaça. Além disso, há
necessidade de maior quantidade de energia ingerida por unidade de gordura depositada
na carcaça do que para a deposição da mesma quantidade de
músculo na carcaça. |