A
agricultura em alta impulsiona todas as atividades envolvidas com o setor. Um
exemplo é o ramo de tratores. A maioria dos fabricantes estão produzindo
os veículos sob encomenda. O trator que está sendo fabricado no
momento em que você lê esta reportagem deve ter sido pedido há
dois meses.
A Valtra, empresa sediada em Mogi das Cruzes, em São
Paulo, divide a planta em duas grandes fábricas chamadas de 1 e 2. A primeira
possui sub-fábricas (de motor, de tanque de combustível, de usinagem
e de transmissão). Ou seja, a Fábrica 1 produz as peças e
a 2 só monta o trator. Apenas a produção das cabines é
realizada na 2, porque as elas entram diretamente na linha de montagem, para não
precisar ser transportadas. | |
O
trator começa a ser produzido na usinagem. Ela recebe as carcaças
maciças e molda as peças que serão destinadas à produção
de motores, caixa de câmbio, freio hidráulico, etc.
Moldadas,
as peças seguem para as outras sub-fábricas. Uma importantíssima
é a de transmissão. Se ocorrer alguma falha na montagem e
essa peça for para o restante do processo, na hora que o trator estiver
realmente pronto, com certeza vai apresentar defeito que pode gerar um prejuízo
muito grande, explica Gilberto Dutra Nascimento Junior, analista de marketing
do Produto.
Mas antes da transmissão ir para a linha de montagem,
ela passa pela área de qualidade, para verificar os detalhes. Só
após o encerramento dessa etapa a peça é liberada para a
Fábrica 2. Essa parada na área de qualidade ocorre com todas as
peças fabricadas dentro da empresa.
Outra sub-fábrica importante
é a de motores, onde são produzidos 70 por dia. Na mesma linha são
fabricados 40 modelos. Hoje a gente tem uma proporção de 50%
de composição (de peças) nacional e 50% importada. Desses
50% importados, 35% vem da nossa matriz da Finlândia. A outra parte, a gente
faz a usinagem interna de alguns componentes, explica Ricardo Huhtala, diretor
da fábrica de motores.
Os tanques de combustíveis são
elaborados por completo dentro da fábrica. A empresa recebe a matéria-prima
que é, basicamente, aço e apenas realiza a usinagem para obter a
peça final.
Por último, são produzidas as cabines.
Placas de aço são cortadas por duas máquinas que trabalham
24 horas por dia, sete dias por semana. A temperatura no momento do corte chega
a seis mil graus Celsius. As máquinas são programadas por computador
e basta uma pessoa para manuseá-las. Depois, as placas são dobradas,
soldadas e passam por uma pintura. Por último, as estruturas são
montadas adicionando o vidro (caso a cabine seja fechada) e o teto.
Com
todas as peças finalizadas, elas são encaminhadas para a linha de
montagem na Fábrica 2. A linha é dividida em 28 postos. No primeiro,
onde nasce o trator, nós recebemos a transmissão, o motor
e o tanque de combustível, para montar o chassi, explica Katio Ono,
Chefe de Produção.
Nos próximos postos, o sistema
hidráulico e uma série de peças são implantadas até
chegar no Posto 8. Lá, o trator é retirado da montagem
e vai para uma linha extra, a de pintura, que contêm oito postos. Após
o processo, o veículo volta para a linha de montagem no Posto 9. No restante,
serão introduzidos o banco, o volante, a cabine, o óleo e o combustível.
Por último, adicionam os pneus e o trator é colocado no chão.
Quando terminam os 28 postos, ele ainda precisa da instalação da
rede elétrica para finalização.
A empresa oferece
a oportunidade do comprador moldar o veículo que deseja.O cliente
pede o trator do jeito que ele precisa. Cada um tem uma necessidade, explica
Rogério Zanotto, coordenador de Marketing do produto. O agricultor pode
escolher um pneu que seja ideal para o solo da sua fazenda, ou então, a
potência do motor que varia conforme o peso que será carregado. Entre
outras opções, a empresa oferece mais de 500 variedades de trator.
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