Não
era sem tempo que uma decisão corajosa viesse para colaborar com os produtores
brasileiros. O Brasil precisa ganhar produtividade para a produção
de milho, tanto para abastecer o mercado interno como para poder conquistar novas
posições no mercado internacional. Somos hoje o terceiro maior exportador,
mas temos condições de, a médio prazo, superar a Argentina
nesse fornecimento para os países compradores, em especial os da Europa
e do Oriente Médio, como já ficou demonstrado no segundo semestre
do ano passado, declarou o presidente da Abramilho. Não era
justo ficar a reboque da Argentina tecnologicamente, desabafou.
Almir Rebelo, presidente do Clube Amigos da Terra, de Tupanciretã-RS, também
aplaudiu a decisão. "Como produtor estou comemorando essa decisão,
pois entendo que esse é o primeiro passo para o desentrave das barreiras
que impedem o plantio no Brasil. Nesse momento, é importante que a sociedade
saiba que com essa contribuição da Justiça nós diminuiremos
o custo da produção para R$50,00/ha, melhoraremos a nossa competitividade
e teremos ganhos com uma maior produção". Almir também
destaca que os produtos transgênicos permitem diminuir o uso de agroquímicos,
contribuindo para a saúde dos produtores e para o meio ambiente.
Dados da Céleres apontam que, tanto na Argentina quanto nos Estados Unidos,
houve um aumento de produtividade no plantio de milho após a introdução
das variedades transgênicas. O aumento da produtividade média nos
Estados Unidos entre 1988 e 1997 foi de 0,6% ao ano, ao passo que no período
de 1998 (introdução da biotecnologia do milho nos EUA) a 2007, o
crescimento médio foi de 1,6% ao ano. No caso da Argentina, de 1990 a 1997,
a Argentina manteve sua produtividade média sempre na casa de 4.200 kg/hectare.
Com a introdução do milho geneticamente modificado em 1998, a produtividade
média saltou imediatamente para o patamar de 6.000 kg/hectare.
No início de 2007, a Abrasem Associação Brasileira
dos Produtores de Sementes apresentou um estudo demonstrando os benefícios
da comercialização do milho GM. A conclusão foi de que, se
apenas 50% da atual área planta de milho passassem a ser de variedades
transgênicas, o Brasil teria um ganho econômico de US$ 192 milhões.
Desse total, US$ 31 milhões seriam decorrentes do menor volume de agrotóxicos
a ser utilizado nessas lavouras, deixando de contaminar o meio ambiente e a saúde
dos agricultores. Atrasos dessa natureza não podem mais acontecer.
Produtos transgênicos são utilizados em todo o mundo há mais
de 10 anos e o Brasil estava ficando para trás, observou o presidente
da Abramilho. Dez
anos de milho transgênico na Espanha A
adoção do milho geneticamente modificado resistente a insetos-pragas
(tecnologia Bt) completa dez anos na Espanha, expandindo sua produção
a cada safra. Aragon e Catalunha, as regiões da Espanha com maior
incidência da praga, são aquelas em que a produção
do milho transgênico é mais intensa e significante. Outras regiões
também destacam-se no cultivo, como Extremadura, Navarra e Castilla-La
Mancha. A tecnologia utilizada protege a lavoura dos ataques da lagarta do cartucho,
da lagarta da espiga e da broca do colmo.
De 2006 para 2007, a produção
de milho teve crescimento de 40%, segundo dados do Ministério da Agricultura
espanhol. Do total cultivado, 20% já correspondem às 42 variedades
de milho resistente a pragas, o que evidencia o crescimento do cultivo, pois
em 2006 esse índice era de apenas 15%.
A Espanha é hoje
o principal produtor de milho geneticamente modificado na União Européia.
Outros países do bloco que também adotam a biotecnologia são
França, Alemanha, Romênia, República Tcheca e Eslováquia.
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