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erosão dos solos foi no passado e talvez ainda o seja no presente, o maior 
fator de desgaste e decadência dos cafezais brasileiros. 
  Os 
prejuízos causados pela má conservação do solo afetam 
diretamente o cafeicultor, podendo comprometer irremediavelmente o sucesso de 
seu empreendimento. Nestas condições, a primeira providência 
na instalação de um cafezal seria a de localizá-lo em terrenos 
capazes de suportá-lo com segurança, mediante o emprego de práticas 
conservacionistas simples e relativamente pouco dispendiosas.
   Os solos 
muito íngremes ou pedregosos, pelas dificuldades que apresentam para um 
controle eficiente da erosão e para a execução dos trabalhos 
normais dentro da lavoura, são contra-indicados para a cafeicultura. Para 
os solos de pequena declividade, o plantio em nível, nos espaçamentos 
recomendado conjugados com a utilização de certas práticas 
de execução simples, é suficiente para um controle eficiente 
das enxurradas e da erosão do solo.   Essas práticas são 
as seguintes:  |   | 
 
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Redução das capinas: durante o período chuvoso, ao mínimo 
necessário para reduzir o arrastamento de terra pelas águas da chuva. - 
Alternância das capinas: consiste em se capinar (nas lavouras plantadas 
em nível) rua sim rua não. Na capina seguinte o processo é 
invertido, fazendo-se a capina nas ruas não trabalhadas da primeira vez 
e assim sucessivamente. Esse processo mantém sempre os talhões de 
café com metade das ruas protegidas por uma barreira vegetal formada pela 
vegetação espontânea, a qual diminui a velocidade das enxurradas 
evitando a erosão do solo. - Culturas intercalares: durante a formação 
do cafezal, pode plantar culturas ou adubos verdes plantados em linhas contínuas 
e que apresentem boa capacidade cortar o escorrimento das enxurradas, favorecendo 
a infiltração da água no solo. - Herbicidas de pré-emergência: 
deve evitar o emprego, pois contribuem com a compactação do solo, 
aumentando a erosão e o escorrimento da enxurrada, prejudicando a cultura. - 
Adubações: efetuar as adubações adequadas para dar 
à cultura principal e às intercalares um desenvolvimento vegetativo 
vigoroso.
   Além de um determinado declive calculado em função 
do tipo de solo, deverão ser empregadas práticas mecânicas 
de conservação de solo, levando em consideração as 
particularidades do relevo e do tipo de solo, devendo ser consultado um técnico 
especializado no assunto.   O preparo do terreno, para o plantio de 
café, dependerá do uso anterior do solo. Assim, se o solo vier sendo 
cultivado com culturas anuais, bastará uma aração e gradagem. 
Em locais de pastagem ou em solos compactos, para se descompactar o solo poderá 
ser necessário mais de uma aração e gradagem ou até 
uma subsolação.
   No caso do terreno de derrubadas, de mata 
natural ou floresta artificial, é dispensável a aração, 
bastando uma limpeza e coveamento.
  Antes de iniciar o preparo, é 
aconselhável providenciar a análise do solo, para que as adubações 
sejam feitas mais correta e economicamente.   O preparo do terreno deverá 
ser iniciado a partir de abril. A seguir faz-se a locação, marcando-se 
as covas, que deverão ser alinhadas em nível. Também os carreadores 
deverão ser locados. Os carreadores em nível deverão ter 
uma largura média de 6 a 7 metros. Os carreadores pendentes terão 
uma largura média de 5 a 6 metros.   A distância entre os dois 
carreadores em nível, dependerá da declividade, localização 
e tamanho do cafezal, mas de um modo geral, essa distância deverá 
estar entre 8 e 15 ruas de café. O intervalo aconselhável entre 
os carreadores pendentes é de 50 a 70 covas. A locação dos 
carreadores pendentes deverá ser feita em pequenos lances, cada um unindo 
apenas dois carreadores em nível.   Os carreadores pendentes em lances 
muito compridos poderão favorecer a formação de enxurradas 
erodindo o solo. Preparo 
das Covas Normalmente 
a abertura das covas para o plantio é feita com o auxílio de enxadões. 
Pode-se, entretanto, sulcar o terreno no espaçamento desejado com um sulcador 
do tipo usado para o plantio de cana. Esses sulcos, assim abertos, são 
de espaço em espaço, aprofundados e "acertados" com enxadões, 
transformando-se em covas.
   O uso de sulcadores aumenta muito o rendimento 
da abertura de covas, tornando mais econômica essa operação. 
Em condições normais as covas deverão ter 60cm de comprimento, 
40cm de profundidade e 40cm de largura. Em caso de solos muito compactados (duros) 
as dimensões deverão ser maiores.  |