Alguns
aspectos devem ser observados na colheita para garantir a produção
de um café de melhor qualidade.
O café é um produto
agrícola cuja qualidade final do grão beneficiado é o resultado
de vários fatores, tais como, condições climáticas
antes, durante e após a colheita, adubações, tratos fitossanitários,
maturação, cuidados na colheita, secagem, beneficiamento e armazenamento.
Deve-se considerar ainda que mesmo em regiões adequadas ao plantio
do cafeeiro, as condições adversas de clima em um dado ano, na forma
de precipitações pluviométricas, temperaturas, e umidade
relativa do ar, durante as fases de floração, frutificação
e amadurecimento, podem promover maturações muito desuniforme, com
vários frutos verdes na colheita e fermentações indesejáveis
no fruto maduro, o que leva a perda da qualidade até mesmo antes do início
da colheita. | |
O
fruto maduro do cafeeiro é altamente perecível devido ao alto teor
de umidade com que é colhido e devido à sua composição.
Com isto pode sofrer uma rápida fermentação o que pode provocar
o aparecimento de grãos ardidos e pretos no beneficiamento, os quais em
grande percentagem, depreciam o café quanto ao tipo e consequentemente
quanto a qualidade final do produto.
As características iniciais
da matéria-prima como, grau de maturação, teor de umidade
e propriedades físicas são fatores que afetam o processo de secagem
principalmente no caso do café. O fruto maduro do café recebe o
nome de cereja, sendo vermelho ou amarelo, dependendo da cultivar,
e a composição da sua mucilagem consiste basicamente de 85% de água
e 15% de sólidos. Da porção de sólidos, 80% são
substancias pécticas e 20% de açucares. Por isso, a mucilagem torna-se
um perfeito substrato para o desenvolvimento de microorganismos.
O teor
de umidade e a composição em açucares da polpa do café,
colocam-no como um fruto, com todas as condições de perecebilidade.
No entanto, o processamento do café após a colheita segue as técnicas
de outros grãos que já são colhidos secos ou quase secos.
A maneira como é feita a colheita pode exercer grande influência
na qualidade do café. Esta deve ser por derriça em panos, podendo
em algumas regiões mais secas e de solos arenosos, os frutos serem derriçados
no chão, porém essa prática não é recomendada.
A varrição do café no chão, fora do pano, deve ser
feita no mesmo dia e este café deve ser seco e beneficiado separadamente
do café derriçado no pano.
Na colheita, obtém-se
uma mistura de frutos com diferentes características com relação
a maturação, cor, estado de seca na planta, densidade e teor de
umidade, identificados pelos seguintes nomes: Cereja (50-70% de umidade);
Passa (35-50% de umidade); Bóia (25-35 de umidade)
e Coquinho (com menos de 25% de umidade).
A melhor qualidade
do café seria obtida se fosse processado somente o café cereja.
Isto se explica pelo fato de ser esta fase correspondente ao ponto ideal de maturação
dos frutos, no qual a casca, a polpa e a semente encontram-se com a composição
química ideal. Entretanto, as várias floradas proporcionam desunifomidade
na maturação agravado pela extensão das lavouras cafeeiras,
no Brasil o que torna essa prática mais difícil. Os
Dez Mandamentos Para Garantir a Qualidade do Café: - Não
comece a colheita com porcentagem alta de frutos verdes. - Não misture
cafés derriçados no pano e cafés de varrição. -
Não amontoe café recém colhido ou úmido, na roça,
na carreta ou em tanques de recepção. - Não seque em camadas
ou em leiras altas no início da secagem. - Não trabalhe o secador
com meia carga. - Não ultrapasse 45O C na massa de café no secador. -
Não use sacaria com cheiros estranhos. - Não armazene o café
em locais com alta umidade, alta temperatura ou muita luz. - Não armazena
outros produtos na tulha ou armazém de café. - Não comercialize
seu café sem conhecer a sua qualidade. |