O
incremento na área cultivada nas principais culturas de verão foi
motivado pelos bons preços de mercado e pelos contratos de entrega futuras.
A exceção é para a cultura do feijão 1ª safra,
cujo plantio teve inicio no final do mês de agosto, principalmente nos Estados
de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul que, apesar
dos bons preços do produto na época da implantação
da cultura houve redução na área plantada em função
das poucas chuvas e das baixas temperaturas registradas nas Regiões produtoras
daqueles Estados.
A produção estimada para atual safra é
de 135,8 milhões de toneladas, superior à colhida na safra anterior
em 3,1% (4,01 milhões de toneladas). Os produtos que mais apresentaram
incremento na produção foram: o trigo com 71,5% (1.597,7 mil toneladas);
o milho 1ª e 2ª safra com 3,9% (1.999,3 mil toneladas) e o arroz com
5,5% (625,7 mil toneladas). A soja, apesar do incremento na área plantada
de 1,2% (242,3 mil hectares) teve a produção reduzida em 0,4% (212,0
mil toneladas), passando de 58,38 milhões de toneladas colhidas na safra
anterior para 58,16 milhões de toneladas na atual safra. Esta redução
deve-se à diminuição na produtividade em função
das previsões do serviço de meteorologia da ocorrência do
fenômeno La Nina, e da queda na área cultivada na Região sul
do País em 1,7% (143,1 mil hectares), com parte dessa área sendo
ocupada pelo milho 1ª safra. Essa redução ocasionou uma retração
na produção de soja em 8,5% (1.894,2 mil toneladas).
Algodão
- A área a ser cultivada está estimada em 1,15 milhão de
hectares, 3,4% (37,1 mil hectares) superior à safra passada. Esse aumento
deve-se, basicamente, aos contratos firmados para entrega futura. A irregularidade
climática atrasou o plantio, principalmente, no Estado de Goiás
e no oeste da Bahia, pois as chuvas ainda estão se normalizando.
Espera-se, para essa safra, uma produção de algodão em caroço
de 4,1 milhões de toneladas, 4,8% (188,1 mil toneladas) superior à
safra anterior. Desse total, 61% (2,5 milhões de toneladas) é de
caroço e 39,0% (1,6 milhão de toneladas) é de pluma. As regiões
Centro-Oeste e Nordeste concentram 96,3% (3,9 milhões de toneladas) da
produção nacional, com destaque para os Estados do Mato Grosso e
Bahia, ambos com incremento de produção em relação
ao ciclo anterior.
Arroz - A estimativa da área plantada com arroz
em 2007/08, indica uma redução de 1,2%, posicionando-se em 2.932,5
mil hectares. Na safra anterior foram colhidos 2.967,4 mil hectares (Quadro 10).
No Estado do Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, a área de plantio
apresenta crescimento de 10,9%, correspondendo a 103,7 mil hectares.
Esse resultado ocorreu, principalmente, em função da retomada das
áreas que deixaram de ser plantadas no ciclo passado, pela escassez de
chuvas, no estado. Até o final do mês de dezembro/07, as lavouras
apresentavam um bom desenvolvimento.
Os demais estados da região
Centro-Sul, onde praticamente toda área é cultivada no sistema de
sequeiro, observou-se redução. No Maranhão, Estado com área
correspondente a 65% da área plantada com a cultura na região Nordeste,
apresenta-se redução de 9,8%. As condições climáticas
não estão favorecendo a cultura. As chuvas escassas e mal distribuídas
já causam preocupações aos produtores, situação
que poderá reduzir o nível de produtividade das lavouras.
A
produção está estimada em 11,94 milhões de toneladas,
superior em 5,5% (624,7 mil toneladas) à da safra anterior. Desse total,
a Região Sul representa 70,0% (8,36 milhões de toneladas), com destaque
para o Rio Grande do Sul, que participa com 85,0% (7,1 milhões de toneladas)
da produção regional.
Feijão - A área plantada
com feijão 1ª safra, ou safra das águas, é inferior
à cultivada na safra anterior em 11,7% (183,1 mil hectares), passando de
1.559,6 mil hectares para 1.376,5 mil hectares (Quadro 11). Os motivos da referida
retração foram os baixos preços recebidos pelos produtores
na safra 2006/07 aliados às baixas precipitações pluviométricas,
seguidas de estiagens prolongadas é baixas temperaturas verificadas no
final de agosto e setembro, época do plantio nos principais Estados produtores
(Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais). Apesar dos
preços em alta, os produtores optaram pelo plantio das culturas mais rentáveis
e de menor risco, como o milho e a soja.
A produção estimada
é de 1.493,1 mil toneladas, inferior à safra anterior em 4,8% (74,9
mil toneladas). Desse total, a Região sul produzirá 44,9% (669,9
mil toneladas); a sudeste 22,5% ( 336,2 mil toneladas); a centro-oeste 9,4% (
140,9 mil toneladas); a nordeste 22,7% ( 339,2 mil toneladas) e a norte 0,5% (
6,9 mil toneladas). Milho - O quarto levantamento indica uma área
plantada em 9.647,5 mil hectares, 1,6%, ou 153,6 mil hectares maior que a safra
anterior, quando foram colhidos 9.493,9 mil hectares (Quadro 17). O aumento é
justificado pelos bons preços do produto, face ao forte crescimento da
avicultura/suinocultura e das exportações. Esse crescimento foi
limitado pelos bons preços do principal produto concorrente, a soja, que
também apresenta crescimento de área.
Incluindo a área
do milho 2ª safra (safrinha), tem-se uma área total de 9.647,5 mil
hectares. O plantio da safrinha de milho ocorre a partir do final do mês
de janeiro, concluindo-se em meados de março. Esta segunda cultura de milho
é semeada, em sua maior parte, em áreas cultivadas com soja. Nesta
safra, em função do atraso das chuvas, sobretudo no Estado de Mato
Grosso, segunda maior área de milho safrinha, com 31,5% do País,
existe grande indefinição quanto à área a ser plantada
com a cultura.
Com níveis de produtividade dentro dos parâmetros
normais, ocorrerá uma produção na primeira safra de milho
de 38.016,1 mil toneladas e acrescentando o prognóstico da segunda safra
(15.353,0 mil toneladas), totaliza-se 53.369,0 mil toneladas de milho na safra
2007/08.
A área cultivada com milho 1º e 2º safras é
de 14,3 milhões de hectares superior à safra anterior em 1,5%. (214,8
mil hectares). Desse total, o milho 1º safra participa com 67,8% (9,7 milhões
de hectares) e os 32,2% (4,6 milhões de hectares) são de milho 2º
safra. Tal aumento foi ocasionado pelos bons preços do produto, face ao
forte crescimento da avicultura/suinocultura e das exportações.
Esse crescimento foi limitado pelos bons preços do principal produto concorrente,
a soja, que também apresenta crescimento de área.
Soja -
Com o mercado favorável, confirmou-se a tendência de aumento na área
plantada. Atualmente, a área está estimada em 20,9 milhões
de hectares, 1,2% (242,3 mil hectares superior a da temporada anterior que foi
de 20,7 milhões de hectares). Houve atraso do início do plantio
na maioria dos Estados produtores, em função da demora do início
das chuvas. Entretanto, com as condições climáticas normalizadas,
os produtores concentram o plantio num período menor de tempo, a fim de
não prejudicar a implantação das culturas de inverno e de
segunda safra de milho. O maior crescimento de área ocorreu no Estado do
Mato Grosso, devido à recuperação parcial das áreas
deixadas em pousio na safra anterior Apesar desse aumento de área, observa-se
uma redução na produção, que está anterior.
Esse fato ocorre, principalmente, pela redução na produtividade
do Rio Grande do Sul, tendo em vista as adversidades climáticas e fitossanitárias
que podem ocorrer (previsão do Instituto Nacional de Metereologia, além
de ocorrência do fenômeno La Niña) no desenvolvimento e na
fase crítica de produção das lavouras. Como no ciclo passado
o rendimento da soja foi elevado nesse Estado. Estima-se, portanto, para esta
safra, um rendimento menor.
Trigo - A produção de trigo
na atual safra é de 3.831,4 mil toneladas, superior à safra anterior
em 71,5% (1.597,7 mil toneladas). O referido incremento deve-se a recuperação
da produtividade, já que na safra anterior essa cultura foi bastante castigada
com a estiagem, com a geada e o com excesso de chuva na colheita.
No Rio
Grande do Sul, a partir da segunda quinzena de setembro, ocorreu chuva em excesso,
acompanhada de ventos fortes e granizo em algumas localidades, perdurando esse
quadro durante todo o mês de outubro. Com essa situação, ocorreu
o aparecimento de doenças fungicas em largas escalas, afetando a produtividade
e a qualidade do grão que se encontravam no estádio de maturação
e colheita. Tal colheita encontra-se praticamente finalizada. A produção
do Paraná é 64,4% maior que a do ano anterior, apesar da redução
de 6,7% na área cultivada. A regularidade das precipitações
e a ausência de perdas por geada aumentaram a produtividade em 76,3%, comparativamente
à verificada na safra 2006/07, que foi frustrada pelo clima adverso, com
o produto colhido sendo de boa qualidade. A colheita encontra-se encerrada. |