Após
a postura da fêmea, os machos começam a perder as penas. No mês
de dezembro, época da muda, suas penas caem naturalmente e podem ser para
decoração, na confecção de fantasias e objetos de
adorno. Uma criação de pavão pode ser feita também
apenas para ornamento de jardins e quintais ou para venda reprodutores. A procura
pela ave é grande e a rentabilidade é certa para o criador. Um casal
adulto, dependendo da espécie, chega a custar R$ 1.500. Para iniciar uma
criação de pavão, é importante ficar atento ao tipo
de raça a ser explorada e às suas necessidades básicas, como
poleiros bem altos.
O pavão é uma das aves que menos come
em relação ao seu peso, cerca de 50 gramas por dia, enquanto uma
galinha consome, em média, 110 gramas diárias. Durante muito tempo
ele foi uma iguaria na Índia. Atualmente, é mais utilizado como
ave ornamental, pois sua carne é muito dura. Possui facilidade de reprodução
no Brasil por ser tratar de um país tropical. A grande vantagem é
que temos muitos dias com 14 horas de sol, e esse fator faz com que os pavões
reproduzam bem mais do que em seu ambiente natural.
Os pavões
são originários da Índia, da Malásia e do Congo. O
pavão-do-congo é a espécie mais rara, portanto, a mais cara
e muito difícil de ser encontrada no Brasil. Possui um porte menor em relação
às outras espécies e um casal chega a custar cerca de US$50 mil.
Já o pavão-indiano ou pavão-real é a espécie
mais difundida no mundo.
Suas variedades são o pavão-branco,
o pavão-azul, o pavão-ombros negros e a variedade mais bonita dessa
espécie é o pavão-alerquim, conseguido com o cruzamento de
um macho de pavão-branco com uma fêmea de pavão-azul, apresentando
resultados satisfatórios apenas a partir da quarta cruzas. No entanto,
o pavão-verde ou pavão-gigante, apesar de não ser a espécie
mais difundida no mercado, é a mais procurada e possui maior porte.
Inicie a criação adquirindo pavões de criadores conceituados
no mercado e exija sempre o exame de sanidade das aves. Escolha o tipo de espécie
a ser explorada e peça conselhos para criadores mais experientes. As aves
podem ser criadas soltas na propriedade, porém, o ideal é que sejam
mantidos em viveiros, que devem obedecer o tamanho de 6 metros quadrados para
cada ave, com 2 metros de altura. Utilize a proporção de um macho
para cada duas ou três fêmeas. Segundo Oswaldo Feierabend, criador
de aves ornamentais. o segredo da criação está na higiene.
"Crio de 800 a 1.000 pavões por ano e é muito importante ter
sempre água limpa e comida nos cochos", revelou.
Para a construção
dos viveiros, escolha um local de fácil acesso, que possua luz em sua proximidade
e água de boa qualidade. Prefira terrenos secos, em locais que recebam
bastante sol. Esses viveiros devem ser protegidos com telas nas laterais e no
teto e seja evitada a fuga dos animais para a natureza. É necessário
que haja uma pequena área coberta com telhas para protege-los. Deve existir
também uma horta perto da criação devido ao consumo de verdes
que precisa estar sempre à vontade para a alimentação das
aves. Além disso, eles são utilizados porque a ave tem comportamento
inquieto e precisa se locomover. O poleiro deve ser o mais natural possível,
principalmente quando se trata da madeira. O mais recomendado é utilizar
a madeira da própria natureza, de preferência as mais roliças.
Os filhotes precisão de uma criadeira aquecida, onde irão permanecer
até os dois meses de idade. No entanto, se a criação tiver
fins comerciais, o mais indicado é que se instale um viveiro para manter
apenas os pavões jovens até que completem seis meses de idade e
possam ser transferidos para o viveiro de adultos. Os pavõezinhos devem
ser criados em local seco e fofo, protegidos de ventos ou umidade e não
devem ficar em contato direto com o chão. Sendo assim, é preciso
forrar o local com palha seca ou serragem de madeira. Mantenha o local sempre
limpo, trocando o forro a cada oito dias. Os filhotes não devem receber
alimentação nas primeiras 48 horas de vida, pois já nascem
com uma reserva de alimento.
A alimentação das aves deve
ser controlada, pois elas também ficam obesas e acomodadas. Sendo assim,
perdem toda a beleza e o esplendor. Após esse período, eles começam
a se alimentar normalmente com a ração inicial para pintinhos, que
deve estar disponível. Forneça a ração pela manhã
e reforce com ovos cozidos e verduras picadas como almeirão, couve, cebolinha,
escarola ou alfafa. Não forneça alface, pois geralmente causa diarréia
e enfraquece a ave, abrindo portas para vários tipos de doenças.
Bebedouros e comedouros devem ficar fixos na lateral do viveiro, presos na altura
das asas dos filhotes. A temperatura deve ser mantinha em 37ºC, que é
a ideal para a saúde e desenvolvimento das aves. Utilize lâmpadas
de 100 a 150 Watts - que podem ser reguladas conforme a altura - ou aquecedor
elétrico.
Após um mês de vida, os pavõezinhos
já podem ser transferidos para um viveiro sem aquecimento. A ração
de crescimento deve ser oferecida às aves até que completem seis
meses de vida. Os restos de comida devem ser retirados diariamente para evitar
a fermentação. Forneça a água em bebedouros automáticos
para que esteja sempre limpa e fresca. Medicamentos e vitaminas podem ser fornecidos
diretamente na água. A partir dos seis meses de idade, os pavões
já são considerados jovens e portanto passam a consumir ração
de manutenção, sempre reforçada com verduras e muda-se para
viveiros maiores que possuam poleiros.
Minhocas: os pavões apreciam
muito as minhocas. Elas também podem ser um bom complemento na alimentação
das aves, pois são ricas em proteínas.
A pavoa inicia a
postura com aproximadamente três anos de idade. O ciclo da postura começa
na primavera, no mês de setembro e estende-se até janeiro, parando
a postura nos outros meses do ano. Este ciclo de postura é dividido em
duas ou três vezes. Com uma média total de 22 ovos por ano. Em geral,
a fêmea põe cerca de seis a oito ovos devem ser recolhidos diariamente
e colocados para chocar apenas dez dias depois da postura. Nesta fase, é
necessário fornecer ração para postura e reprodução,
tanto para machos quanto para fêmeas. Saiba que: o pavão tem
habito de se acomodar nos poleiros mais altos devido à preservação
da espécie.
É preciso ficar muito atento, pois a povoa
costuma abandonar a postura assim que começa a chocar. De acordo com Feierabend,
as pavoas soltas na natureza botam apenas 5 a 6 ovos, no máximo. "Ela
entra em choco na natureza, choca mais vinte e seis dias e depois fica de três
a quatro meses com o filhote. Mas em grandes criações isso não
pode acontecer. Ela vai botando e é preciso recolher os ovos. Nesses três
últimos anos, eu tenho uma média de postura de 22 ovos por fêmea
a cada ano".
No entanto, em grandes criações não
há necessidade de adquirir uma chocadeira artificial, pois as galinhas
e ou as peruas são ótimas chocadeiras e criadeiras, podendo substituir
facilmente a povoa. Coloque, no máximo, dez ovos de povoa para cada galinha
ou perua e faça os ninhos, deixando-os em locais cobertos. O período
de incubação dura 28 dias. Milho: o milho também pode acompanhar
a raça, pois os pavões gostam muito de grãos. No entanto,
ofereça à ave apenas uma porcentagem mínima, apenas como
complemento. |