Hospedeiros
o fungo tem como hospedeiras plantas de mais de 75 famílias,
278 gêneros e 408 espécies dentro das quais incluem
alfafa, feijões, trevos, ervilha, batata, fumo, hortelã,
soja, girassol, tomate, canola; Milho e sorgo não são
plantas hospedeiras. Canola, girassóis e tomates são
plantas altamente suscetíveis.
Algumas ervas daninhas se reportam como hospedeiros : dente-de-leão,
hortelã, funcho de cachorro, alface espinhoso, margarida,
entre outras.
Na soja, os sintomas ocorrem geralmente no terço médio
das plantas, atingindo haste principal, pecíolos, folhas
e vagens; caracteriza-se pela presença de lesões
encharcadas nos órgãos afetados, de coloração
parda e consistência mole, com micélio branco
de aspecto cotonoso, cobrindo porções dos tecidos.
Normalmente as lesões ocorrem a uns 10 a 20 cm sob
a superfície do solo e progridem para cima e para baixo
no caule desenvolvendo os signos do patogeno durante tempo
úmido e em época chuvosa; a maioria das infecções
ocorrem em inicio da floração ou depois da polinização
das flores, uma vez o caule e os galhos são invadidos
pelo fungo a planta murcha e morrem.
O fungo sobrevive no solo principalmente como scleródio
ou como micélio em resíduos de plantas infectadas,
os sclerodios podem sobreviver até 11 anos e são
altamente resistentes a substâncias químicas,
calor seco até 600C e congelamento.
Durante o tempo chuvoso e fresco, os scleródios germinam
baixo a superfície do solo por médio de minúsculos
cogumelos e na presença de um hospedeiro suscetível
pode produzir micélio que penetra diretamente nos tecidos
da base da planta ou formar apotécios, que emergem
na superfície do solo liberando os ascósporos.
Em condições de alta umidade relativa, acima
de 70%, e temperatura ao redor de 20ºC, os apotécios
liberam ascósporos durante várias semanas, que
são responsáveis pela infecção
da parte aérea das plantas. O fungo invade os tecidos
e provoca o seu apodrecimento.
O micélio desenvolve-se sobre um substrato formado
por tecidos mortos ou senescentes. A temperatura ótima
para o desenvolvimento do micélio situa-se entre 18ºC
e 25ºC. Assim, cabe salientar que a ocorrência
de epidemias de mofo branco na cultura da soja se deu em virtude
do favorecimento climática que ocorreu durante a safra,
ou seja, excesso de precipitação aliado a temperaturas
amenas (abaixo de 20ºC) e altitude por cima de 800 metros.
A liberação de esporos e a infecção
da planta acontece mais cedo, quando as linhas de semeaduras
fecham rápido devido a espaçamento estreito
entre linhas e temperaturas baixas e tempo úmido.
Manejo
da doença
O
controle da podridão branca é dificultado devido
à permanência de escleródios viáveis
por um longo tempo no solo, aliado ao fato de que os ascosporos
que produzem a infecção aérea podem ser
provenientes de escleródios existentes a longas distâncias,
à falta de controle químico eficaz e à
alta suscetibilidade dos hospedeiros cultivados. Assim, o
controle mais efetivo baseia-se num programa integrado de
medidas, que incluem diversas práticas culturais e
administrativas.
Uma medida administrativa para evitar que sclerodios de campos
infectados contaminem campos novos, é a não
utilização de maquinaria como colheitadeiras,
plantadeiras e tratores que usadas em áreas contaminadas
por mopho branco seja soja, girasois ou outros hospedeiros
suscetíveis ao menos que se realize a limpeza destes
equipamentos.
Outra recomendação para prevenir a infecção
do fungo em campo, é a utilização de
sementes de soja livres de scleródios e só se
obtêm, mediante o uso de sementes certificadas, de procedência
conhecida e certificado fitossanitário de origem.
É fundamental para evitar a introdução
do patógeno na área, o tratamento de sementes
de soja com fungicidas do grupo dos benzimidazóis associados
a produtos de contato deve ser adotado como medida de segurança
para reduzir a possibilidade de transmissão do fungo
por meio de micélio dormente.
A rotação de culturas é fundamental para
o manejo da doença. Em áreas onde ocorreram
epidemias recentes, deve-se evitar o cultivo em sucessão
com soja, girassol, canola, ervilha, feijão, alfafa,
fumo, tomate e batata, entre outras culturas, devido à
suscetibilidade a S. sclerotiorum, retornando com esses hospedeiros
na mesma área somente após, pelo menos, quatro
anos. A intercalação com culturas resistentes
a esse fungo, como as gramíneas (milho, aveia branca
ou trigo), serve para dar tempo para a degradação
natural dos escleródios por meio de seus inimigos naturais.
Não existem cultivares com imunidade para mopho branco
e nenhuma fonte foi identificada para resistência; porém,
dentro das cultivares existem diferencias na reação
delas a suscetibilidade para a doença. Evite semear
cultivares altamente suscetíveis em campos que foram
afetados pela doença.
Distâncias
estreitas entre sulcos em campos infectados por mopho branco,
permitem em cultivares de soja com folhas largas e de crescimento
rápido, um fechamento cedo de linhas e abundante biomassa
provocando ambiente ideal para o desenvolvimento do fungo.
É conveniente escolher menores densidades de semeadura
e espaçamentos maiores, de modo a permitir uma adequada
aeração das plantas e diminuir as chances de
contato de plantas doentes com plantas adjacentes.
Espaçamentos maiores a 58 cm entre fileiras podem diminuir
até um 50% a incidência do fungo comparado com
espaçamentos menores a 50 cm; para tomar esta decisão
há que conhecer o arquétipo da cultivar, ciclo
a maturação, tipo de ramificação
e crescimento do caule entre outras características.
Deve-se evitar adubações excesivas de nitrogênio,
o que pode tornar os tecidos mais suscetíveis ao fungo.
Os sclerodios e resíduos de micélio contaminados
podem ser colocados baixos a superfície do solo mediante
aradas profundas que não permitam contacto nenhum com
o hospedeiro suscetível e não tenham as condições
climáticas favoráveis para o desenvolvimento;
recomenda-se plantio de gramíneas depois desta prática
para que os sclerodios que ficaram ainda na superfície
germinem sem presencia de plantas suscetíveis.
Ervas
daninhas
No
Sudoeste de Goiás e em outras áreas onde a incidência
e severidade da doença foram detectadas tanto em soja
como em outras culturas, se faz necessário um inventário
de ervas daninhas suscetíveis para instituir medidas
de controle adequadas. Algumas espécies de ervas daninhas
podem mostrar uma pequena severidade permitindo ao fungo persistência
até encontrar de novo uma cultura suscetível.
Economicamente, é inviável o controle químico
total desta doença, embora a aplicação
do fungicida pentachloronitrobenzene (PCNB) pode reduzir a
germinação dos sclerodios.
O tratamento de sementes com fungicidas é feito para
controlar as infecções no momento da germinação,
más o fungicida não terá efeito sob o
sclerodio transmitido pela semente.
Os fungicidas aplicados na parte foliares da planta têm
ajudado dentro das medidas de controle de mofo branco quando
são aplicados em estado desenvolvimento da soja R1
para R2 más esta prática tera que ser avaliada
desde o ponto vista retorno ao investimento.
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