Segundo Doneux, a funcionalidade é uma prioridade que
começa cedo na seleção. E isso fica bastante
claro no sistema de criação da fazenda Taquari.
O criador mostra que o lote de vacas paridas Santa Gertrudis,
PO, fica no mesmo pasto das fêmeas azebuadas, prenhas
de touros Santa Gertrudis ou com bezerro ½ ao pé.
Isso na opinião do técnico da associação
é um fato relevante, pois, atesta que é possível
trabalhar a raça nas mesmas condições
dos animais zebu. Segundo ele, durante mais de dez anos como
técnico de campo da brasileira, conhecendo projetos
nos quatro canto do país, foi possível conhecer
todos os tipos de condição de manejo. Numa ocasião,
viajando pela região Norte, viu animais sendo criados
em condição de Braquiária decumbens,
com resultados zootécnicos surpreendentes. Isso
porque o animal Santa Gertrudis se adapta facilmente às
condições de criação das principais
regiões brasileiras, enfatiza.
Nas fêmeas a principal característica é
a fertilidade. Isso significa que se uma vaca não der
pelo menos um bezerro por ano, ela é descartada do
plantel. Outra exigência da seleção é
sobre a habilidade materna das fêmeas. Vaca que
não dá leite suficiente para alimentar o bezerro,
também não serve para procriar exclama
Henricus Backer que conta histórias de animais que
eram descartados por ele, sobre protestos até mesmo
de outros criadores experientes. O trabalho de seleção
praga que dentro da morfologia é importante que a fêmea
Santa Gertrudis tenha primeiro, caracterização
racial e feminilidade. Na parte de conformação
é desejável que ela tenha, bons aprumos, aparelho
mamário bem desenvolvido, ou seja, que ofereça
uma quantidade de leite suficiente para alimentar bem o bezerro,
bons cascos, proteção para os olhos, entre outras.
Segundo Doneux, isso tudo é para que a fêmea
não sofra e não cause sofrimento para sua cria.
Um fato que chama a atenção no trabalho do criador
Henricus Becker é que a seleção dos animais
que formam a cabeceira do plantel é feita com os animais
a campo. Isso na pratica significa que, qualquer animal, desde
que passe pelo rigoroso processo de avaliação
da fazenda, pode se tornar um reprodutor ou uma matriz e representar
o criatório no circuito de exposições
oficial da raça. O lote atual de matrizes possui 60
animais, sendo que destes, apenas 15 recebem tratamento diferenciado.
O pecuarista conta que, desde o início, o melhoramento
genético dos animais sempre esteve entre as prioridades.
Todo esse rigor garante a fazenda o privilégio de poder
montar um premiado plantel de animais. Um exemplo é
o touro TS 588138 Thor da Taquari, animal que nas duas últimas
temporadas, já levou quatro premiações
de grande campeão, em exposições pelo
país. No ano passado, o reprodutor foi grande campeão
na Feira Internacional de gado de Corte, Feicorte, realizada
em São Paulo; Grande Campeão na ExpoPar, realizada
no município de Paranaíba, MS; Exposição
de Jaú, SP e Avaré, 2006. Thor, hoje está
em coleta na centra de inseminação Lagoa da
Serra, em Sertãozinho, SP.
No time das fêmeas o destaque fica para FS 852291- Carola
da NE, nascida em outubro de 2002, e desde cedo já
acumula títulos dentro do circuito. A trajetória
de sucesso começou na exposição de Avaré,
2004, com título de reservada grande campeã.
No ano passado Carola foi reservada Grande Campeã em
Avaré; Paranaíba, MS e grande Campeão
em Jaú, SP. Uma mostra de que a fêmea é
de genética superior está nas suas duas progênies.
F-588183, nascida em novembro de 2004 foi premiada grande
campeã na primeira categoria, de 6 a 8 meses, na Expo
Par, em 2005. Outra fêmea que promete na criação
da Taquari é FS- 588178- Dália da Taquari que
ficou com o quarto lugar no Concurso Novilha do Futuro, edição
2006, realizado na fazenda Pau Dalho, em Tiete , SP.
O manejo dos animais de campo, que representam 90% do rebanho
é feito num sistema de pastagem adubada de Braquiária
decumbens, Capim Estrela e sal mineral, oferecido a vontade
no cocho. A preocupação com a preservação
das áreas de pastagem está entre as prioridades
do criador que não economiza quando o assunto é
tratamento de solo e escolha das espécies forrageiras.
Segundo Becker, o Santa Gertrudis é um animal criado
para se adaptar as condições tropicais, no entanto,
isso não significa que possa ser mal tratado. Luiz
Bannwart Junior, também criador e renomado conhecedor
da raça concorda com o criador dizendo que a conversão
alimentar do bovino Santa Gertrudis está entre as mais
altas dentro da pecuária. Só que, em contrapartida,
a raça exige do criador um pasto de qualidade e em
quantidade acima da média.
Durante o inverno quando normalmente falta pasto é
importante que as reservas de alimentos estejam fartas. Na
fazenda Taquari a comida do inverno é a base do feno
produzido com a palha da sevada, colhida na mesma época.
Apesar de ser um resto de cultura a resposta do gado ao alimento
é muito boa, enfatiza o criador que diz alimenta-los
assim já há muitos anos. Para Bannwart essa
é a prova de que, desde que não falte alimento,
o Santa Gertrudis responde a diferentes tipos de pastagem.
Há mais de 20 anos selecionando animais para exposição
e venda em leilões importantes da raça Santa
Gertrudis o criador Henricus Becker sempre buscou na funcionalidade
da raça o diferencial para produzir carne a baixo custo
e no menor espaço de tempo. A experiência adquirida
ao longo de anos criando e engordando gado no sistema de criação
a pasto, permite que ele tenha hoje uma estrutura bastante
enxuta para tocar seu negócio.
Nos setenta hectares reservados para o projeto de criação
pecuária, ele mantém um plantel de 240 reses,
macho e fêmea, PO, que se dividem em várias categorias.
O primeiro lote de animais chegou à fazenda em 1982,
oriundos do criatório King Ranch, atual fazenda Brascan,
de Presidente Prudente, SP. O criador conta que, o que mais
lhe chamou a atenção no Santa Gertrudis foi
à docilidade dos animais. Hoje, ele lembra que ao longo
dos anos as descobertas com relação aos atributos
da raça foram muitas. Felizmente, todas muito positivas.
Brascan
tem Prova de Ganho de Peso
Está
sendo realizada na fazenda Nosquito, em Narandiba, São
Paulo, a primeira prova de ganho de peso do criatório
Brascan. O trabalho que está na sua fase final, será
encerrado com a realização do julgamento no
dia 17 de maio para classificação dos animais
participante, destaca Fernando Saltão representante
do grupo Brascan. Segundo ele, o ganho de peso deve ficar
em torno de 0,7 Kg/dia. de média. A prova foi toda
realizada à pasto, apenas com os animais recebendo
suplementação protéico-mineral.
No dia dezessete, será realizada uma última
pesagem nos animais, além dos testes de avaliação
visual, utilizando ultra-sonografia para medida de Área
de Olho de Lombo (AOL) e Espessura de Gordura. Todos esses
dados serão utilizados para elaboração
do índice final.
Ao todo são 52 animais participantes, que entraram
com 8 meses e 244,6 Kg, em média. Na penúltima
pesagem realizada, os animais estavam com 399 Kg, na média
geral. Segundo Saltão, os animais estão com
um estado corporal muito bom, saudáveis e desenvolvendo
uma carcaça bem interessante,inclusive demonstrando
acabamento. Temos em nosso projeto o uso de touros Santa
Gertrudis, para obtenção de um produto Tree-Cross,
em vacas 1/2 sangue Angus/Nelore, explica.O fato de
utilizarmos reprodutores testados em nossas condições
e com as premissas de seleção que atendam nossa
necessidade, nos dá muita segurança para continuarmos
colocando esses produtos no mercado, conclui.
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