toneladas (2,34%). Os acréscimos para a região
Sul revelam uma recuperação dos índices
de produtividade, que foram bastante atingidos pela seca de
2005.
A
produtividade no Rio Grande do Sul deve ir dos 655 kg/ ha
de 2005 para 1.804 kg/ ha em 2006. Os demais Estados, como
o Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul deverão
apresentar, no próximo ano, respectivamente, produtividades
30%, 52% e 53% maiores.
O crescimento na produção de soja previsto para
2006 vem basicamente desses Estados, onde as condições
climáticas foram muito severas para a cultura na safra
de 2005. Os outros importantes produtores de soja, como o
Mato Grosso, Goiás e Bahia devem apresentar redução
em suas estimativas para 2006, em decorrência dos preços
baixos, descapitalização dos produtores, desvalorização
cambial, entre outros fatores.
Os dados divulgados pelo IBGE da safra de 2006 mostram, que
além da necessidade de mais atenção à
soja para valores comerciais, é preciso diante da crise
reforçar ainda mais a necessidade de conduzir as lavouras
de forma racional, visando a obtenção da maior
produtividade, com os menores custos de produção.
Com tudo isto, apontam os pesquisadores da área, é
preciso que o agricultor fique atento para a escolha criteriosa
das cultivares, levando em conta suas características,
como o potencial de rendimento e, principalmente, a resistência
às doenças. Sabe-se que existem grandes diferenças
nos níveis de resistência das cultivares, principalmente em
relação à ferrugem da folha. A escolha
correta das cultivares em função do clima e
do solo de cada região e o manejo adequado para cada
uma delas, serão de fundamental importância,
principalmente em um cenário de estreita margem de
lucro.
Em outras palavras, dizem os pesquisadores, a escolha da variedade
e época da semeadura irá determinar o sucesso
ou fracasso, lembrando que dentro de uma mesma região,
dependendo da época do plantio, terão grande
influência o tipo de cultivar, o ciclo e tolerâncias
às doenças. A condição climática
para a cultura de safrinha, por exemplo, difere das de verão,
onde a temperatura, radiação solar e disponibilidade
de água são decrescentes, conduzindo a planta
a uma situação de estresse, influindo na decisão
de qual cultivar ou tipo a ser semeado.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, Lineu Alberto
Domit existem outras considerações importantes
quanto à escolha do cultivar. Estas escolhas
tem que incluir além de outras especificações
o histórico da área; um fator importante na
regra decisória para plantio, pois dependendo do seu
potencial produtivo (terras fracas ou boas) irá depender
a escolha dos cultivares e do nível tecnológico
a aplicar. Também a cultura anterior terá grande
influencia na produtividade da soja, principalmente em regiões
onde há cultivares de safrinha, por isso, o ideal é
ter um planejamento estratégico de rotação
de cultura. As condições climáticas também
são indispensáveis nesta época que há
muita instabilidade, conclui o pesquisador.
Na maioria das regiões Centro Oeste do Brasil, de clima
mais definido, a escolha do cultivar deve recair sobre cultivares
mais precoce. Já em regiões intermediárias,
aponta o pesquisador, parte do sul do Brasil, por exemplo,
com um clima irregular para a cultura de soja a escolha das
variedades com estabilidade e adaptação mais
ampla é o recomendável. A época de plantio
também influenciará na produtividade, pois a
cultura de soja está diretamente relacionada com a
temperatura, assim como os tipos de cultivares e a diversificação.
Das cultivares a serem utilizadas, tanto no tipo e ciclo
bem como o nível de tecnologia a ser aplicado, também
é fator fundamental na escolha da cultivar, temos que
ter sempre em consideração o retorno econômico,
ressalta.
Segundo o pesquisador da Embrapa Soja, o produtor ainda peca
muito na hora de adquirir as cultivar, e principalmente, quando
o assunto são as doenças, além de outros
fatores. A questão doenças é de
maior conhecimento do produtor e também consta nas
publicações e nas palestras dos dias de campo.
A questão dos sistemas de produção está
diretamente relacionada com a região, a exemplo disso
é a região centro e sul do Paraná que
não cultiva o milho safrinha e com isso não
tem necessidade de iniciar o plantio mais cedo. Acredito que
todos os itens são importantes e o bom agricultor
tem de estar atento a todos eles. Lembrar que o item principal
é conhecer bem a sua propriedade e com essas informações
fazer um bom planejamento de uso dela. Nesse momento, temos
que escolher a variedade que melhor se adapte possibilitando
maior renda. Além disso, consultar a assistência
técnica regional ou local e fundamental para evitar
erros, conta o pesquisador.
De acordo com o Lineu Domit, com mais informações
(palestras, resultados de Unidades demonstrativas, observações
nos vizinhos) são maiores as possibilidades de acertar
e obter melhores resultados (rentabilidade). Outra questão
que deve ser observada e a qualidade da semente adquirida,
por isso é importante adquiri-la de revendedores conhecidos
e adquirir somente cultivares testadas na região.
O produtor precisa utilizar uma mesma cultivar pelo
menos por um período de dois anos para ver a sua produtividade.
Só assim, terá certeza se há necessidade
de uma mudança na escolha. Hoje, todos os produtores
tem acesso às informações através
de palestras, resultados de Unidades demonstrativas, observações
nos vizinhos e também tem facilidade de consultar um
assistente técnico de sua confiança. A dificuldade
maior é do pequeno agricultor que depende de aluguel
de equipamentos de plantio e colheita e muitas vezes não
pode executar o planejamento pretendido, conta o pesquisador.
Novas
Cultivares
A
Embrapa Soja, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, está apresentando 23 cultivares de
soja, safra 2006. Pela primeira vez, estão sendo apresentados
oito cultivares de soja RR desenvolvidas pela Embrapa. São
elas: a BRS 256 RR, BRS 247 RR, BRS 244 RR, BRS 243 RR, BRS
255 RR, BRS 246 RR, BRS 245 RR e BRS 242 RR. São
variedades de ampla adaptação e altamente produtivas.
Mas o agricultor precisa se lembrar que o transgênico
é mais uma alternativa tecnológica e não
uma solução milagrosa. A escolha entre o transgênico
e o convencional vai depender de variáveis como mercado,
características e na origem das cultivares e, principalmente,
nas condições da lavoura, explica o pesquisador
Lineu Domit, da Embrapa Soja.
Para o agricultor que adota o sistema produtivo convencional,
a Embrapa está apresentando 15 cultivares, sendo duas
delas específicas para consumo humano. As cultivares
BRS 257 e BRS 213 têm sabor suave, devido ao baixo teor
de lipoxigenase (enzima responsável pelo gosto de feijão
cru da soja). Cinco cultivares de soja convencionais também
estão sendo demonstradas na área de agricultura
orgânica: BRS 257, BRS 232, BRS 258, BRS 213,
BRS 230.
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