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Antônio Augusto Coutinho
No
cenário mundial, referente a caprinos e ovinos, em
número de animais, a China tem o maior rebanho do mundo,
seguida, pela ordem, por Índia, Austrália, Nova
Zelândia, África do Sul, Reino Unido, Turquia
e Espanha.
O mercado nacional nas duas atividades encontra-se aquecido
e o consumidor, parte fundamental do processo, busca, cada
vez mais, por produtos e empresas que ofereçam, acima
de tudo, qualidade. Já o criador tem o desafio de incrementar
seu negócio. Como? Investindo em genética e
estando atento a todas as transformações do
mercado que possam agregar valor à sua criação.
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Isso
pode ser creditado a fusão de alguns fatores: a profissionalização
das associações de criadores e dos próprios
caprinovinocultores; a busca por informação
e tecnologia que contribuam em prol do desenvolvimento da
criação e os constantes investimentos em genética,
nutrição e sanidade que, ao contrário
do que muitos pensam, não podem ser encarados como
custo.
Ao analisar o Brasil, devemos levar em consideração
a grande área disponível de pastagem e aproveitá-la
de forma racional, com planejamento técnico, com um
diferencial: produção de carne a custo reduzido.
Além disso, o cordeiro, animal jovem com idade preferencialmente
inferior a 150 dias e peso vivo entre 28 e 32 kg, é
o produto mais valorizado. O pastejo direto, utilizando forrageiras
de elevada produtividade e valor nutritivo, tais como Coast
cross, Tiftons, Pangola, Transvala, Estrelas, Tanzânia
e Aruana, é a melhor opção para a atividade.
Na gestação, as matrizes são mantidas
em pastagens, num sistema rotacionado, e após o parto,
durante todo o período de aleitamento, que varia de
45 a 60 dias, ficam em pastagens específicas para a
cria dos cordeiros.
Com qualidade, boa disponibilidade da forragem, constante
acesso à água e mistura mineral adequada não
há necessidade de qualquer outro tipo de suplementação
alimentar para as ovelhas durante o período pré-parto.
Todavia, após a parição, por melhor que
seja a situação da pastagem, a suplementação
alimentar é necessária, tanto para as matrizes
como para as crias. O manejo rotacionado das pastagens é
uma das condições básicas para a produção
intensiva de cordeiros em pastejo. Em comparação
às condições de pastejo contínuo,
um tempo adequado de repouso, associado a um período
curto de pastejo intenso, com um rebaixamento significativo
da altura da forrageira, possibilita maior produção
e qualidade de forragem, além de ajudar a diminuir
o nível de contaminação dos animais por
larvas de helmintos parasitas. O Brasil possui centros
de excelência em pesquisa, como o Instituo de Pesquisa
de Nova Odessa em São Paulo, e outros nas regiões
Sul, Sudeste e Nordeste, que também podem orientar
o criador sobre cada fase da criação e manejos
adequados.
De uma forma geral, a caprinovinocultura tem aumentado sua
participação no agronegócio brasileiro,
e pela forma que ela esta crescendo, com base e seriedade,
a tendência é que esse quadro se mantenha em
expansão. A falta de informação, especialmente
em regiões importantes do Brasil, só que menores
e fora dos grandes centros, é o principal entrave à
consolidação da atividade.
Os principais atrativos para o criador que quiser ingressar
nesse tipo de mercado é que em uma mesma área
de criação de bovinos pode-se criar uma quantidade
muito maior de ovinos e caprinos, tudo isso respeitando e
cumprindo um bom manejo de pastagem, cercamento apropriado
e outros conceitos.
Com um rebanho estimado em 14 milhões de cabeças,
a ovinocultura brasileira está concentrada em sua maioria
9 milhões de animais -, na região Nordeste,
principalmente na Bahia, estado onde a atividade é
bem atuante. Segundo números da Associação
Paulista dos Criadores de Ovinos (Aspaco), em 2004, São
Paulo foi o estado que registrou o maior crescimento de rebanho.
Para se ter uma idéia do cenário atual e do
potencial que a carne de cordeiro ainda pode atingir no Brasil,
o consumo per capito/ano desse nicho é de 700g, número
baixo, principalmente em comparação aos países
onde mais se consome esse tipo de carne, caso da Nova Zelândia,
que tem uma média anual de 32 kg por pessoa. Em relação
à caprinocultura, o rebanho brasileiro é composto
atualmente por 10 milhões de cabeças.
Vale destacar que o Brasil importa 10% da carne ovina e caprina
que precisa para suprir sua demanda. Por falar em demanda,
só para a cidade de São Paulo, há necessidade
da formação de um plantel com 3 milhões
de matrizes para produção média de 500
mil cabritos e cordeiros de qualidade/mês para abate.
Nesse contexto, o papel das empresas, principalmente de insumos,
é incentivar o setor, oferecendo ao criador produtos
de qualidade, com total controle da matéria prima utilizada
para maximizar os resultados produtivos.
Além disso, a colaboração dos órgãos
governamentais nas pesquisas nestas áreas é
fundamental, inclusive com o apoio do governo federal, que
poderia beneficiar áreas carentes do Brasil com as
tecnologias geradas, servindo como um estímulo à
criação de caprinos e ovinos e, ainda por cima,
aumentaria a renda dessas regiões.
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Engenheiro Agrônomo e Coordenador Nacional de Caprinos
e Ovinos da Tortuga Cia. Zootécnica Agrária
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