A
gema do ovo é o alimento que contém maior quantidade
de colina - substância derivada de um aminoácido
denominado serina (associada à sensação
de bem-estar) -, entre os componentes da dieta comum. Uma
unidade tem cerca de 130 miligramas de colina, enquanto uma
posta de 100 gramas de salmão tem 56 miligramas. O
resultado de pesquisas feitas pelo Departament of Agriculture
(EUA), constatou que nenhum alimento supera a gema do ovo
em concentração de colina.
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Estima-se
que a concentração circulante de colina duplica
após a ingestão de uma refeição
contendo dois ovos, Diz o professor Cícero Galli
Coimbra, do departamento de neurologia da Universidade Federal
de São Paulo. A colina forma parte da estrutura dos
denominados fosfolipídeos, os quais poderiam ser descritos
como a unidade estrutural da membrana das células.
Em sentido figurado, é como se a colina fosse o tijolo
utilizado na construção da estrutura da membrana
celular. Todas as células que se formam em nosso organismo
requerem fosfolípídeos, portanto, colina, para
estruturação das membranas.
A colina é necessária para produção
de novas células e para reparação das
membranas celulares lesadas, que deve ser particularmente
sensível à deficiência de colina, pois
as células nervosas necessitam produzir mais quantidade
de membrana celular do que qualquer outra célula. A
formação de novos neurônios pode ocorrer
mesmo no cérebro de indivíduos de idade avançada,
graças ao trabalho de neurocientistas suecos (1998).
As regiões responsáveis pela aquisição
de novas informações, tais como hipocampo, são
aquelas em que a neurogênese (formação
de novos neurônios) é mais intensa, indicando
a importância da colina sobre a preservação
da memória. A produção de uma substância
fundamental para o armazenamento de informações
pelo hipocampo - a acetilcolina - requer a disponibilidade
de colina na dieta, explica o especialista.
Há um composto derivado da colina denominado citicolina
(ou CDP-colina), que constitui-se no único neuro-protetor
até hoje demonstrado e confirmado contra as lesões
provocadas pelo AVC(derrame). Com a descoberta de que a produção
de novos neurônios encontra-se presente mesmo em idade
avançada, entende-se a colina pode ter um papel positivo
nas seguintes situações: doenças em que
a recuperação possa ser facilitada ou àquelas
cuja progressão possa ser limitada pela neurogênese.
Dados concretos já existem em relação
à prevenção de má formação
do sistema nervoso durante a vida intra-uterina, tais como
anencefalia e espinha bífida. A colina consumida pela
mãe pode influenciar o desenvolvimento cerebral do
feto e do bebê, aumentando a formação
de neurônios durante a gestação e a amamentação.
Isso pode exercer uma influência decisiva na sua capacidade
de aprendizado futura e, portanto, na sua capacidade de competir
por oportunidades no ambiente profissional quando adulto.
Vários estudos já mostraram que a colina é
tão ou mais importante do que o ácido fólico
durante a gestação.
Pesquisas futuras devem demonstrar efeitos positivos da colina
sobre a evolução de doenças neurodegenerativas,
tais como a doença de Alzheimer e a doença de
Parkinson. Isso porque o cérebro do idoso tem menor
capacidade de captar a colina circulante, sendo mais sensível
às conseqüências negativas de uma dieta
pobre em colina.
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