Quando
não prevenidas, as doenças nos pés dos
bovinos de leite e corte podem causar queda na produtividade
das fazendas.
As chuvas começam e é bom que os pés
dos bovinos estejam saudáveis. Isso porque se observa
significativo aumento na incidência das doenças
dos cascos na época chuvosa ou quando há muita
umidade nos locais de permanência dos animais. Aparentemente
não tão graves, as lesões nos cascos,
se não prevenidas, podem afetar o animal de tal forma
que causam queda na produção de leite e carne,
atraso na concepção, descartes de animais, além
de desvio de mão-de-obra para curativos.
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Os
resultados da propriedade ficam comprometidos, afirma Ângelo
Marcelo Wosniacki, veterinário especialista em podologia
em bovinos. No caso de fazendas leiteiras, os danos podem
ser ainda maiores. A dor e dificuldade de locomoção
da vaca fazem com que o animal não se alimente adequadamente
e, consequentemente, produção de leite é
reduzida. O touro, debilitado pela doença, não
consegue cumprir suas funções de reprodução.
Todo o ciclo de produção de leite é prejudicado.
Quando o problema é controlado adequadamente, o produtor
pode evitar grandes perdas econômicas na fazenda. A
prevenção da doença nos pés dos
bovinos é simples. Alguns fatores estão diretamente
relacionados à sua origem, como alimentação,
higiene, manejo e casqueamento preventivo, explica Wosniacki.
As doenças dos cascos são mais comuns em rebanhos
leiteiros, confinados em estábulos, onde há
maior concentração de animais numa mesma área.
Existem manifestações variadas de lesões
e todas provocam dor no animal. A sola do casco é uma
das regiões mais vulneráveis por sofrer pressão
do peso do corpo do animal. Quando o casco é lesionado,
podem surgir hematomas, abscessos e úlceras.
Alimentação balanceada, limpeza nos locais de
acesso dos animais, lava-pés e serviço preventivo
de casqueamento são fatores relevantes para prevenir
doenças nos pés dos bovinos. Uma recomendação
importante também é dispor de profissionais
capacitados na orientação correta de manejo
dos animais e da propriedade, adverte Wosniacki.
Má formação genética na estrutura
do casco ocasiona a chamada Doença da Linha Branca.
Outras enfermidades podem surgir pelo desgaste causado por
bactérias que se desenvolvem no tecido. A evolução
da doença gera a podridão do casco, o flegmão,
doença aguda grave, e o gabarro, hiperplasia no espaço
interdigital após trauma.
A primeira providência para o tratamento de lesões
no casco é ter o histórico dos animais e diagnosticar
a causa. O tratamento pode ser tópico ou parenteral,
dependendo da gravidade. Em geral, a rotina inclui lavagem
do pé lesionado, aplicação de iodo, antimicótico
ou antibióticos, além de troca de curativos
a cada dois dias. Um cuidado especial que o produtor
deve ter em rebanhos leiteiros é utilizar um antibiótico
que permita tratar o animal sem descartar o leite, diz
Fabio Franco, gerente de produtos da Unidade de Negócios
Bovinos Leite da Divisão de Saúde Animal da
Pfizer.
Dicas
de prevenção
* Observação diária dos animais para
detecção precoce de lesões.
* Retirada de lama e fezes no local de passagem dos animais,
em volta dos bebedouros e cochos, várias vezes ao dia.
* Manutenção e limpeza diária do lava-pés.
* Casqueamento periódico em todos os animais.
* Aplicação de cal virgem periodicamente nos
locais de maior concentração de animais.
Fonte: veterinário Ângelo Marcelo Wosniacki,
especialista em podologia em bovinos
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