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Embrapa está desenvolvendo pesquisas com semioquímicos
(feromônios) para controle e monitoramento de percevejos
que atuam como pragas na cultura da soja no Brasil. As pesquisas
estão sendo conduzidas em parceria com a empresa privada
Biocontrole - Métodos de Controle de Pragas Ltda. e
vão resultar no desenvolvimento do primeiro produto
biológico a base de semioquímicos para o controle
do percevejo marrom da soja no Brasil. Miguel Borges,
coordenador das pesquisas, acredita que o produto chegue ao
mercado ainda este ano.
Segundo o pesquisador, os semioquímicos ocupam
hoje cerca de 30% do mercado de biopesticidas no mundo, perdendo
apenas para os inseticidas bacterianos e os botânicos.
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No
Brasil, o mercado de semioquímicos está em franca
expansão, com mais de 15 produtos registrados e outros
em fase de registro.
Os feromônios são os mais importantes elementos
da comunicação entre os insetos. São
substâncias químicas de cheiro peculiar, presentes
em cada espécie, que atuam como meios de comunicação.
Na natureza, os feromônios são responsáveis
pela atração de indivíduos da mesma espécie
para acasalamento, demarcação de território
e outros tipos de comportamento. Os cientistas reproduzem,
em laboratório, as condições observadas
na natureza para monitorar o comportamento dos insetos-praga
e interromper a sua reprodução.
Miguel coloca que no momento os estudos estão
mais direcionados para o percevejo marrom da soja (Euchistus
heros), mas o objetivo é estendê-los para todo
o complexo de percevejos-praga da soja, que inclui também:
o percevejo verde (Nezara viridula) ou maria fedida, como
é popularmente conhecido, e o percevejo pequeno (Piezodorus
guildinii), além das espécies "Thyanta
perditor", "Acrosternum impicticorne", "Acrosternum
ubicum" e "Dichelops melacanthus" ou barriga
verde.
Esses insetos estão entre as piores pragas dessa cultura
no Brasil hoje, por se alimentarem diretamente nos grãos,
causando sérios prejuízos no rendimento e na
qualidade das sementes. Dentre os principais danos, destacam-se:
sementes com baixo vigor, menor teor de óleo, além
do fato de que os percevejos facilitam a entrada de fungos,
que podem causar outras doenças nas plantas.
Adicionalmente aos danos causados na cultura da soja, as mudanças
ambientais e comportamentais induzidas pelas modernas práticas
agrícolas têm preocupado produtores de algodão,
pois durante a colheita da soja é observada uma grande
migração dos percevejos para a cultura do algodão,
danificando as maçãs do algodoeiro e reduzindo
a produção. Essa migração tem
ocorrido também para a cultura do milho, especialmente
das espécies "N. viridula" e "Dichelops
sp.", causando perdas em plantas de milho com até
25 dias de plantio.
O controle biológico das pragas da soja é uma
prioridade, segundo Borges, já que essa cultura é
de extrema importância para o Brasil, que hoje é
o segundo maior produtor mundial, com uma produção
de cerca de 60 milhões de toneladas. Mas, futuramente,
os estudos com feromônios serão estendidos também
para outras culturas agrícolas. Já foram iniciados
estudos, em parceria com a Embrapa Acre, para utilização
dessas substâncias no controle da broca do cupuaçu
em um programa de agricultura familiar denominado RECA (Projeto
de Reflorestamento Econômico Consorciado e Adensado).
Estudos estão sendo conduzidos, também, em parceria
com a Embrapa Arroz e Feijão para utilização
dessas substâncias no controle do percevejo do colmo
do arroz, "Tibraca limbativentris".
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