A
XXVI Semana Nacional do Cavalo Campolina agitou o Parque da
Gameleira, em Belo Horizonte, Minas Gerais. O evento aconteceu
no período de 4 a 9 de setembro e contou com julgamentos,
provas de marcha, funcionais e leilões.
De acordo com o Presidente da Associação, Francisco
Azevedo, a edição 2006 da Semana Nacional superou
as expectativas. É o meu último ano no
mandato perante a Associação e posso dizer que
os criadores entenderam a função do nosso cavalo
que é o andamento. Demos um show de marcha na Gameleira.
Quem gosta de marcha e não veio, perdeu, afirma.
Segundo ele, foram inscritos 525 animais, 127 expositores
e 40 cavalos para o Leilão Ouro. A nossa expectativa
era de apenas 400 animais no Parque, confessa. O
Leilão de Sela contou com 15 eqüinos de altíssima
qualidade, conclui.
Tanto o Leilão de Sela quanto o Leilão Ouro
tiveram vendas significativas e comprovaram que o mercado
de cavalo no Brasil só tende a aumentar. O setor
está em grande expansão e o mercado está
bem aquecido com vendas para todos os estados, comenta
o promotor do Leilão de Ouro Hibipeba, Roberto Siqueira.
O leilão movimentou aproximadamente R$ 1,5 milhões
e contou com 34 lotes que obtiveram média de R$ 45
mil. Foram mais de 15 leilões realizados até
hoje, todos com sensacional liquidez, conta.
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De
acordo com o diretor da Associação do Cavalo
Campolina e organizador do Leilão de Sela, Janor Santana,
o sucesso do leilão se deve ao porte e a qualidade
dos animais. O nível dos cavalos aumentou. Faltou
cavalo para o público que queria comprar, diz.
Além de comprovar a evolução da raça,
o evento encheu os olhos de diversos admiradores e criadores.
Na minha opinião esta foi a melhor Semana Nacional.
Não só mostrou a excelência genética
da raça, mas também, uma qualidade melhor de
andamento do animal, elogia o criador de São
Paulo, Luis Augusto Amaral. Segundo ele, pôde-se constatar
uma evolução no que diz respeito ao adestramento
dos animais. As provas novas também auxiliaram
a valorizar ainda mais o cavalo, completa.
Assim como Amaral, outros criadores mostraram-se satisfeitos
com o evento. Foi o caso do criador de Belo Horizonte, Eustáquio
Maia. Estamos satisfeitos com o trabalho dos técnicos.
Observamos um grande salto da raça tanto no andamento
quanto na morfologia, ressalta. Para o criador do Rio
de Janeiro, Cláudio Cunha, a Semana Nacional não
deixou nada a desejar. Estou contente com o evento.
Creio que o número de animais irá aumentar significativamente
ano que vem, estima. Além do troféu de
melhor criador e expositor de pelagem pampa, Cunha ganhou
também, com um animal de sua propriedade, a categoria
Grande Campeã Adulta Pampa.
A
invasão do Campolina Para uns o Campolina é
o cavalo do futuro; outros o consideram como um animal
de boa pisada. Todavia, o fato é que o mercado
campolinista está se expandindo a passos largos. No
interior de Pernambuco, onde, por conta da vaquejada, o Quarto
de Milha abocanha uma generosa fatia do mercado nordestino,
o Campolina surge como uma nova alternativa. O interior
pernambucano descobriu a cavalgada. O Campolina, então,
disparou na frente das demais raças por ser o animal
mais adequado a este tipo de esporte, confessa o criador
de Pernambuco, Ademar Rimeira. Segundo ele, o nordeste poderá,
em breve, ser um dos maiores produtores e centros de criação
da raça no Brasil. Estamos levando animais para
o Ceará e abrindo o mercado na Paraíba,
conta.
Na Bahia, o Campolina também marca presença
forte. De acordo com o Presidente da Associação
Baiana de Cavalo Campolina, Claudemiro Santana, a Bahia faz
um trabalho de melhoramento genético há aproximadamente
50 anos. Os investidores vêem nesta raça
o futuro da eqüinocultura no país. Além
do mais, o Campolina é um cavalo belíssimo que
não perdeu, ao longo do tempo, a qualidade do seu andamento
marchado, diz.
As
regras do jogo Equilibrar beleza e funcionalidade é
regra primordial para se ter um cavalo de qualidade. Tais
quesitos foram observados na prova de Melhor Cabeça.
De acordo com um dos juizes do evento, Alessandro Moreira
Procópio, diretor do CETERC (Centro de Treinamentos
e Estudos da Raça Campolina), um dos pontos avaliados
nesta categoria é o formato da cabeça do animal.
Tem que ser em forma de trapézio. A fronte deve
ser ampla e plana, afirma. Segundo ele, observa-se junto
a isso a simetria e a harmonia da cabeça em relação
ao corpo. Desta forma, avaliamos o equilíbrio
do cavalo, complementa.
Segundo Procópio, olhos bem abertos e posicionados
ampliam a visão do animal e, portanto, melhora
o desempenho de sua função: seja para marchar,
passar algum obstáculo, subir morro ou atravessar córregos,
adiciona. Para o juiz da raça, João Pessoa de
Souza, há outro detalhe que também é
importante na hora da avaliação. Uma narina
mais estreita significa que o animal vai respirar menos e
se cansar mais rápido, explica.
Em primeiro lugar, na categoria de Melhor Cabeça Fêmea
Jovem, ficou a potra Querida do Haras Chiribiribinha, de Duas
Barras, Rio de Janeiro. Na modalidade de Melhor Cabeça
Macho Jovem ficou Sagrado do Campo, do Haras do Campo, RJ.
Já o Xá Azul, de Baixa Grande, Bahia, abraçou
o título de Melhor Cabeça Macho Sênior.
A preparação para o evento foi intensa,
mas valeu a pena. Eu e toda minha família somos amantes
da raça Campolina, conta um dos proprietários
do Xá Azul, Mateus Liberato. A Fazenda Dallas em Cachoeiras,
RJ, ficou com o prêmio de Melhor Cabeça Fêmea
Sênior cuja vencedora foi a égua Ocala da Conceição.
Quem se deu bem na prova de Progênie de Pai foi o cavalo
Lanceiro da Conceição, da Fazenda Conceição
(RJ). Já na Progênie de Mãe, Lua do Haras
Oratório, Macaé, RJ, levou a melhor. Ela
já é tricampeã na modalidade. Agora vamos
procurar conquistar o quarto título ano que vem,
diz o proprietário Plínio Siqueira.
Além das modalidades já citadas, houve o Grande
Campeonato da Raça Campolina. Quem sentiu novamente
o gostinho da vitória foi o proprietário Luis
Antônio Tavares, da Fazenda Conceição
(RJ). O investimento é muito grande em trabalho,
planejamento, dinheiro e dedicação, afirma
o proprietário de Sadam da Conceição
grande campeão Macho Jovem. Do Haras Top, em
Nova Friburgo, RJ, veio a potra Hierarquia Top a grande
campeã na categoria Fêmea Jovem. O troféu
de grande campeã da raça adulta fêmea
foi a Luz do Oratório, do Haras Oratório, RJ.
Já Querosene da Conceição, da Fazenda
Conceição, RJ, ficou com o título de
grande campeão da raça adulta macho.
Na modalidade O Grande Marchador quem conquistou
o título foi a égua Madona do Cerradão,
de Ouro Preto, MG. Foi uma preparação
feita com muita seriedade e dedicação,
comenta o expositor da grande marchadora, Gabriel Luciano
Correa de Souza. De acordo com o juiz Paulo Roberto Ribeiro,
para vencer a prova de marcha o animal precisa ter mais do
que um andar marchado. Avaliamos a comodidade, o estilo,
o rendimento, a resistência e a regularidade em pista
desses animais, diz. A comodidade é um fator
de extrema importância já que 40% do peso do
julgamento recai sobre ela.
Na marcha, segundo ele, o cavalo não pode perder o
contato com o solo. Não há momento de
elevação como no trote e, sim, tríplice
apoio, conta. O porte e o estilo do Campolina também
são elementos que contam pontos expressivos. Tudo
isso dá beleza e nobreza ao cavalo, conclui.
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