São
muitos os desafios para os produtores de soja garantirem ao
Brasil a condição de maior exportador mundial
do produto, com qualidade e números que sinalizem um
futuro longevo de sucesso.
Alguns dirão que o primeiro deles e o mais urgente
é vencer a grande crise que setor agropecuário
enfrenta nos últimos 18 meses, com vários produtos
remunerados aquém das necessidades de sobrevivência.
Como reflexo, observamos, especificamente na soja, uma queda
na redução de área plantada, ainda que
a produção em toneladas tenha aumentado. Segundo
a Conab Companhia Nacional de Abastecimento, as terras
destinadas ao cultivo da soja sofreram uma diminuição
de 4,6% na última safra, responsáveis por uma
produção de 53,4 milhões de toneladas
do produto, cerca de 3,8% a mais que na safra anterior.
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Os
números mostram uma tendência comprovada pelos
fabricantes de insumos para a cultura. Os produtores menos
tecnificados estão cedendo espaço para os grandes
produtores, que detém tecnologia suficiente para manter
a trajetória de eficiência e condições
de espera por dias melhores. Assim, superar os desafios do
momento é uma questão também social e
passa necessariamente pelo alto conhecimento da cultura e
profissionalização, saindo do preparo da terra
e saúde da lavoura para a logística e comercialização
com garantias de retorno financeiro.
Na contramão da necessidade de adquirir cada vez mais
novas tecnologias que respondam às necessidades de
aumento da produtividade estão a descapitalização
do produtor e a falta de financiamentos mais acessíveis
e condizentes com a realidade do produtor. Mais uma vez, o
contexto favorece os produtores de maior porte que, em função
de volume, detém mais recursos para o investimento
em novas tecnologias que batem à porta todos os dias.
O que serve para 10 hectares serve para 1.000. Na base teórica,
o conhecimento da cultura torna-se um aliado na hora de enfrentar
as intempéries climáticas e as crises econômicas.
Segundo os pesquisadores, a exploração correta
do solo, oferecendo-lhe todos os itens para que possa suprir
as exigências nutricionais de uma boa planta; assim
como a escolha de uma variedade adequada, principalmente às
condições geo-climáticas da propriedade,
com grãos saudáveis e sabidamente produtivos;
constituem ponto de partida. Estima-se que ineficiência
nesta etapa do processo possa representar até 65% de
produtividade inferior.
Também o regime das águas é um fator
determinante. Segundo o pesquisador da Embrapa Soja, em Londrina
(PR), José Renato Farias, a seca observada nos Rio
Grande do Sul e Paraná, em 2005, responderam por 80%
da queda na safra, que caiu de 65 milhões de toneladas
para 50 milhões (t). Segundo ele, A maior necessidade
hídrica, fases mais críticas à falta
de água ocorrem, em soja, durante o período
reprodutivo: floração e enchimento de grãos.
Salvo o poder de deuses que os homens não têm,
as previsões meteorológicas, pontualidade nas
etapas de cultivo e exploração de variedades
mais adaptadas ao ambiente da propriedade são aliadas
importantes da maior produtividade.
Outro desafio e bastante dispendioso é o combate às
pragas. A ferrugem asiática continua implacável
na tomada do território nacional, mas vencê-la,
assim como a outras doenças, não é tarefa
impossível e, na ponta do lápis pode significar
safra rentável, com o tão almejado aumento de
produtividade. Segundo Eduardo Leduc, diretor da Basf SA,
a falta de combate a pragas pode trazer quebra de safra
de até 50%, em especial a ferrugem asiática.
Há produtos no mercado que, com apenas a melhora da
produtividade, se pagam.
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