Como
para a totalidade das culturas, um solo bem tratado é
sinônimo de eficiência e produtividade. Ele é
sempre o responsável por fornecer nutrientes e melhores
condições de desenvolvimento radicular das plantas.
Um dos primeiros procedimentos é avaliar a compactação
do solo, muitas vezes decorrente do uso de maquinário
pesado ou mesmo de degradação do uso contínuo
sem reposição ou reforma, principalmente em
terras de pastagens. Solos compactados apresentam menor porosidade
e macroporosidade, portanto disponibilizam menor volume de
água e de nutrientes às plantas, além
de mostrarem baixa difusão de gases, o que no caso
do oxigênio pode ser fator limitante de desenvolvimento
dos vegetais, em geral.
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Um
dos fenômenos que se observa é o desenvolvimento
radicular mais horizontal, ou seja, na camada mais superficial
da terra, justamente onde está menos compactada e oferece
menor resistência à penetração
das raízes. O comportamento é como uma
compensação pelo fato das estruturas não
conseguirem penetrar mais verticalmente no solo. A explicação
vem dos professores da Faculdade de Ciências Agrárias
e Veterinária da Universidade Estadual Paulista (Jaboticabal,
SP), Amauri Nelson Beulter e José Frederico Centurion.
Para se evitar a compactação e conseqüente
degradação do solo é possível
reduzir o número de passagem de máquinas e tratores
sobre o solo, mantendo-se ainda boas propriedade orgânicas
do mesmo, com a semeadura direta, desde que realizada adequadamente.
Estudos criteriosos das condições da propriedade
são fundamentais para um bom planejamento e a obtenção
dos resultados esperados, pois requer investimentos. Em função
de variações climáticas e de solo, o
método de semeadura direta pode apresentar diferenças
importantes em uma mesma região.
Como é sabido por grande parte dos produtores de soja
e profissionais que trabalham com a terra, a disponibilidade
de fósforo no solo é fundamental. O elemento
simplesmente é responsável pela maior parte
das repostas produtivas desta planta. Outros elementos não
devem ser ignorados, mas o fósforo pede cuidado especial
e avaliação correta por parte do agricultor.
Além de adubação convencional, a foliar
é indicada, ainda que ponderados os volumes de NPK,
em função do risco de queima das folhas.
Segundo pesquisa da Universidade Federal de Lavras (MG), a
cultura de soja praticamente pede quantidades homogêneas
de fósforo, em seu ciclo; porém, nas fases de
floração e início de enchimento, as necessidades
são maiores. Porém, o período de melhor
absorção é o pós-florescimento;
o que traz grande discussão sobre a eficiência
da adubação foliar anterior. Estudos realizados
por vários pesquisadores de Lavras mostraram que a
adubação foliar estimulante (em baixas quantidades),
mantida mesmo em períodos de absorção
menor pela planta, pode representar um incremento de 15% na
produtividade, compensando o investimento necessário.
O manejo dos solos arenosos, com menos de 15% de argila, deve
ser diferenciado, principalmente, porque a capacidade de retenção
de nutrientes é menor que nos solos argilosos. Uma
das alternativas para aumentar a capacidade de retenção
de nutrientes dos solos arenosos é a correção
do pH com a utilização de calagem. É
importante salientar que a calagem, apesar de aumentar a capacidade
de retenção de nutriente deve ser usada com
critério. Se ela é excessiva, acumula-se calcário
no solo, o que induz à deficiência de manganês,
explica o pesquisador Fábio Álvares, da Embrapa
Soja, de Londrina (PR).
Para aumentar a capacidade de retenção de nutrientes,
em solos arenosos, é imprescindível aumentar
o volume de palhada e a quantidade de matéria orgânica
presente. Isso só é possível com
rotação de culturas e utilização
do sistema de plantio direto, já que a diversificação
de espécies aumenta a quantidade de matéria
orgânica, avalia.
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