Em
caso de medicamentos destinados à aplicação
em humanos são bastante difundidos os efeitos colaterais,
normalmente indesejados. Mas há o caso de alguns vermífugos
que agem no organismo e aumentam a resistência das pessoas.
É o caso dos fungicidas Opera, fabricado pela Basf,
e do Cruiser, produto da Syngenta. Ambos os produtos, além
da sua função original, trabalham no metabolismo
das plantas e trazem grandes benefícios à lavoura.
Uma equipe multinacional de cientistas da Basf, em parceria
com universidades e entidades de pesquisa como a Esalq (Escola
Superior de Agronomia Luiz de Queiroz USP), concluiu
que o princípio ativo piraclostrobina,
encontrados na Família F500, produzem efeitos benéficos
à fisiologia das plantas, resultando em aumento médio
de 10 a 15% na produtividade e na qualidade geral das lavouras.
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O
efeito fisiológico proporcionado por produtos como
Opera, Comet e Cabrio Top se traduz em aumento da fotossíntese
líquida e da atividade da enzima nitrato-redutase,
combinado com a redução da produção
de etileno. Assim, as plantas acumulam mais energia que é
dirigida à respiração. Quanto maior o
saldo, maior o desenvolvimento e, conseqüente saúde.
Já o aumento de atividade da enzima nitrato-redutase
resulta em uma maior produção de proteínas,
fundamentais para a boa nutrição das plantas.
A redução da síntese de etileno se traduz
na diminuição da queda antecipada das folhas,
proporcionando uma atividade foliar mais prolongada. Visualmente,
observa-se o benefício do efeito fisiológico
pelo maior porte das plantas e a folhagem bem mais verde.
Segundo Eduardo Leduc, diretor agro da Basf, a empresa é
a primeira a obter junto ao MAPA (Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento) o reconhecimento deste efeito
e seu conseqüente registro. Economicamente, ele justifica
sua aplicação, no caso do Opera: em aumento
de produtividade médio de 6 sacas por hectare, o produtor
precisa ter em mente que seu investimento é de 4 sacas.
Portanto, seu resultado financeiro é de duas sacas
a mais. O Opera é líder de mercado.
Para Ademar De Geroni Júnior, gerente da Soja, da Basf,
a ação sistêmica do produto está
revolucionando o controle de doenças da soja, especialmente
a ferrugem asiática. Trata-se de uma nova tecnologia
que a cada safra se consolida como essencial na busca por
produtividade. Entre as principais características
do Opera estão o controle eficaz das principais doenças
foliares da soja, o efeito protetor e curativo na planta,
o longo período de controle, inclusive de doenças
no final de ciclo e o conseqüente aumento da produtividade.
Processo similar foi observado no Cruiser, produto fabricado
pela Syngenta, um inseticida para proteger cultivos. Com isso,
a cultura da soja ganhou um bioativador também capaz
de comprovadamente aumentar a produtividade. Cientistas brasileiros
descobriram que o tratamento de sementes com o produto, estimula
as plantas, tornando-as mais vigorosas devido ao aumento do
sistema radicular e à melhoria na absorção
de nutrientes. A constatação é de um
grupo formado por 15 pesquisadores entre fisiologistas, bioquímicos
e agrônomos ligados à Esalq USP, Unipinhal,
Unesp, Fundacep, Embrapa, Universidade de Passo Fundo (RS)
e Cefet- PR.
André Oliveira, gerente da área de Seed Care
da Syngenta conta que "já haviam percebido que
o Cruiser age como potencializador, gerando plantas mais vigorosas,
formação de grãos mais uniformes e aumento
do rendimento por hectare na colheita. Na média das
situações avaliadas, a produtividade por hectare
teve um incremento médio de 6 a 8%, mas as pesquisas
ofereceram uma base científica para a observação".
Minucioso, o trabalho teve sua primeira fase concluída
em outubro de 2005, após exaustivas observações
de laboratório e campo. No relatório, ficou
constatada a ação bioativadora do Cruiser. De
acordo com Paulo Aramaki, Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento
de Inseticidas, essa é uma característica única
do Thiamethoxam, princípio ativo do produto. O
maior vigor observado na parte aérea da planta está
associado com maior volume de raízes e o Thiamethoxam,
além de agir positivamente nos processos associados
à germinação, estimula a capacidade de
absorção de macro e micronutrientes pelas plantas
de soja, afirma Aramaki.
O Cruiser utiliza em sua composição uma nova
classe de substâncias seguras. De baixa toxicidade,
sua forma de aplicação não contamina
o meio ambiente e não oferece risco ao aplicador. A
descoberta brasileira já estimulou a reprodução
do trabalho nos Estados Unidos e Europa, onde o produto deve
ser em breve apresentado também como bioativador.
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