Excesso
e falta comprometem sua evolução e, conseqüentemente,
sua produção futura. De micro ou macro região,
para cada comportamento climático de um para outro
ano, o grande aliado é conhecimento, a informação
e a variedade cultivada. Plantas mais resistentes ao estresse
hídrico são recomendáveis, uma vez que
o aquecimento do planeta é uma realidade. A irrigação
sempre oferece uma grande resposta, porém os investimentos
são proibitivos, em tempos de baixa remuneração.
A escassez de água em etapas fundamentais do desenvolvimento
da planta foi a grande responsável pela queda na previsão
inicial de produção, na safra passada (2004),
que caiu de 65 milhões para 50 milhões de toneladas.
Desses 15 milhões de toneladas perdidos, 11,5 milhões
foram em decorrência de seca no Paraná e no Rio
Grande do Sul, o que representou mais de 80% das perdas totais
de soja na última safra.
A análise é do pesquisador José Renato
Farias, da Embrapa Soja (Londrina - PR) Unidade da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa):
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A
redução na produtividade depende da intensidade
e duração da seca, da época de ocorrência,
da cultivar, do estádio de desenvolvimento da planta
e da interação com outros fatores determinantes
de rendimentos, explica Farias. A maior necessidade
hídrica e a fase mais crítica à falta
de água ocorrem, em soja, durante o período
reprodutivo (floração e enchimento de grãos).
Segundo ele, o solo é o grande armazenador e fornecedor
de água às plantas e a capacidade de armazenamento
de água é um dos principais fatores limitantes
à produção agrícola. A retenção
de água no solo depende da textura da estrutura do
solo, do teor de matéria orgânica e do tipo de
argila presente, explica. Farias afirma que os solos
arenosos - com menos de 15% de argila - apresentam uma série
de limitações relacionadas à baixa fertilidade,
à baixa capacidade de retenção de água
e à alta suscetibilidade à erosão. Embora
os solos arenosos possam apresentar, com manejo adequado,
bons resultados de produção, a manutenção
de sistemas agrícolas com um mínimo de impacto
negativos ao meio ambiente, é um grande desafio,
diz.
Para amenizar os efeitos da ocorrência de déficit
hídrico, Farias recomenda práticas que favorecem
a melhor estruturação do solo e o aprofundamento
do sistema radicular das plantas, contribuindo para incrementar
a disponibilidade de água no solo. É importante
semear apenas cultivares adaptadas à região
e à condição de solo, além de
semear em época recomendada e de menor risco climático,
com umidade em todo o perfil do solo, afirma.
De acordo com Farias, o sistema de plantio direto na palha
possibilita melhores condições de armazenamento
de umidade disponível para o crescimento e o desenvolvimento
das culturas, minimizando os efeitos adversos causados pela
ocorrência de pequenos períodos de chuva,
diz. O pesquisador diz ainda que a planta depende da disponibilidade
de água no solo, da demanda evaporativa da atmosfera
- caracterizada pela ocorrência de elevada radiação
solar, ventos fortes e elevadas temperaturas - e das características
da planta. A falta de água provoca reações
fisiológicas e morfológicas da planta, como
murchamento de folhas e redução da área
foliar, menor estatura da planta, entre outros, com conseqüente
redução do rendimento.
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