Segundo
o zootecnista da Tortuga, empresa especializada em nutrição
e saúde animal, SP, Marcos Sampaio Baruselli, o manejo
correto de pasto é uma atividade importante para suportar
a seca. Para se manejar um pasto corretamente o produtor
precisa estar atento a taxa de lotação, pressão
de pastejo e capacidade de suporte das pastagens, explica.
O excesso de animais em relação à pastagem
disponível causa a escassez de capim e expõe
o solo à erosão.
Para o coordenador nacional de Pecuária de Corte da
Tortuga, Juliano Sabella, a produção de forragem
gira em torno de 80% no período das águas e
é preciso ter algumas cartas na manga para enfrentar
os meses críticos do ano. Para se ter e conservar
a forragem na seca é necessário estabelecer
estratégias como sistema de pastejo diferido, silagem
ou feno, diz. O pastejo diferido, nada mais é,
do que um pasto específico utilizado no período
de seca. Ele é vedado com o excesso de produção
de forragem da época de vacas gordas. A
produção de silagem ou feno é um outro
método eficaz que contribui para o melhoramento da
qualidade de vida dos animais.
A silagem pode substituir o pasto nos períodos críticos.
Na engorda em confinamento, este alimento volumoso geralmente
é misturado a grãos e farelos como o milho ou
o sorgo. Para ensilar, é preciso que o teor de umidade
de tais grãos gire em torno de 35% de matéria
seca. O material muito seco além de não ser
tão nutritivo, é mais difícil de ser
compactado na fase de ensilagem. Para facilitar a compactação
é recomendável que o tamanho do capim seco seja
de no máximo 3 cm.
Eu
ensilo, tu fenas
A
ensilagem é um processo que requer alguns cuidados.
O silo deve ser carregado em 2 a 3 dias para que não
haja grande perda de matéria seca devido ao excesso
de ventilação. Tanto os trabalhadores do campo
como os tratores auxiliam a compactar a silagem. A compactação
torna-se necessária, pois elimina o ar e diminui a
porosidade da forrageira. A vedação é
o próximo passo a ser dado a fim de proteger o silo
e oferecer maior qualidade à silagem.
A coloração deve ser clara e, a textura, consistente.
O sabor precisa estar atrelado a um odor que aguce a fome
dos animais. A rançosidade deve ser mínima e,
a aceitabilidade animal, máxima. Uma boa silagem requer
tais características.
O feno também pode ser utilizado como forragem para
o gado. A alfafa e a soja perene são algumas das leguminosas
que podem ser facilmente fenadas. A melhor época
para se produzir o feno é de outubro a março
devido ao alto teor nutritivo das forrageiras. O corte, a
desidratação e o armazenamento solto ou enfardado
são as etapas do processo de fenação.
A coloração verde, os caules macios e não
tão grossos e a ausência de mofo evitam que o
feno seja de má qualidade.
Outra fonte alternativa de fácil manejo e alta produção
é a cana de açúcar. Se antes ela precisava
ser colhida, picada e servida na hora, agora o processo é
outro. Com o uso de inoculantes há a possibilidade
de ensilagem deste material. A cana de açúcar
é um alimento complementar que auxilia a dieta dos
bovinos, entretanto, é pobre em proteína. Portanto,
normalmente, junta-se outros ingredientes como o milho em
forma de fubá para aumentar o valor nutricional da
ração.
Gasolina
bovina
Um
cocho com bons alimentos e um sistema de confinamento adequado
auxiliam a engorda do rebanho em períodos em que o
pasto está carente de nutrientes. De acordo com Sabella,
tanto a silagem quanto o feno, a cana de açúcar
e o milho não possuem todas as proteínas necessárias
aos animais. No cocho, é preciso oferecer aos
animais uma suplementação mineral durante a
época das águas. Já em tempo de seca,
deve-se pegar o suplemento mineral e adicionar proteína,
conta. Surge, então, a suplementação
protéica ou complementar que consiste em preencher
os requisitos básicos para se conseguir sucesso na
fase de engorda. Para Marcos Baruselli, a inserção
de proteínas e minerais na dieta dos animais aumenta
o consumo dos pastos. Desta forma, o boi consegue mais
peso durante o período da seca, conclui. Baruselli
ainda faz um alerta em relação às condições
para a suplementação protéica. Ela
só deve ser ministrada quando as pastagens estiverem
deficientes, afirma.
A suplementação alimentar é composta
de farelos de soja, uréia, sulfato de amônio,
mistura mineral e sal comum. Todavia, ela apenas mantém
o peso dos animais sendo necessário um outro tipo de
complementação. A mistura de grãos de
milho ou sorgo, por exemplo, garante a energia, enquanto,
os farelos de soja ou algodão funcionam como geradores
de proteína. Tais procedimentos previnem o aparecimento
do gado-sanfona que emagrece na seca e engorda
no início do novo ciclo.
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