O
baixo teor de gordura e a riqueza da carne estreitam o relacionamento
deste bovino com o mercado mundial. E por exigir pouco investimento
e oferecer melhor qualidade de vida, chama, respectivamente,
a atenção de produtores e do homem moderno.
Segundo o sócio do Grupo Nelore Mocho Noroeste, SP,
Bruno Mário Toldi, as bandeiras da saúde e do
bem estar mostram-se, cada vez mais, presentes na vida das
pessoas.
Uma grande preocupação de uns tempos pra
cá é de que todos os produtos, não só
a carne, sejam o mais natural possível, diz.
De acordo com ele, o Boi Verde caminha ao lado deste propósito.
A carne é mais saudável e, por não
se usar ração com subprodutos de origem animal,
evita-se doenças como a vaca louca, ressalta.
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O
potencial de exportação aumenta ao passo que
esta espécie de carne é vista com bons olhos
pelo consumidor. Segundo o sócio do Grupo Noroeste,
o Brasil é o maior exportador do mundo. De uns
3 anos para cá passamos a Austrália e os Estados
Unidos, conta. Ele ainda diz que a Austrália
era o maior exportador mundial exportando 95% de sua produção.
O Brasil passou a ser o primeiro exportando apenas 20%,
completa.
Com a tecnologia, o avanço da pecuária nos últimos
anos foi impressionante. O que antes demorava 4 anos, hoje é
possível terminar um garrote em 24 meses. O objetivo
do pecuarista, atualmente, é que o seu produto fique
pronto o mais rápido possível para que se inicie
um novo ciclo, explica Toldi. Para ele, produzir um bovino
em 2 anos somente a base de pastagem é um ótimo
negócio. As pastagens tecnificadas ou rotacionadas
permitem que se termine um boi mais rápido. Isso é
excepcional, diz.
Terra e pastagem são elementos básicos que permitem
a criação do Boi Verde, contudo, a falta de recursos
e a baixa tecnologia afetam o resultado final. Um produtor
pequeno, provavelmente, não vai poder investir em um
sistema rotacionado nem em adubação de pastagens,
fala Toldi. Todavia, é possível afirmar que, mesmo
com poucos recursos, o homem do campo pode sim ter um pequeno
pasto e criar menos cabeças com um resultado mais demorado.
Momento
crítico
A
estiagem abate os campos e pode comprometer um rebanho caso
não haja estratégias para reverter a situação.
O Boi Verde, por se alimentar 90% de capim, sofre com a seca
e corre o risco de perder peso e padronização.
Na Unidade Demonstrativa do Grupo Nelore Mocho Noroeste Tortuga,
em Coroados, SP, é necessário trabalhar com
alta tecnologia de pastagem para produzir o Boi de Capim.
Os espaços são todos rotacionados,
afirma Bruno Toldi. Segundo ele, quando a época da
seca chega é necessário fazer uma suplementação
com produtos que foram produzidos na propriedade. Usamos
silagem de capim, sorgo e milho cuja produção
é feita na época das águas, conta.
Normalmente adiciona-se uma pequena quantidade de protéico,
como farelos de milho e soja, nas silagens. Fazemos
isso para as categorias mais exigentes. Os demais bois são
tratados apenas com o volumoso, diz.
Para Toldi o tratamento contra a seca começa no final
de Junho e vai, por vezes, até início de outubro.
Quando as chuvas retornam, o capim recupera o valor nutritivo
e o boi verde volta a se alimentar naturalmente.
O gado pode ficar em pasto rotacionado. Em terras mais caras,
é possível, dentro deste sistema, manter e,
até mesmo expandir, o número de cabeças
em uma área menor. No entanto, a lotação
aperta e na seca, a suplementação é essencial.
De
olho aberto
Há
duas fases de extrema importância na criação
dos bovinos: a desmama e a estação de monta.
A desmama é uma fase que requer muita atenção.
É a fase da recria, alerta Toldi. Segundo ele,
é nesta etapa que os bezerros saem da condição
natural de aleitamento e passam a enfrentar as condições
rústicas do campo. Os bezerros precisam de uma
boa mineralização e de um capim de qualidade,
afirma.
Na fase de recria, muitos produtores reservam as melhores
pastagens da fazenda a fim de evitar o efeito boi-sanfona.
Deixamos as pastagens mais tenras para os bezerros para
que eles não voltem para trás e emagreçam,
explica. O gado novo, após a desmama, deve ganhar no
mínimo 200 gramas/dia. Depois do processo de engorda,
há o acabamento do animal para o abate.
A estação de monta é uma etapa importante
para o pecuarista. É através dela que o rebanho
se renova e uma nova safra surge. Esta fase
permite que as vacas sejam inseminadas dentro de um período
de 90 a 120 dias, conta Toldi. De acordo com ele, este
método permite que todos os nascimentos e as mudanças
de categoria aconteçam na mesma época. Isso
facilita muito o manejo de uma propriedade, comenta.
Na estiagem, as vacas devem se preparar para a estação
de monta. Elas comem um mineral adequado aliado a boas
pastagens, diz. Este procedimento aumenta o índice
de fertilidade do animal.
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