No
Brasil tradicionalmente o consumo de proteína animal
provém de carne bovina, porém por uma questão
econômica, o maior consumo têm sido de carne de
frango. A carne suína é consumida normalmente
em datas especiais. Porém, o mercado que mais cresceu
nesses últimos anos foi o mercado de carne ovina e
em algumas regiões a carne caprina.
De acordo com dados de 2004 da FNP, o rebanho ovino foi de
14.731,982 animais, sendo o maior rebanho na região
Nordeste com 8.030.816 animais, seguido da região Sul
com 5.077.543 animais, depois a região Centro-Oeste
com 751.416 animais, a região Norte com 468.218 animais
e, finalmente, a região Sudeste com 403.988 animais.
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O
rebanho caprino, composto por 10.033.271 animais, é
distribuído primeiramente na região Nordeste
com 9.412.285 animais, em seguida a região Sudeste
com 206.979 animais, depois a região Sul com 165.401
animais, a região Norte com 143.169 animais e, finalmente,
a região Centro-Oeste com 105.437 animais.
Todo esse rebanho até há pouco tempo era criado
de modo bem artesanal e com baixa tecnologia, pois à
exceção de algumas regiões, essas carnes
eram consumidas raramente, somente em churrascos e ocasiões
especiais. Haviam muitas informações equivocadas
sobre a carne desses animais e a própria qualidade
dessas carnes deixava a desejar. Atualmente diversos produtores
transformaram essa atividade amadora de criação
em um negócio rentável, com incremento de diversas
tecnologias e profissionalização do setor. Notamos
o crescimento desse setor porque houve um aumento significativo
nas vendas do suplemento mineral Top Line Ovino, produto específico
para essa categoria fabricado pela Matsuda Sementes e Nutrição
Animal, significando que vários pecuaristas estão
se dedicando a esse negócio e o tratamento está
sendo com boa tecnologia.
Para acompanhar o crescimento do setor, há a necessidade
de tecnificar também as pastagens utilizadas por esses
animais. Até pouco tempo utilizavam-se as mesmas pastagens
do gado para alimentar os ovinos e caprinos, com comentários
de que esses animais além de tudo acabam com as pastagens.
Por serem animais ruminantes altamente seletivos, com necessidade
de consumo de forragem de boa qualidade por conta de um rúmen
menor, praticamente consomem somente folhas dos pastos e os
brotos recém desenvolvidos, sendo esse último
fato uma das principais causas de degradação
das pastagens por aqueles animais. O consumo de talo também
ocorre, principalmente porque esses animais estão com
fome. O rumem menor faz com que a fermentação
da forragem consumida seja mais rápida, diminuindo
o período de ruminação e aumentando a
necessidade de maior pastejo.
Pelas características apresentadas, as pastagens para
ovinos e caprinos, necessitam de algumas características
especiais, tais como: boa produção de forragem
por área; produção de forragem de boa
qualidade nutricional; a forragem produzida deverá
ter uma boa digestibilidade; espécie forrageira de
porte baixo; boa relação folha/talo; boa tolerância
ao pisoteio; e, rápida rebrota; ser boa produtora de
sementes.
Todas essas características muitas vezes não
podem ser encontradas em um só tipo de pasto, daí
a necessidade de um bom acompanhamento técnico, pois
de acordo com o manejo, fertilidade de solo, ataques de insetos
e outros fatores, é que iremos determinar a espécie
forrageira a ser plantada. A primeira recomendação
é tirar uma amostra de solo da área em que se
vai estabelecer esses piquetes e enviar para uma laboratório
de solo para análises. Com os resultados dessa análise
podemos ter mais ferramentas e informações que
poderão auxiliar na escolha do pasto.
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