A
participação do público supera 115 mil
pessoas. Em 2005, a feira recebera 138 mil pessoas. O recuo
de 16,6% é considerado normal pela organização
que aponta novamente as adversidades das grandes culturas
como a razão principal da ausência de sojicultores,
especialmente do Paraná, que sempre marcaram presença
em grande número em Ribeirão Preto.
Magalhães ressalta que, apesar da queda no faturamento,
já prevista nas previsões iniciais, tendo em
vista as dificuldades de culturas importantes, caso da soja,
milho e algodão o resultado pode ser considerado muito
bom e o produtor que compareceu está de parabéns,
pois mesmo enfrentando toda sorte de adversidades ele não
deixou de prestigiar o trabalho agroindústria que trabalha
duro para criar tecnologias inovadoras que facilitam o dia
a dia campo. A proposta primeira das feiras de tecnologia
não é fundamentalmente a consolidar negócios,
mas a apresentação de tecnologias em máquinas,
equipamentos e serviços ao agricultor, enfatiza.
E a Agrishow Ribeirão Preto 2006 mostrou muito
dinamismo das empresas, que vieram ao evento, com muitos lançamentos
e novidades tecnológicas,conclui.
Entre as personalidades que marcaram presença, o Ministro
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Roberto Rodrigues
que participou da abertura oficial do evento. Apesar do tom
efusivo das críticas, o ministro fez um discurso bastante
realista, inclusive, sobre o pacote de medidas para conter
a crise no setor. Rodrigues admitiu que as medidas não
vão sanar todos os problemas que o produtor rural enfrenta.
No entanto, a situação é emergencial
e por isso o pacote visa atingir pontos que para o governo
são cruciais como garantia de preço mínimo
para escoamento da safra e renegociação de dividas
junto ao setor industrial.
Culturas
perenes elevaram a média das vendas
Sem
sombra de dúvidas os olhares estavam todos voltados
ao setor sucro-alcooleiro, que foi o grande responsável
pela movimentação financeira da Agrishow Ribeirão
Preto 2006, Além deles, os cafeicultores e citricultores
também marcaram participação importante
na feira. Dirceu Ourique Vieira, gerente de qualidade do Grupo
Fockink, de Panambi, RS, mostra que, nas vendas da empresa,
os produtos que se aplicam às lavouras de cana-de-açúcar
tiveram maior consolidação de negócios.
Quanto à participação da empresa na edição
deste ano da Agrishow, o gerente buscou ser bastante realista.
Até o terceiro dia do evento 50% da meta de vendas
já tinha sido atingida. Se tudo transcorrer no
mesmo ritmo, até o final do evento, a meta será
atingida ele diz. Os números, no entanto, são
mais modestos que os anos anteriores. Na Expodireto Cotrijal,
em Não-Me-Toque, RS, as vendas da empresa foi 5 vezes
menor, na comparação com 2005, quando o faturamento
foi de R$ 205 milhões. Com relação ao
público o gerente diz que, o comportamento do produtor
rural está dentro da normalidade. A visitação
ao estande é constante de produtores, estudantes e
técnicos, buscando explicações sobre
o funcionamento de produtos e custo de implantação.
Segundo Alberto Honda, engenheiro agrônomo e gerente
de marketing da empresa Máquinas Agrícolas Jacto,
o ambiente não está nada favorável para
a realização de negócios. As Agrishows
de Rio Verde (GO) e Rondonópolis (MT), já demonstraram
isso. Segundo Honda as feiras de tecnologia não
servem somente para as empresas consolidarem suas vendas.
É um ambiente onde as empresas têm a oportunidade
de mostra tecnologias em produtos e serviços e o produtor
de conhecer essas tecnologias para futuros negócios,
observa. Desde que começaram os primeiros problemas
no setor até hoje a empresa já demitiu, mais
de mil funcionários. Atualmente à fábrica
da empresa, que fica na cidade de Pompéia, SP, trabalha
com metade do seu efetivo. Hoje, não dá
para fazer prognósticos sobre o mercado de um mês
para frente, fala.
O segmento de cana-de-açúcar, café e
citrus, vivem um momento à parte. Para as lavouras
de citrus, a empresa trouxe um lançamento que promete
revolucionar o conceito de pulverização dos
pomares. O pulverizador tipo atomizador Arbus 4000
faz aplicações bilaterais, em plantas de até
seis metros de altura. Os modelos de seis e oito ventiladores,
posicionados, em duas linhas verticais de angulação
regulável, mantém o equipamento na aproximação
ideal durante a pulverização do pomar, explica
José Tonon Junior, gerente de produto turbo-atomizadores
da Máquinas Agrícolas Jacto. O tanque é
feito de polietileno e tem capacidade para armazenar 4.000
litros de produto. Outra novidade é nos ramais dos
ventiladores que trazem um conjunto de 32 bicos, tipo cone,
de cerâmica e válvula anti-gotejo, com registro
para abertura e fechamento individuais, ou seja é muito
mais segurança, eficiência e economias nas aplicações,
destaca Tonon.
Pecuária
se mantém de pé
O
setor destinado à agroindústria pecuária
também sofreu uma forte redução de área,
quando comparado há anos anteriores, quando o crescimento
de expositores e público era notável. As empresas
tradicionais dentro do segmento não deixaram de comparecer,
porém, tudo numa proporção bastante racional.
Segundo Guss Laeven, diretor presidente da central de inseminação
Lagoa da Serra, a realidade não comporta gasto desnecessários.
É importante a participação das
empresas no evento para dar peso, no entanto, a maior parte,
está com seus orçamentos reduzidos e isso inclui
também verba para feiras agropecuárias,
diz.
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