O
jacaré-de-papo-amarelo esteve ameaçado de extinção
por anos e foi registrado pela empresa Mister Cayman, o maior
criatório dessa espécie da América Latina.
Localizado em Maceió, abriga cerca de 3.200 animais
e disponibilizou 60 deles para o primeiro abate no Frigorífico
Aravestruz, em Araçatuba, pioneira na estrutiocultura
e também o primeiro a realizar abates em série
de avestruzes no Brasil. Especialistas estiveram presentes
no evento, entre eles, Irene Silva, bióloga com mestrado,
chefe do departamento de fauna Ibama/Alagoas, Silva Marçal
Garcia - bióloga do criatório Mister Cayman,
Isaias José dos reis - técnico ambientalista
do RAN/ Ibama/Goiânia, Marcos Coutinho - phd em crocodilianos
- Ibama/Pantanal, e membros do Ministério da Agricultura.
Em
22 de maio de 2003, o Ministério do Meio Ambiente (MMA)
e o Ibama divulgaram a nova lista vermelha com cerca de 400
animais. Nessa lista o jacaré-de-papo-amarelo foi subtraído
como animal ameaçado de extinção. Conclui-se
portanto, que ele poderia ser comercializado com algumas restrições
e sempre com aprovação do Ibama. A partir de
disso, o Criatório Mister Cayman recebeu a Licença
de Operação 01/2003 - fornecida pelo Ibama/Maceió,
assinada pelo Gerente Executivo Osvaldo Pinto Sarmento.
A
grande vantagem desse processo é regularizar o ciclo
produtivo do jacaré que, até então, era
realizado clandestinamente. A partir de agora, todo o consumo
terá o respaldo de órgãos de fiscalização,
normas de segurança e especialistas no assunto.
O
Grupo Aravestruz foi escolhido pela Mister Cayman pela infra-estrutura
que dispõe. Seu frigorífico - especializado
no abate de avestruzes - precisou de pouquíssimos ajustes
para receber os jacaré. Uma das adaptações
foi a instalação de um tanque para receber os
animais. A Aravestruz conta com um sistema completo de distribuição
de carne em todo o país, além de escritórios
no Nordeste (Ceará e Bahia). E, no caso da pele do
jacaré, a Aravestruz também possui curtume para
o beneficiamento e revenda do couro, inclusive por meio da
grife Lupifieri, loja do Grupo instalada no Morumbi Shopping,
São Paulo.
Do
jacaré tudo se aproveita. A carne é pouca calórica
e dotada de muitas propriedades nutritivas. Segundo Maria
Cristina Muradas Ruffo, proprietária do criatório
Mister Cayman, a média do quilo da carne de jacaré
vai custar em torno de R$ 60,00. Todo o processo de abate,
comercialização e distribuição
ficarão por conta do Frigorífico Aravestruz
que necessitou de pequenos ajustes em sua infra-estrutura
para o abate do jacaré.
O
couro, valorizado em âmbito internacional, é
utilizado na cofecção de bolsas, calçados,
roupas, cintos e demais artigos de vestuário. Por ser
uma pele oriunda de animais criados em cativeiro, obedecendo
a técnicas de manejo apropriadas, é de excelente
qualidade. Seu aspecto é lustroso, delicado, de traçado
harmonioso e, principalmente, totalmente legalizada. Trinta
centímetros deste couro valem em torno de quatro dólares.
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