As
forragens que predominam na paisagem de boa parte das regiões
do país são principalmente, as do gênero
Braquiárias, especialmente B. decumbens e B. brizantha
e Coloniões, Panicum maximum e P.infestum. No entanto,
um assunto que até pouco tempo não tinha muito
espaço na pauta de discussão e que até
pouco não tinha muito espaço na pauta de discussão
e que começa a ganhar relevância entre os pesquisadores
e: até que ponto a saúde das pastagens interfere
nos resultados da produção pecuária.
Segundo
Elon Francisco Svicero, engenheiro agrônomo da Dow Agrosciences,
as pastagens possuem um número bastante grande de pequenos
organismos que utilizam sua cobertura natural como moradia
alternativa, durante sua fase livre de vida. Entre eles encontram-se,
diversas pragas, moléstias, nematóides, ácaros.
Além de plantas parasitas e outros microorganismos
que podem ser prejudiciais, tanto as pastagens como para a
saúde dos animais que delas se alimentam.
Um
dos problemas que leva á proliferação
dessas moléstias, está relacionado a falta de
cuidados essenciais com as pastagens proporcionando aumentos
substanciais na população desses organismos.
Isso ocorre mesmo em condições onde as pastagens
são destruídas pelo fogo, por estiagem ou pastejo
excessivo. Scivero explica que as plantas daninhas são
as principais responsáveis pelo excesso de população
de pragas nas pastagens.
Porém, esse não é o único problema
causado pela ação de plantas invasoras em áreas
de pasto. As espécies Solamum, Mimosa pudica e Acaica
plumose, popular Arranhagato, são espécies que
caracterizam-se por apresentar espinhos que podem causar sérios
danos ao couro dos animais, principalmente, nas áreas
próximas a testa. De acordo com o engenheiro agrônomo,
além desses males já citados, existe ainda o
problema das plantas tóxicas que se desenvolvem em
meio ás forrageiras, as espécies Asclepsias
Curassavica e Palicourea maregravii, conhecida como Erva do
rato, podem gerar sérios problemas aos pecuaristas,
causando inclusive a morte dos animais por intoxicação
alimentar. No Brasil ainda não foi percebida, a real
dimensão do problema das plantas tóxicas, observa
técnico.
Outro problema sério que atinge as pastagens são
as doenças das forrageiras. De acordo com Celso Dornelas
Fernandes, pesquisador da Embrapa Gado de Corte (MS), a expansão
das áreas de pastagens cultivadas e intensificação
da atividade pecuária nos últimos anos, várias
doenças de forrageiras começaram a ter importância
significativa, principalmente, nas regiões Centro Oeste
e Norte do país. Os estudos no âmbito nacional
referentes aos agentes causais dessas doenças nas pastagens
e nos campos de produção de sementes são
bastante escassos. Também são raros os resultados
de pesquisa quanto a influência de patógenos
na germinação, vigor e sanidade das sementes
de forrageiras, conclui.
Entre as doenças mais importantes o pesquisador cita
a mela-das-sementes da braquiária, causada pelo fungo
Claviceps sulcata. Esse patógeno coloniza o ovário
da palnta e provoca um sintoma conhecido como melanas inflorecênicas
e nelas são observadas gotas de coloração
áurea, sobre as quais desenvolve-se um micélio
hialino do fungo. A epidemiologia ainda é desconhecida,
porém acredita-se que a disseminação
do patógeno seja efetuada principalmente por insetos
e por gotas de chuva explica.
O carvão da braquiária que é provocado
pelo fungo Ustilago operta é outra doença recentemente
encontrada que afeta a produção de sementes
em pelo menos um tipo de braquiária brizantha. O agente
etiológico é capaz de colonizar toda a semente,
formando uma massa compacta no lugar do endosperna da mesma.
O controle, por de produtos químicos, ainda é
desconhecido e a resistência de diferentes braquiárias
a esta doenças deve ser investigado, explica o pesquisador.
A principal forma de combate é através da resistência
da planta, ou seja, buscar através de uma seleção
genética planta, ou seja, buscar através de
uma seleção genética plantas com resistência
aos patógenos. A manipulação dos germoplasma
que ocorre em laboratório vem se mostrando como o meio
mais eficaz de controle das doenças nas pastagens.
O lançamento do estilosante Campo Grande, uma mistura
das espécies, Stylosanthes capitata e S. macrocephala
que possuem resistência a essas doenças é
hoje a principal novidade no combate a essas moléstias.
A embrapa gado de corte tem dirigido seus esforços
no sentido de identificar os agentes causais das doenças
incidentes em plantas forrageiras e quantificar seus danos.
Porém a diversidade de agentes causais aliada ao grande
número de variedades de forrageiras, frente ao reduzido
número de pesquisadores e fitopatologia de forrageiras,
limita avanços e soluções rápidas
a esses problemas, conclui.
Os inimigos externos das forrageiras, também consistem
em um sérios problema á produtividade nas áreas
atingidas. Segundo o pesquisador José Raul Valério
da Embrapa Gado corte (MS), as lagartas da pastagens são
uma praga ocasional que precisa ser mantida sobre controle.
Os níveis populacionais elevados podem reduzir acentuadamente
a quantidade de forragem disponíveis. São duas
as principais espécies que atacam as pastagens, a Spodoptera
frugiperda (lagarta militar). Valério explica o controle
deve ser realizado assim que os primeiros focos forem identificados.
Se isso não acontecer um alto índice de infestação
pode consumir praticamente toda a forragem disponível.
Há produtos biológicos á base de Bacillus
truringiensis que podem ser aplicados. Trata-se de um inseticida
microbiano seletivo para lagartas, portanto, não é
necessária a retirada dos animais das áreas
tratadas com esse medicamento. Outra importante vantagem de
sua utilização consiste no fato dele não
eliminar os inimigos naturais presentes na pastagem.
Existem outras forma de combater o problema, concentrado nas
áreas atingidas, um número de animais, assim
é possível aproveitar a forrageira disponíveis
antes da lagarta. O movimento migratório desses insetos
pode ser feito através de barreiras químicas
como a abertura de valetas, cortando o sentido da migração.
Dentro das valetas são aplicados produtos inseticidas,
explica o técnico. Além desse agentes existe
um que causa tanto estrago quanto a lagarta. A cigarrinha-das-pastagens
é outro agente causador de sérios danos pela
redução que provoca no suporte de pastagens.
Dentre os inimigos naturais destaca-se a mosca Salpingogaster
nigra Schiner cuja larvar alimentam-se das ninfas das cigarrinhas.
Estudos realizados comprovam que a eficácia em lavouras
de cana-de-açúcar essa larvas eram capazes de
matar e sugar de 30 a 40 ninfas e em pastos de braquiária
decumbens observa-se média igual a 17 ninfas por larva.
Segundo o técnico o controle biológico e a utilização
planejada de produtos químicos no combate a essas pragas,
são as práticas mais indicadas. A erradicação
dessas pragas no estágio que se encontra as pesquisas
é praticamente impossível, porém, o controle
populacional através de programas de controle estratégico
já é realizado com sucesso em várias
regiões do país.
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