Estas limitações podem ser tanto químicas
como físicas. As limitações físicas
tais como sulcos de erosão, trilheiros de gado e compactação
devem ser corrigidas previamente.
As
limitações químicas devido á acidez
do solo e deficiência de nutrientes normalmente são
corrigidas pela calagem e adição de nutrientes,
via fertilizantes. Os Latossolos, predominantes na nossa região,
são originalmente ácidos e pobres em nutrientes,
necessitando, portanto, de calagem e correção
de fósforo e potássio.
Inicialmente, devemos realizar a coleta de amostras de terra
para verificarmos o estado nutricional do solo e calcular
as quantidades de calcário e nutrientes necessários
para a correção. As amostras devem ser retiradas
nas profundidades de 0 a 20 a 40 cm, as quais poderão
se retiradas com pá, trados ou enxadão. A profundidade
abaixo dos 20 cm serve para detectarmos se há alumínio
nesta camada. Se houver, é aconselhável utilizar
gesso agrícola visando a neutralização
deste alumínio.
A alternativa mais viável para correção
da acidez do solo e suprimento de cálcio e magnésio
é o uso da calagem. A calagem proporciona também
o aumento da capacidade de troca de cátions ( CTC)
a qual aumenta a disponibilidade dos nutrientes nitrogênio,
fósforo, enxofre e molibdênio para as plantas.
Para que a calagem seja eficiente, devemos ter cuidados com
a época e forma de aplicação, a qualidade
e as doses do produto. O calcário necessita de uma
reação química para neutralizar a acidez
do solo. Para que esta reação seja eficiente,
deve haver umidade suficiente no solo e maior contato possível
das partículas de calcário com as do solo.
Por isso que é importante a calagem antes do início
do SPD. Para a incorporaçao do calcário, deve-se
aplicar gradagem pesada, seguida de aração e
uma ou mais gradagens niveladoras, visando melhor incorporação
e distribuição do calcário no perfil
do solo. Para quantidades maiores que 5t/ha, recomenda-se
dividir a aplicação em duas etapas. Chamamos
a atenção para que as quantidades de calcário
recomendadas são para corrigir a camada de 20 cm de
profundidade. Nos solos onde a camada subsperficial ( abaixo
de 20 cm), apresentarem saturação por alumínio
maior que 20% e/ou o teor de cálcio for menor que 60%
na CTC (menor que 0,5 emole dm-3) é aconselhável
a utilização de gesso agrícola. A aplicação
deve ser feita á lanço, sem incorporação.
O fósforo é o nutriente mais limitante dos solos
sob Cerrado. Os solos da nossa região possuem também
muita caulinita e óxidos de ferro e alumínio,
que são minerais que possuem alto poder de fixação
de fósforo. Consequentemente, a maior parte do fósforo
do solo está numa forma pouco disponível para
as plantas. Para melhorarmos o aproveitamento do fosfato aplicado
via fertilizantes, devemos antes da sua aplicação,
diminuirmos a capacidade do solo de fixar este fertilizante.
Esta diminuição da fixação de
fósforo é conseguida com a utilização
da calagem e, pelo aumento do teor da matéria orgânica
(daí a importância da cobertura permanente do
solo).
A aplicação inicial á lanço tem-se
mostrando mais eficiente, pois facilita o desenvolvimento
do sistema radicular das plantas em maior volume de solo.
A longo prazo, o método de aplicação
de fósforo não é muito importante porque
a produção ocorre em função do
total aplicado. Considerando que as fontes de fósforo
são recursos naturais não renováveis,
é essencial utilizá-las de forma eficiente.
Nos primeiros anos de estabelecimento do SPD, as fontes de
fósforo devem ser as mais solúveis em água.
Posteriormente, é possível utilizar fontes menos
solúveis em água, porém, sua eficiência
agronômica deve ser semelhante ao superfosfato triplo
ou superfosfato simples.
Devido ás baixas reservas de potássio nos solos
sob Cerrado e á grande extração deste
nutriente pela plantas, a adubação potássica
é a melhor forma de suprir este nutriente. Normalmente,
recomenda-se aplicação de potássio no
sulco de semeadura, principalmente em solos possuem baixa
capacidade de retenção de potássio.
Entretanto, doses maiores que 60 Kg ha-1 de K2O devem ser
feitas parceladas, aplicando-se metade da dose no sulco e
a outra metade á lanço, no período de
maior exigência das culturas, evitando-se assim o perigo
de selinização ou desidratação
das sementes, ou as perdas por lixiviação.
Os micronutrientes desempenham papéis importantes no
metabolismo vegetal, agindo como constituintes dos compostos
ou como reguladores do funcionamento de sistemas enzimáticos.
A deficiência de micronutrientes ocorre devido á
baixa fertilidade natural dos solos, aumento da produtividade
das culturas, cultivares com alto potencial de produção
associados á alta demanda de micronutrientes, uso de
calcário e adubos fosfatados. Os principais fatores
que influenciam na disponibilidade dos micronutrientes são:
textura, matéria orgânica, pH, umidade do solo,
e internações entre nutrientes. Quando detectada
a dificiência, as aplicações via solo
têm efeito residual mais prolongado, sendo portanto
preferíveis ás foliares.
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