A
região Sul, principal produtora de grãos do
país, responde por 46,59% da produção
nacional ( 55,779 milhões de toneladas) e apresenta,
comparativamente á safra anterior, crescimento de 29,72%.
Na segunda região em produção, o Centro-Oeste,
responsável por 30,59% (36.626.519 toneladas), o aumento
previsto é de 16,85%. As demais regiões, Sudeste
( 15.916.359 toneladas), Nordeste (8.731.128 toneladas) e
Norte (2.675.500 toneladas), são responsáveis
por 13,29%, 7,29% e 2,23%, da safra de grãos, respectivamente.
Em relação á safra de 2002, observa-se
aumento de 12,06% no Sudeste, 35,61% no Nordeste e 22,35%
no Norte.
No
Levantamento Sistemático da Produção
Agrícola (LSPA) de junho, destacam-se as variações
nas estimativas de produção, em relação
ao mês anterior, dos produtos: feijão em grão
2ª safra (6,39%), feijão em grão 3ª
safra (12,63%), milho em grão 2ª safra (12,24%),
soja em grão (-2,20%), sorgo em grão (23,57%)
e trigo em grão (11,45%).
O
crescimento de 6,39% verificado na produção
do feijão 2ª safra em relação ao
mês anterior, deve-se principalmente ao bom desempenho
do produto na Bahia (19,25%) e no Paraná (14,69%),
estados responsáveis por mais de 37% da produção
nacional. O aumento é resultado das boas condições
climáticas verificadas nesse estados, notadamente no
nordeste da Bahia, particularmente na região de Euclides
da Cunha, onde normalmente as precipitações
ocorrem de forma deficiente. Neste ano, as chuvas, vêm
ocorrendo de forma generosa.
Com relação ao feijão 3ª safra,
cultura que nos principais estados produtores é realizada
de forma altamente tecnificada, principalmente no tocante
á irrigação por pivot, verifica-se o
significativo acréscimo de 12,63% em relação
ao mês anterior. Também os bons preços
obtidos pelo produto e uma reavaliação da estimativa,
contribuem para a formação do número
atual.
Para o milho 2ª safra, todos os estados produtores exibem
aumento nas estimativas. No país, está previsto
crescimento de 12,24%, com a produção de 2003
estimada em 11.011.619 toneladas. A boa safra deve-se ás
condições climáticas favoráveis.
No Centro-Oeste as chuvas prolongaram-se além do período
normal, favorecendo as lavouras. Ressalta-se ainda que até
o momento não ocorreram temperaturas baixas que determinassem
danos significativos á cultura.
Ressalta-se ainda que até o momento não ocorreram
temperaturas baixas que determinassem danos significativos
á cultura.
A redução de 2,20% na produção
de soja deste mês, agora estimada em 51.265.193 toneladas,
é decorrente, basicamente, dos novos levantamentos
realizados no Mato Grosso, que responde por 24,81% da produção
nacional. Neste estado, as más condições
climáticas, como o excesso de chuvas verificado a partir
de janeiro, resultou em perdas na qualidade do produto, constatando-se,
em algumas lavouras, a germinação do grão
ainda na vagem. Outro fator que contribuiu para redução
da produção foi a forte incidência de
ferrugem asiática, com maiores perdas nos municípios
de Diamantino, Nova Mutum, Sorriso e Tapurah. Nos demais estados,
as alterações verificadas são decorrência
de reajustes observados na fase final de colheita.
Quanto ao sorgo, observa-se o significativo crescimento de
23,57%. Em todos os estados produtores, as condições
climáticas beneficiaram a cultura a cultura. Os maiores
aumentos verificam-se em São Paulo (90,50%), Mato Grosso
(62,88%) e Mato Grosso do Sul (29,04%).
Com a definição da área cultivada com
trigo, a estimativa de produção apresenta-se
11,45% maior, alcançado o patamar de 4.734.665 toneladas.
Em todos os estados, verificam-se consideráveis aumentos,
destacando-se o Rio Grande do Sul, onde a área cultivada
é a maior desde 1990. Neste estado, vários fatores
levaram os triticultores a ampliar suas lavouras: os bons
preços recebidos na última safra, a expectativa
de ocorrência de inverno com padrão normal, além
de os produtores estarem capitalizados.
Situação
das lavouras em junho de 2003
Dentre
os produtos analisados, apresentam variação
positiva na estimativa de produção em relação
ao ano anterior: algodão herbáceo (3,67%), feijão
em grão 2ª safra (31,22%), feijão em grão
3ª safra (7,06%), milho em grão 1ª safra
(18,84%), em grão 2ª safra (77,42%), soja em grão
(21,98%), sorgo em grão (102.99%) e trigo em grão
(61,82%). Com variação negativa, registram-se
arroz em casca (-1,77%) e feijão em grão 1ª
safra (-1,83%).
O quadro nacional da safra de cereais, leguminosas e oleaginosas
para 2003, mostra neste mês um aumento de 23,21% quando
comparada á produção obtida em 2002 (97,174
milhões de toneladas), portanto, um acréscimo
da ordem de 22 milhões de toneladas entre 2002 e 2003.
Contribuíram para este significativo incremento importantes
variáveis de uma safra agrícola, como por exemplo,
a maior utilização de tecnologia, o que resultou
em ganhos na produtividade quando comparada ás alcançadas
em safras passadas, e também o comportamento normal
do clima, que favoreceu tanto a 1ª safra. como até
nesse mês, também vem atuando positivamente na
segunda safra e na safra de inverno. Em relação
ao mês anterior acréscimo é de 0,97%,
quando foi divulgada uma safra de 118,584 milhões de
toneladas.
Dentre os principais estados produtores de grãos, destacam-se
o Paraná, o Rio Grande do Sul e Mato Grosso, com participações
na produção nacional de respectivamente, 23,
20%, 18,04% e 14,96%. Em relação á safra
passada, estes estados apresentam, acréscimos de 29,18%,
29,82% e 11,04%.
Os produtos que mais cresceram nestes estados foram o milho
(5.546.250 toneladas), a soja (6.204.449 toneladas), o trigo
( 1.639.790 toneladas) e o sorgo ( 158.297 toneladas), que
juntos totalizaram o acréscimo representa 11,31% da
estimativa de produção total de grãos
em 2003.
Com relação aos produtos da 1ª safra e
com a conclusão da colheita, pode-se afirmar que já
está definido o quadro para o corrente ano.
Em relação á safra de inverno quando
são investigados o trigo, a aveia, o centeio, a cevada
e o triticale, bem como a 2ª safra de milho (safrinha)
e a 3ª safra de feijão, as condições
climáticas, de uma maneira geral, têm contribuído
para o bom desenvolvimento destas culturas. Ressalta-se que
foram registradas geadas de pouca intensidade que não
causaram danos econômicos ás culturas. Salienta-se
ainda que os bons preços praticados na comercialização
da safra passada contribuíram para uma boa capitalização
dos produtores que puderam, assim, implantar as lavouras com
melhor nível de tecnologia.
Quanto ao feijão 3ª safra o aumento de 7,06% na
produção, deve-se basicamente, aos acréscimos
verificados em São Paulo (10,02%), Mato Grosso (39,39%)
e Goiás ( 17,19%). De uma maneira geral estes acréscimos
podem ser creditados aos bons preços de produto no
mercado e ao alto nível tecnológico empregado
principalmente no que se refere á utilização
da irrigação.
Para o milho 2ª safra observa-se o expressivo crescimento
de 77,42%, levando a produção para o patamar
de 11.011.619 toneladas contra 6.206.385 toneladas, colhidas
em 2002. Salienta-se que na safra passada, este produto sofreu
sérios prejuízos com a estiagem verificada principalmente
na Bahia e Paraná. Agora em 2003, com o clima transcorrendo
normalmente e os bons preços alcançados pelo
produtos, observa-se para estes estados os significativos
acréscimos de 186,68% para a Bahia e 136,17% para o
Paraná.
A estimativa de 4.734.665 toneladas de trigo para 2003 indica
o crescimento de 61,82% quando comparada ao ano passado, constituindo-se
na maior safra dos últimos anos. Os principais fatores
que determinaram esta excelente safra são os bons preços
praticados pelo mercado nacional e internacional, bem como
a redução de expectativa da safra mundial. Aliado
a estes fatores, as condições climáticas
neste início de safra, bem como a expectativa de inverno
normal, contribuíram não só para o aumento
da área plantada (15,32%), como também para
a perspectiva de obtenção de bons níveis
de produtividade, superiores em 38,99% à produtividade
média verificada em 2002. Ressalta-se a recuperação
de produção do Paraná e do Mato Grosso
do Sul, seriamente prejudicados pelas más condições
climáticas verificadas em 2002, registrando, respectivamente,
os acréscimos de 82,19% e 106,64%.
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