Segundo
Marcelo Kornfeld responsável pelo departamento técnico
da Associação dos criadores de Avestruzes do
Brasil (ACAB), hoje já são mais de 1500 criadouros
espalhados por praticamente todos os estados do país,
e a população de animais já ultrapassa
as 150 mil aves registradas.
A
entidade criada no ano de 1996 sempre teve como preocupação
racionalizar o sistema de criação de avestruzes
no país. O trabalho em parceria com os princpais órgãos
federais busca desenvolver uma legislação própria
para atividade. Kornfeld conta que a estrutiocultura no Brasil
até alguns anos não possuía um estatuto
próprio que regulamenta-se suas ações
de forma específica. A ave fazia parte do estatuto
de leis do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama),
clasificada como uma ave exótica. Por esse motivo o
criador para conseguir qualquer liberação junto
ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento
( Mapa), tinha de enfrentar uma série de burocracias.
A
partir de 2002 com o enquadramento do avestruz na instrução
normativa nº a comercialização tornou-se
uma atividade mais viável, porém o estrutiocultor
ainda era mais viável, porém o estrutiocultor
ainda era viável, porém o estrutiocultor ainda
era muito carente de um conjunto de leis próprias da
atividade, oferecendo a ele uma autonomia de gerenciamento
maior do seu negócio.
O responsável técnico da ACAB falou ainda sobre
o 5º Congresso Brasileiro de Estrutiocultura a realizar-se
nos dois dias 20 a 22 de novembro, no Centro de Eventos do
Pantanal em Cuiabá (MS). O tema principal deste ano
explica o técnico está relacionado as perspectivas
de criação de avestruz e seus produtos para
o mercado brasileiro e mundial. O evento deve contar com a
participação de pelo menos 400 convidados, Técnicos
e criadores do Brasil e também do exterior. Serão
apresentados vários trabalhos científicos abordados
diferentes temas ligados a cadeia produtiva.
Um dos assuntos em voga atualmente entre os estrutiocultores
brasileiros é a hospedagem de avestruzes, realizadas
em sua maioria por criadores que possuem uma infraestrutura
com máquinas e equipamentos que possibilitam aos pequenos
criadores da cadeia usarem desses recursos para viabilizar
seu negócio. Segundo Mauro Branco proprietário
da Primave Pontocom Avestruzes, empresa localizada na cidade
de Piracaia (SP), a hospedagem é uma atividade de prestação
de serviços e consiste no alojamento de aves de terceiros.
O criador assina um contrato de prestação de
serviços confiando seus animais para posterior criação
nas dependências de sua empresa. A hospedagem existe
principalmente para atender o investidor que quer participar
do agronegócio e não possui terra ou condições
para viabilizar seu criadouro. O processo pode ser realizado,
desde os criadores que pretendem fazer a incubação
seus ovos, podendo se estender até o momento da retirada
dos animais, já adultos para a propriedade do dono.
O criador diz que as vantagens de se utilizar desse recurso,
é que a estrutiocultura é uma atividade relativamente
nova no país e os criadores de avestruz ainda enfrentam
uma série de dificuldades com formação
de estrutura na propriedades. Existem alguns gargalos na criação
como os problemas relacionados a infertilidade dos ovos, a
falta de estrutura para incubação e criação
dos filhotes. Problemas que segundo o criador, ainda causam
perdas substanciais a produção em muitas regiões
do país. Uma das vantagens que nos possibilita manter
o negócio, é primeiro por contar com uma estrutura
própria e outro fato que contribui é que nós
já vivemos da estrutiocultura.
A estrutura conta com mão de obra especializada formada
por veterinários e os preços cobrados em média
podem variar entre R$ 1,50 e R$ 2,00 por ave/ dia, dependendo
da idade e quantidade de animais a serem hospedados. Branco
explica que estes valores cobrem custos com estadia dos animais,
alimentação e assistência veterinária.
O tempo que demanda para o criador recuperar o capital investido
na criação de avestruz depende da variação
de alguns fatores ligados a estrutura da propriedade além
de questões mercadológicas. Se o Brasil se firmar
como um exportador de produtos do avestruz o retorno pode
surgir a partir do segundo ou terceiro ano após a implantação.
Outro mercado que apesar de ainda ser pouco explorado, vem
apresentando um potencial comercial bastante grande dentro
da estrutiocultura é o da exploração
dos sub-produtos derivados do avestruz. Roseli Oliveira presidente
da Plumabel empresa que atua no comercio de plumas de avestruz
diz que a infinidade de produtos manufaturados que podem ser
feitos através da exploração desta ave
está chamando a atenção das indústrias
que atuam em outros segmentos. A pluma do avestruz utiliza
como adereço em fantasias de carnaval ou pela indústria
de confecção vem se mostrando um a vertente
muito boa para o criador que pretende se especializar dentro
da atividade. O Brasil ainda importa quase a totalidade das
plumas que são comercializadas no mercado interno.
São necessárias para suprir essa demanda interna,
que é formada principalmente pelo carnaval e pelas
festas regionais realizadas ao longo do ano, nos quatro cantos
do Brasil, são importadas de países como África
do Sul e EUA todos, uma média de 15 a 2 toneladas de
plumas. Esse produto adentra o mercado brasileiro a um custo
médio que varia de R$ 20 a R$ 280 o quilo do produto
in-natura, dependendo da do tipo e da qualidade da pluma explica.
Segundo a diretora presidente da Plumabel que também
é criadora, a pluma é um dos subprodutos do
avestruz que precisa ser melhor aproveitado pelos custos operacionais
com as aves. Roseli observa que os animais possuem um ciclo
produtivo entre os 3 e 12 anos, com garantia de qualidade
do produto e que um animal adulto pode render de 1 Kg. a 1,2
Kg. de penas curtas e entre 400 e 450 grams de plumagens longas
dependendo do sistema de manejo, conclui.
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