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SAFRA 2003 - PRODUTIVIDADE PAULISTA
rev 67 - julho 2003

Produção de grãos do estado é a maior da década. Safra estimada é de 6,942 milhões de toneladas.

A produção paulista de grãos deverá aumentar 7,88% na safra 2002/03 para 6,942 milhões de toneladas, o melhor desempenho da última década. Na safra anterior, a produção foi de 6,435 milhões de toneladas. A informação do IEA – Apta (Instituto de Economia Agrícola), com base no quarto levantamento de precisão de safra realizado em abril em conjunto com a CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), ambos vinculados à Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

De acordo com o secretário Duarte Nogueira, o bom desempenho na produção dos grãos deveu-se a expansão na área plantada e também a ganho de produtividade. A área plantada de grãos passou de 2.063 milhões de hectares na safra anterior para 2,118 milhões de hectares, uma expansão de 2,65%.

“É um resultado importante se considerarmos que a produção paulista de grãos registrada queda no início da década de 90 devido à expansão das pastagens. O bom desempenho nesse levantamento demonstra uma recuperação do setor”, afirma Nogueira. O secretário cita como exemplo o avanço da soja sobre as áreas de pastagens degradadas, principalmente na região oeste do Estado.

Um dos melhores índices de crescimento vem do milho safrinha, cuja produção deve subir para 1,035 milhão de toneladas, 46,30% superior à safra passada, que foi de 707,21 mil toneladas. Na soma com a safra de verão, o volume total deve chegar a 4,479 milhões de toneladas, um acréscimo de 9,80%. O trigo paulista, apesar do volume pequeno, apresenta um crescimento de 50,65%, devendo alcançar 91,67 mil toneladas, contra as 60,85 toneladas da safra anteriores.

A soja deve registrar uma expansão de 5,53% na produção, passando de 1,577 para 1,665 milhão de toneladas. Outro bom desempenho é o do algodão, cuja produção deve atingir 175,64 mil toneladas, um aumento de 14,71%.

Já no caso do feijão, a estimativa de produção aponta para uma pequena queda de 1,83% devendo chegar a 296,31 mil toneladas, apesar do aumento de 10,02% na terceira safra (para 99,60 mil toneladas) e de 7,84 na segunda safra (95,75 mil toneladas). “Esse pequeno recuo na produção ainda é reflexo da geada ocorrida na primeira semana de setembro, seguida de estiagem logo depois do replantio, o que comprometeu quase 200 mil hectares da cultura de feijão nos Estados de São Paulo e do Paraná”, disse.

O amendoim deve registrar uma redução de 14,04% na sua produção, podendo chegar a 136,45 mil toneladas. O arroz também apresenta perspectiva de retração. O levantamento aponta para uma queda de 5,64%, atingindo, no máximo, 97,73 mil toneladas. Na safra anterior, a produção de arroz foi de 103,57 mil toneladas.

Segundo estimativa do IEA – Apta a safra de cana-de-açúcar deve apresentar um acréscimo de 5,2% sobre a passada, quando foram colhidas 212,707 milhões de toneladas. A previsão é colher 223,705 milhões de toneladas. O aumento na produção deve-se à aplicação em 2,7% ou 85,16 mil hectares da área plantada, atingindo 3,2 milhões de hectares. “Com tal perspectiva, o Estado de São Paulo produzirá 65% da cana brasileira, mantendo sua liderança na produção de açúcar e álcool”, disse o secretário.

A cana-de-açúcar é o principal produto agrícola do Estado, com uma participação em 2002 de 28,26% no valor da produção estadual, que foi de R$ 20,9 bilhões, de acordo com IEA – Apta. As exportações paulistas de açúcar e álcool atingiram US$ 1,57 bilhão em 2002, o que significou uma participação de 68,7% dos embarques brasileiros.

Outra cultura perene de destaque em São Paulo é a laranja, que deve sofrer uma queda de 7,2% na safra (ano agrícola 2002/03). A produção para este ano deve chegar a 335,6 milhões de caixas. As causas apontadas são a estiagem nas principais regiões produtoras dos Estado ao longo do segundo semestre de 2002 a à alta temperatura em dezembro, as quais prejudicaram as floradas.

A laranja para indústria e a laranja de mesa ocupam a terceira e quarta posições no ranking do valor da produção agropecuária do Estado, com 10,07% (R$ 2,1 bilhões) e 5,5% (1,1 bilhão) de participação, respectivamente. O Estado de São Paulo exportou o equivalente a US$ 1,034 bilhão em suco de laranja em 2002, o que representou 95,8% das vendas totais do país ao exterior e um crescimento de 21,1% sobre o valor obtido no ano anterior, de US$ 854,227 milhões.

A produção paulista de café foi estimada em 2,88 milhões de sacas de 60 quilos, uma baixa de 38% sobre o volume colhido no ano passado, de 4,67 milhões de saca. A queda é atribuída principalmente ao tradicional ciclo bi-anual da cultura – em um ano as lavouras têm grande rendimento e no outro, apresentam redução no volume de grãos colhidos.

No levantamento de campo realizado em abril, o IEA apontou uma pequena redução na área plantada com café, de 250,26 mil hectares, ocupação do ano passado, para 248,37 mil hectares, uma retração de 0,8%.

Segundo os técnicos do IEA, a produtividade de café também foi prejudicada pelas condições climáticas desfavoráveis (estiagem), o que explica a queda de produção de 2,7% em relação ao volume apurado no levantamento realizado em fevereiro, de 2,96 milhões de sacas.

O Estado de São Paulo é o maior exportado de café verde do país, por meio do Porto de Santos, que sozinho responde por mais de 50% dos embarques brasileiros. São Paulo ainda é o terceiro maior produtor de café no Brasil, com cerca de 10% da produção nacional, atrás de Minas Gerais e Espírito Santo, e o maior mercado da bebida no país, absorvendo cerca de 40% do café industrializado.


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