Produção
de grãos do estado é a maior da década. Safra estimada é
de 6,942 milhões de toneladas.
A produção paulista
de grãos deverá aumentar 7,88% na safra 2002/03 para 6,942 milhões
de toneladas, o melhor desempenho da última década. Na safra anterior,
a produção foi de 6,435 milhões de toneladas. A informação
do IEA Apta (Instituto de Economia Agrícola), com base no quarto
levantamento de precisão de safra realizado em abril em conjunto com a
CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), ambos vinculados
à Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
De acordo com o secretário Duarte Nogueira, o bom desempenho
na produção dos grãos deveu-se a expansão na área
plantada e também a ganho de produtividade. A área plantada de grãos
passou de 2.063 milhões de hectares na safra anterior para 2,118 milhões
de hectares, uma expansão de 2,65%.
É um resultado
importante se considerarmos que a produção paulista de grãos
registrada queda no início da década de 90 devido à expansão
das pastagens. O bom desempenho nesse levantamento demonstra uma recuperação
do setor, afirma Nogueira. O secretário cita como exemplo o avanço
da soja sobre as áreas de pastagens degradadas, principalmente na região
oeste do Estado.
Um dos melhores índices de crescimento vem do
milho safrinha, cuja produção deve subir para 1,035 milhão
de toneladas, 46,30% superior à safra passada, que foi de 707,21 mil toneladas.
Na soma com a safra de verão, o volume total deve chegar a 4,479 milhões
de toneladas, um acréscimo de 9,80%. O trigo paulista, apesar do volume
pequeno, apresenta um crescimento de 50,65%, devendo alcançar 91,67 mil
toneladas, contra as 60,85 toneladas da safra anteriores.
A soja deve
registrar uma expansão de 5,53% na produção, passando de
1,577 para 1,665 milhão de toneladas. Outro bom desempenho é o do
algodão, cuja produção deve atingir 175,64 mil toneladas,
um aumento de 14,71%.
Já no caso do feijão, a estimativa
de produção aponta para uma pequena queda de 1,83% devendo chegar
a 296,31 mil toneladas, apesar do aumento de 10,02% na terceira safra (para 99,60
mil toneladas) e de 7,84 na segunda safra (95,75 mil toneladas). Esse pequeno
recuo na produção ainda é reflexo da geada ocorrida na primeira
semana de setembro, seguida de estiagem logo depois do replantio, o que comprometeu
quase 200 mil hectares da cultura de feijão nos Estados de São Paulo
e do Paraná, disse.
O amendoim deve registrar uma redução
de 14,04% na sua produção, podendo chegar a 136,45 mil toneladas.
O arroz também apresenta perspectiva de retração. O levantamento
aponta para uma queda de 5,64%, atingindo, no máximo, 97,73 mil toneladas.
Na safra anterior, a produção de arroz foi de 103,57 mil toneladas.
Segundo estimativa do IEA Apta a safra de cana-de-açúcar
deve apresentar um acréscimo de 5,2% sobre a passada, quando foram colhidas
212,707 milhões de toneladas. A previsão é colher 223,705
milhões de toneladas. O aumento na produção deve-se à
aplicação em 2,7% ou 85,16 mil hectares da área plantada,
atingindo 3,2 milhões de hectares. Com tal perspectiva, o Estado
de São Paulo produzirá 65% da cana brasileira, mantendo sua liderança
na produção de açúcar e álcool, disse
o secretário.
A cana-de-açúcar é o principal
produto agrícola do Estado, com uma participação em 2002
de 28,26% no valor da produção estadual, que foi de R$ 20,9 bilhões,
de acordo com IEA Apta. As exportações paulistas de açúcar
e álcool atingiram US$ 1,57 bilhão em 2002, o que significou uma
participação de 68,7% dos embarques brasileiros.
Outra
cultura perene de destaque em São Paulo é a laranja, que deve sofrer
uma queda de 7,2% na safra (ano agrícola 2002/03). A produção
para este ano deve chegar a 335,6 milhões de caixas. As causas apontadas
são a estiagem nas principais regiões produtoras dos Estado ao longo
do segundo semestre de 2002 a à alta temperatura em dezembro, as quais
prejudicaram as floradas.
A laranja para indústria e a laranja
de mesa ocupam a terceira e quarta posições no ranking do valor
da produção agropecuária do Estado, com 10,07% (R$ 2,1 bilhões)
e 5,5% (1,1 bilhão) de participação, respectivamente. O Estado
de São Paulo exportou o equivalente a US$ 1,034 bilhão em suco de
laranja em 2002, o que representou 95,8% das vendas totais do país ao exterior
e um crescimento de 21,1% sobre o valor obtido no ano anterior, de US$ 854,227
milhões.
A produção paulista de café foi
estimada em 2,88 milhões de sacas de 60 quilos, uma baixa de 38% sobre
o volume colhido no ano passado, de 4,67 milhões de saca. A queda é
atribuída principalmente ao tradicional ciclo bi-anual da cultura
em um ano as lavouras têm grande rendimento e no outro, apresentam redução
no volume de grãos colhidos.
No levantamento de campo realizado
em abril, o IEA apontou uma pequena redução na área plantada
com café, de 250,26 mil hectares, ocupação do ano passado,
para 248,37 mil hectares, uma retração de 0,8%.
Segundo
os técnicos do IEA, a produtividade de café também foi prejudicada
pelas condições climáticas desfavoráveis (estiagem),
o que explica a queda de produção de 2,7% em relação
ao volume apurado no levantamento realizado em fevereiro, de 2,96 milhões
de sacas.
O Estado de São Paulo é o maior exportado de
café verde do país, por meio do Porto de Santos, que sozinho responde
por mais de 50% dos embarques brasileiros. São Paulo ainda é o terceiro
maior produtor de café no Brasil, com cerca de 10% da produção
nacional, atrás de Minas Gerais e Espírito Santo, e o maior mercado
da bebida no país, absorvendo cerca de 40% do café industrializado.
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