A
uréia é um produto granulado, semelhante ao sal grosso, utilizado
na alimentação de animais ruminantes, enriquecendo os alimentos
pobres em proteína. Ela contém 45% de nitrogênio e para ser
utilizada com sucesso na alimentação animal, precisa ser fornecida
com cuidados.
A escolha do sistema a ser utilizado dependerá da
disponibilidade e dos custos dos produtos e do manejo adotado na propriedade.
A mistura sal+uréia, sempre aplicada corretamente, produz bons
resultados. É importante que exista grande disponibilidade de forragem
na pastagem, mesmo que madura ou seca. A uréia estimula o consumo de forragens
grosseiras, resultando em melhor desempenho dos bovinos, no período de
estiagem, uma vez que restabelece o balanço protéico/energético
de forrageira. Esta mistura, simples e fácil de ser implantada na propriedade,
se configura numa fonte de proteína de mais baixo custo e reduz perdas
de peso e o atraso no crescimento de bovinos, durante estiagens prolongadas, podendo,
dependendo do caso, até haver ganho nessa fase.
Existem no mercado
misturas com uréia, prontas para uso, que também podem ser preparadas
na propriedade, obedecendo a seguinte proporção: 40% de uréia,
30% de sal comum, 10% de farelo energético e 20% de suplementação
mineral. Deve-se conhecer o consumo médio da mistura para intervir no fornecimento
de algum componente, caso seja necessário pois, geralmente, o possível
insucesso dessa mistura deve-se a consumos insuficientes. Não há,
porém, a necessidade de adaptação gradativa com percentuais
menores de uréia, desde que sejam seguidos alguns cuidados. Um deles é
fazer a mistura de forma bem homogenea. Para fornecê-la ao gado, é
recomendável não encher demais os cochos, que devem estar protegidos
de chuvas e conter furos para drenagem da água, que não deve ficar
acumulada de maneira nenhuma. Animais em jejum, famintos ou cansados não
devem ter acesso ao suplemento mineral. Uréia
também vai bem com o capim. Outra
forma eficiente de oferecer uréia ao gado é misturada a capins de
corte ou cana de açúcar. Para adicionar a uréia ao volumoso,
a cana ou capim devem ser picados integralmente (colmo é folha). Deve-se
preparar a solução de uréia e água de forma que ela
se dissolva completamente na mistura. A colocação no cocho segue
a mesma recomendação anterior: evitar o cumulo de água no
alimento com a utilização de sistemas de drenagem no cocho. Para
observar o período de adaptação, deve-se também respeitar
alguns cuidados, conforme mostram as tabelas abaixo. É importante ainda
observar o nível máximo de consumo recomendado de 40 gramas de uréia
por 100 quilos de peso vivo após a adaptação, além
de evitar o fornecimento para animais em jejum, depauperados ou famintos.
Ao contrário do que muita gente pensa, o uso da uréia não
é restrito apenas a programas sofisticados de nutrição. Ela,
na verdade, pode ser recomendada misturada a qualquer tipo de volumoso, mesmo
os mais grosseiros. A agricultura e a pecuária proporcionam uma grande
quantidade de subproduto, muitos sem nenhum valor comercial que podem ser utilizados
perfeitamente como fontes energéticas na alimentação de animais,
dentre eles, podemos citar as palhas de arroz, trigo, milho, bagaço de
cana e feno de baixa qualidade.
Nos períodos de estiagem prolongada,
em que a disponibilidade de volumoso é escassa, o pecuarista pode aproveitar
fontes alternativas regionais, como: a palma forrageira, o sinal, a maniva de
mandioca, amacambira, o gravatá, a coroa de abacaxi etc. Nessas condições,
os materiais devem ser picados e previamente queimados (retirada de espinhos)
e distribuídos aos animais. Quando a adição de uréia
é difícil (caso da palma, por exemplo), recomenda-se o seu fornecimento
associado à mistura mineral, segundo a sistemática de uréia+sal.
Uréia
com silagem. As
silagens de milho ou de sorgo apresentam um elevado nutritivo, devido à
presença de grãos, que lhe conferem maior conteúdo energético.
Porém, como normalmente elas apresentam um teor de proteína insuficiente
para atender às exigências de animais em produção,
recomenda-se adição de uréia para corrigir esta deficiência.
Dessa forma, obtém-se uma melhoria na qualidade da silagem e pode-se esperar
um aumento nos níveis de produção de carne, leite e de fertilidade.
A uréia pode ser adicionada tanto no momento de ensilagem ou
no ato de fornecê-la aos animais, sendo a primeira forma mais eficiente,
pois permite maior homogeneização e estabilidade de fermentação.
Nesse método, deve-se misturar a uréia na forragem picada no momento
de encher o silo. A proporção é de 5 quilos de uréia
para cada tonelada de forragem. |