Valendo-se
de rótulos e propaganda, bebidas artificiais enganam o consumidor passando
a imagem de suco de fruta natural.
Com o objetivo de coibrir a concorrência
desleal provocada por algumas marcas de sucos artificiais, A Laranja Brasil, entidade
que representa o agronegócio citrícola, encaminhou ao Ministério
da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) proposta de alteração
de leis e de convênio ICMS.
Muitas bebidas apresentam-se
como suco natural de laranja, quando na verdade nada tem de suco e muito menos
natural. São repositores energéticos e outros tipos de refrescos
que, valendo-se de corantes e de rótulos sugestivos, se fazem passar por
suco natural, enganando os consumidores, diz Marcos Santin, presidente da
Laranja Brasil.
Segundo Santin, estas bebidas utilizam vários
artifícios mercadológicos (cor, sabor, e tipo de embalagem) para
vender ao consumidor a imagem de produto natural, embora contenham apenas xaropes
aromáticos, corantes e 90% de água e açúcar em sua
composição.
O pior é que esses produtos, além
de não oferecer os benefícios à saúde e as qualidades
nutricionais dos sucos de frutas naturais, podem até causar problemas aos
consumidores. Boa parte dessas bebidas utiliza um corante conhecido como amarelo
tartrazina, que causa alergias a pessoas sensíveis. Estudos realizados
nos Estados Unidos e na Europa desde a década de 70 comprovam casos de
reações alérgicas ao corante, como asma, bronquite, urticária
e dor de cabeça, explica Santin. Cor
Diferente. Uma
das propostas apresentadas ao governo pela Laranja Brasil para evitar que o consumidor
compre gato por lebre é a alteração da legislação
fitosanitária. Podemos seguir o exemplo da Itália, onde há
normas que impedem que as bebidas artificiais utilizem a cor dos sucos naturais,
diz o presidente da Laranja do Brasil.
Outra reivindicação
da cadeia citrícola é o incentivo à produção
ao consumo do suco de laranja, via isenção e tributos. As bebidas
artificiais têm custo de produções inferiores aos dos sucos
de frutas naturais. Ao contrário do que ocorre na fabricação
de refrescos e repositores energéticos, na produção de sucos
naturais há desenvolvimento de diversos agentes econômicos, como
produtores de mudas, agricultores, transportadores e indústrias processadoras.
Na cadeia do suco de laranja, por exemplo, os tributos incidentes
em cada etapa do processo de produção geralmente são repassados,
o que resulta no encarecimento do produto ao consumidor final diz Santin.
Para a Laranja Brasil, a isenção tributária ou
mesmo a redução da base de cálculo de alguns impostos trazem
benefícios não apenas às indústrias, mas também
a agricultura e à população. Com o aumento do consumo
interno do suco de laranja, a cadeia citrícola vais gerar mais empregos.
E o consumidor terá acesso a um produto que comprovadamente traz benefícios
à saúde, diz Santin. |