O
criador poderá, sozinho, administrar a implementação
do sistema utilizando o Manual, que explica separadamente
cada etapa do processo: como ocorre a identificação
e o cadastramento dos animais, o envio das informações
ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), a validação dos dados, a inspeção,
a certificação (liberação dos
certificados pelo MAPA), cumprindo com todas as exigências
do Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação
de Origem Bovina e Bubalina, o SISBOV.
O
SISBOV, lançado em janeiro do ano passado, cumpre uma
das principais exigências do mercado internacional.
A prática empregada atual-mente para exportar carne
ao Mercado Europeu é de que os animais sejam rastreados.
A rastreabilidade do rebanho, permite acompanhar toda a vida
dos animais, registrando e tornando disponível todas
as informações sobre origem, manejo sanitário,
manejo alimentar, abate etc garantindo ao consumidor a procedência
do produto que está levando para sua mesa.
O
MAPA fixou prazos para a adesão ao SISBOV. Os pecuaristas
que exportam para a União Européia tiveram até
junho do ano passado para aderirem ao sistema. Já para
a exportação para outros países o prazo
máximo para adesão é em dezembro deste
ano.
O
Manual da Biorastro, empresa especializada em rastreabilidade
e certificação de produtos agropecuários,
tem o objetivo de orientar e esclarecer as dúvidas
que os pecuaristas ainda têm em relação
a esse processo. Ele será distribuído gratuitamente
aos pecuaristas cadastrados da Biorastro através de
fornecedores.
Dia
de Campo
Acontece
no dia 25 de abril uma dinâmica sobre a importância
da rastreabilidade na gestão pecuária, durante
dia de campo da Fazenda Paredão (Oriente-SP), propriedade
de Nelson Pineda, um dos mais tradicionais selecionadores
da raça Nelore no Brasil. Na ocasião, técnicos
explicarão aos produtores presentes como o acesso rápido
aos principais dados do rebanho pode facilitar as tomadas
de decisões da fazenda.
"Além de facilitar o cumprimento das regras do
SISBOV, sistema que regulamenta a rastreabilidade no Brasil,
a precisão dos dados coletados a campo e o rápido
acesso a eles são os principais fatores para uma propriedade
obter claros ganhos de produtividade, como é o caso
da Fazenda Paredão", informa Vincent L'Henaff,
diretor da Aliflex, empresa responsável pelo dia de
campo.
A
Fazenda Paredão (quase 50 anos de seleção
na raça Nelore e um dos bancos de dados mais apurados
da raça em todo o País) é projeto-piloto
da Allflex para o desenvolvimento da linha FarmExpress de
coleta eletrônica de dados para gestão pecuária
e rastreabilidade. O sistema funciona com brincos eletrônicos
(chips) no gado, um aparelho para captação e
processamento das informações com acesso imediato
a todos os dados de cada animal e uma base de dados central,
acessível por meio da internei (como uma conta bancária),
de onde se pode gerar diferentes relatórios de gestão.
Rastreabilidade
até nos leilões
A
Allflex e a Fazenda Paredão utilizarão o sistema
FarmExpress durante os leilões Paredão Fêmeas
e Paredão Machos, programados, respectivamente, para
os dias 25 e 26 de abril. Ao entrarem no tattersal para os
lances, as 100 matrizes Nelore selecionadas e os 120 touros
Nelore de produção identificados com brincos
eletrônicos passarão por um leitor conectado
ao FarmExpress, que mostrará em um painel eletrônico,
em tempo real, os dados de cada lote. "Os compradores
poderão ter certeza de estar levando para suas propriedades
animais com a qualidade da marca Paredão e devidamente
enquadrados no novo perfil da pecuária brasileira,
ou se, identificados e com garantia de origem", conclui
L'Henaff.
Tecnologia
da Identificação
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A
rastreabilidade, é hoje, uma exigência
imposta pelo bloco dos países desenvolvidos,
com o objetivo de manter o controle rigoroso da procedência
da carne que é importada de outros países
para o consumo interno. O Brasil vem há alguns
anos trabalhando no sentido de adequar-se a esse novo
modelo de produção. O Sisbov, que foi
criado em 2002 pelo ex-Minístro da Agricultura
Pecuária e Abastecimento, Pratini de Moraes,
foi um primeiro passo rumo a essa nova realidade. Pratini
sempre defendeu a utilização de tecnologias
para garantia na procedência da carne produzida
no Brasil, destinada tanto para consumo do mercado interno,
como para exportação.
Hoje
a realidade vivida pela pecuária no Brasil é
bem diferente da vivida há dois anos. As empresas
que atuam no segmento pecuário desenvolvem inúmeros
equipamentos para controle do rebanho, o que facilita
o manejo por parte do criador. Os brincos utilizados
para identificação e controle dos animais
dentro da propriedade, funciona como uma ferra-menta
importante, que garante um maior controle da procedência
dos animais na hora da comercialização.
Entretanto,
o mercado oferece múltiplas opções
de sistemas de identificação análogos
ao brinco, mas, com outros tipos de tecnologia. O sistema
de identificação por rádio freqüência
é, segundo José Álvaro Casotti,
da Texas Instruments, o único que garante ao
pecuarista um controle mais eficaz do rebanho, sem a
necessidade de manter um contingente de funcionários
exclusivamente para esse serviço dentro da fazenda.
De acordo com Casotti, o sistema utiliza um microchip,
que é colocado na orelha do animal. Esse chip
emite ondas de rádio que são captadas
por uma antena de rádio, colocada dentro da propriedade.
Os dados do animal aparecem imediatamente na tela do
computador. A abrangência para captação
das ondas é de apenas 1 metro, porém,
existe um aparelho portátil com uma antena própria,
que propicia o manejo dos animais no pasto. Os dados
são inseridos no aparelho e, posteriormente,
passados para o computador central. Essas informações
sobre a procedência do animal desde do nascimento
ficam arquivadas em um software desenvolvido especialmente
para esse fim. O sistema de rastreamento de animais
por rádio freqüência já é
utilizado por países da Europa, África
e pelo Canadá há mais de 10 anos. No Brasil,
o modelo ainda está em fase experimental.
O
trabalho de monitoramento do sistema é realizado
por uma equipe que presta assistência técnica
na propriedade. A distribuição é
efetuada em todo o território nacional.
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